POESIALIMENTO de Tiago Ortaet
POESIALIMENTO
História de arte que se garimpa
Memórias da tarde com sonhos, pincel e tinta…
A gente é quebrada de cara limpa
Pra reivindicar a política pública extinta.
Desigualdade não pode ser nossa sina,
Eu quero um futuro de presente pro menino que tem pai ausente, dobrando a esquina
Eu quero que a nossa fé não derreta com a parafina
Eu quero verso do que toca aí dentro como matéria-prima
Do menino e da menina, quero igualdade como rima
Pra resistir, sorrir e cantar…
Pra refletir, estudar e encarar...
Eu ouço absurdos nesse Brasil obscuro de quando eu acordo até quando eu me deito
Meu sonho não é prematuro, eu só quero um lugar seguro como direito...
Pra dor do preconceito nem morfina dá jeito
O que dá jeito mesmo é enquadrar na lei esse sujeito
Às minas, às monas e aos pretos… Aí… Mais respeito!
Quero unir verso como uma mãe costurando a calça pro filho ir trabalhar
Quero escola como porta aberta, molecada desperta e voz pra amplificar
Escola é muito mais do que salas de concreto é a arte de se relacionar
Escola que boicota pensamento, esmola engajamento
E empacota sentimento (pra viagem)
Perde passagem…
Perde o rumo...
Da ancestralidade, das fronteiras, dos tons dessa videira.
Da exuberância, brasilidade e consonância.
Nosso som da esperança de uma vida inteira.
Presenciamos toda proposta que fora extinta
Mas somos juntos saciedade dessa molecada faminta
Pés precoces dessa quarta ou quinta
Suor diluído nas cores que a gente pinta
Se o paladar tá no tempero que a gente deglute
O menino da vila que que desperte, desfrute...
Eu não me calo jamais
A nossa fome é de tudo isso e muito mais!
Tiago Ortaet
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