POESIA DA SEMANA - TIAGO ORTAET - EDITORA ANTROPOLETRAS
ESTANDARTE
Defendo o porte de livros; munição literária, arte como
alvo, juventude libertária e meu aluno à salvo...
Um clarão que vem do iluminar dessa lanterna, pra acender esse
pântano e sair dessa caverna.
Se meu aluno é vela, a arte é o pavio...
Essência da favela, mensagem e arrepio...
Se a arte é o oceano, somos o navio... Nosso tsunami pode lavar essa guerra civil.
Nosso verbo tá na ponta da língua, na ponta do lápis e no
conto desse Brasil; abaixo à censura, ninguém me segura, por que aqui fulgura a
ancestralidade de jovens negros diante do mar azul anil; dizendo: Abaixe esse
fuzil!
Professor é remetente, meio e mensagem, estudante é
minério dourado que sela a embalagem...
Nosso estopim; poesia, curumim e letras em artilharia...
Nosso fervor, se atente, por favor, nos multiplicamos
mais do que capim; nessa prontidão noite e dia.
Em meio a esse obscurantismo que TEM fim, ah se tem;
iluminismo de mim com alguém!
Somos a áurea de cada menino e menina desse chão, mesmo
nosso ato estando previsto na constituição; insisto na inspiração dos nossos
sonhos em manifesto e livro na mão.
Que a bala perdida
seja somente a goma que caiu atrás do sofá, que a caminhada, mesmo sofrida,
possa ter poesia sortida, menino ousado, menina atrevida, como quem se atreve a
ser feliz; nossa arte; de cores, cenas, gestos, melodias e matiz, aponta o dedo
pro horizonte, do mesmo modo que a tinta vermelha no nariz, como quem diz
“respeite a nossa cultura, nossa identidade raiz; feliz dia de professar todo
esse valor, todo dia é dia de poesia, de estudante e de praticar o amor, todo
dia é dia do professor ”
Tiago Ortaet
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