Refletir sobre INCLUSÃO nas escolas do país é URGENTE E NECESSÁRIO

ESCOLA INCLUSIVA
Minha vocação por ensinar aponta como uma ascensão humanística de que o ato de ensinar está indissociavelmente dentro do ato de aprender. Só sabe ensinar quem sabe aprender... Essa é uma máxima que nos lança à luz das nossas diferenças, pois cada um aprende de um jeito, bem como, todos temos limitações. É verdade que nós, educadores, devemos estimular que os educandos se desafiem, que vençam suas limitações; mas existem condições que nos dão parâmetros e podemos percorrer caminhos diferentes para chegarmos em norteadores em comum.
Houve um tempo em que as escolas tinham um conceito fordista, com destaque para um ensino que mais parecia uma linha de produção, como se fosse possível ensinar a todos, os mesmos conteúdos, ao mesmo tempo, esquecendo que cada um tem suas singularidades, suas habilidades e competências das mais variadas, seu tempo. Ninguém aprende igual, mas ainda hoje se ensina igual, se exige igual. Essa práxis não é natural, mas mecânica. Esse tempo ainda existe?
Há muitos saberes e deles poucos são explorados em sala de aula. Há muitas oportunidades de aprendizagem com o que há de mais simples, seja numa saída em pesquisa com os estudantes por espaços pouco usuais dentro da escola ou numa praça, num comércio e claro, em espaços culturais. Se diversos estudos apontam para o conceito de cidade educadora, por que não explorar outras variáveis urbanas para compartilhar conhecimento?
Ao passo que todos sabemos da importância que crianças e jovens escrevam, não nos parece nada atraente, tampouco exigente do cognitivo; que numa sala de aula, se copiem lousas e mais lousas de textos para serem transcritos nas folhas enfadadas dos cadernos. Isso é “démodé”, ultrapassado e desestimulante. Não que considere uma heresia copiar um texto da lousa de forma eventual, mas quando isso vira uma regra, sinto dizer que alguém tá fingindo que ensina e outros estão fingindo que aprendem. E essa é a mais tola das farsas, pois torna-se um passatempo tão empobrecedor. Obviamente que a tela do celular ou do computador é muito mais atraente do que as lousas repletas de conceitos.
Essa via de mão dupla requer além de se despir de qualquer mínima fagulha de arrogância, de status e nos impulsiona para uma construção na desconstrução. Todos nós devemos rever nossos conceitos, o tempo todo!
Sim! Muitas vezes é preciso desconstruir muros para reerguer novos conceitos. O educador de hoje não pode, em nenhuma hipótese, ser o educador de 10 anos atrás, do mesmo modo o estudante, como a água do rio, se renova a cada novo dia em pensamentos líquidos, de reflexões correntes, desses tempos, eles nunca são os mesmos.
Impossível falar de educação que empodera, que legitima, que conceba direitos e justiça social em equidade, sem falar de educação inclusiva. Nenhuma criança tem um transtorno ou uma patologia por que quer. Ela está numa condição específica e é direito absoluto dela o acesso à educação e principalmente de uma construção pedagógica que garanta esse acesso. Muita coisa mudou nas ultimas décadas, mas há um caminho enorme a ser experimentado. Acho louvável professores exigentes, pois querem extrair o melhor de seus estudantes; mas imagine a frustração injusta de um peixe, ao se sentir incapaz de aprender a subir numa árvore, embora um macaco talvez nade com certa desenvoltura. Esse vale-reflexão nos provoca; então que demos passos adiante.   
Aprender, além de muito gostoso é uma relação em constante construção, tanto da gente com nós mesmos e de nós para com os outros, sendo esses outros, os colegas, os funcionários da escola, os pais, os irmãos e principalmente a relação com os educadores. Escola não pode ser um balcão de pedidos, pois se fosse, se chamaria pastelaria, escola é lugar de desenvolvimento humano em toda sua complexidade e com ela, sua transformação social, inerente. Escola é sobretudo espaço de trocas simbólicas; não cabem os preços de um reinado egóico, escola pode e deve ser transversal e horizontal, para que contemplemos juntos o nascer do sol, a chegada da primavera, com a beleza de cada um, nas suas diferenças, no seu florescer. Somos juntos! 

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