ARTIGO DA SEMANA - A URGÊNCIA POR GESTÕES HUMANIZADAS NO BRASIL
A URGÊNCIA POR GESTÕES HUMANIZADAS NO
BRASIL
Que
toda gestão é pautada por números, isso é inegável, mas quando os gestores
públicos ficam na superficialidade dos números, na frieza de enxugamento de
projetos e programas que ampliam a capacidade de desenvolvimento humano e
social em rincões do país, isso recai inevitavelmente numa cadeia de
distanciamento entre poder público e cidadão.
É
covardia cortar recursos sob os direitos fundamentais do povo. Se querem
economia que façam cortando privilégios e mordomias da classe política, que
cobrem as dívidas dos grandes milionários desse país, mas não vilipendiem o
trabalhador, a criança, o povo pobre do meu país.
Enquanto
governos de direita, tem demonstrado, na prática, que suas crenças não se
praticam sem oprimir a base da pirâmide, gestões socialistas deram bons exemplos
do quanto investir em melhorar a vida das pessoas dá muito mais resultado. Em
outras palavras, políticos que defendem o estado mínimo, só o fazem,
primeiramente, por pertencerem a uma esfera social privilegiada e não se
permitirem nenhum lampejo de empatia, de se colocarem no lugar de quem não tem
acesso à saúde privada, à educação privada, à previdência privada, etc. Segundo,
por inescrupulosamente, objetivarem seus interessem pessoais em detrimento do
interesse público.
Eles
não fazem ideia do que é ficar seis horas num posto de saúde para ser atendido,
tampouco o que é ir pra escola para ter a única refeição do dia. A política,
quando nas mãos de gestores sensatos e empáticos, é um motor de transformação
social, principalmente num país injusto e desigual como o nosso. Mas quando o
poder emana da soberba, da vaidade e da ignorância sobre a realidade dos
brasileiros, os resultados são trágicos.
Vivemos
dias difíceis... A economia já não decolava antes da maior pandemia global da
contemporaneidade, imagine agora, com o colapso econômico inevitável...
No
estado que é locomotiva da nação, São Paulo, o governado do estado comete
sérios equívocos sob o ponto de vista de atenção à camada mais vulnerável da
população; uma de suas primeiras medidas assim que assumiu a gestão no ano
passado foi encerrar importantes projetos sociais iniciados pelo ex-governador
Márcio França, como por exemplo o “alistamento civil” que tinha perspectiva de
ampliar o impacto para cerca de 80 mil jovens das periferias de São Paulo, numa
vertente governamental que privilegiava o empoderamento social, a capacitação
de jovens em educação formal e informal, a oportunidade aos jovens num período
em que mais são aliciados pelo tráfico de drogas e substancialmente um programa
que, indiretamente, atuava também em distribuição de renda. Outro programa
também cortado pela atual gestão estadual de São Paulo foi o “Cultura Ensina”
que consistia em oportunizar às crianças
e adolescentes das escolas públicas da rede estadual um contato direto
com instituições de arte e cultura, despertando nesses cidadãos mirins, aprendizado
significativo, tolerância, respeito, pluralidade cultural e muitas vezes, até
uma futura profissão a ser seguida.
Exemplos
de políticas públicas interrompidas não faltam... Recentemente um grupo de pais
de crianças autistas se reuniu para reivindicar a retomada da escola especial
que o governo de São Paulo cancelou contrato com a instituição, deixando 150
crianças especiais sem aulas.
Aí
você, leitor, se pergunta “Mas por que houve o encerramento de programas tão
importantes?” e eu respondo sem titubear: Muitos, ditos gestores e outros
considerados “salvadores da pátria” carregam consigo ranços políticos, vícios
de uma época em que governar significava demonizar qualquer projeto
desenvolvido pelos antecessores, quando a lógica e a beleza da política é
justamente o contrário, o fato de aperfeiçoamento de projetos já testados. Mas
pelo que vemos, muitos são incapazes de reconhecer méritos dos adversários
políticos e infelizmente persistem em deixar duelos políticos partidários em
pleno curso de suas gestões. Na realidade o que a população deseja e tanto
precisa são políticas públicas eficazes.
Maus
exemplos, são ainda mais perceptíveis no governo federal. O presidente Jair
Bolsonaro em quase dois anos de mandato não apresentou à sociedade nenhum
projeto relevante na área da educação, ao contrário, o governo que mais dizia
combater o que chamam de “ideologismo” na esfera pública, na prática, é quem
mais aparelha a máquina pública com viés ideológico com patrulhamento contra o
patrono da educação brasileira, Paulo Freire (o pedagogo brasileiro mais
estudado pelo mundo)
Outro
fator predominante em governos inconsequentes, que temos sentido na pele
diariamente nesse triste período da política nacional é a restrição da
participação popular nas decisões do poder público; nesse sentido o presidente cancelou
ou restringiu centenas de conselhos nacionais como o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), o Conselho
Nacional de Segurança Pública (Conasp), o Conselho Nacional dos Direitos
da Pessoa com Deficiência (Conade) e o Conselho Nacional de Combate à
Discriminação e Promoção dos Direitos de LGBT (CNCD/LGBT)
Mentes
ditadoras não suportam a opinião do povo...
A
cultura popular e sua sabedoria empírica sempre nos disseram que quando a
pessoa é soberba, auto-suficiente e arrogante, ela está com “o rei na barriga”
haja estômago pra suportar tanta vaidade.
Tiago
Ortaet
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