MANIFESTUS
... o que te habita...
Você é um lugar! Que lugar é esse?
Tem chão?
Tem cheiro?
Tem cor?
Tem sonhos, curas e dor?
Tem porta? Retrato?
Tem verso abstrato em forma de amor?
Tem gente?
Tem explicação guardada do professor?
Tem barulho ou melodia?
Tem gosto?
Tempo frio ou tempo quente do amor
ausente que arrepia?
Tem gesto?
Tem tato?
Tem notícia, fofoca ou tem fato?
Tem razão ou tolerância, verbo grave ou esperança?
Tem apelo ou rastro do bicho de estimação?
Tem flores?
Tem caos da criação ou a metódica regra
da organização?
É claro ou é escuro?
É longe ou é perto?
Tem água pra purificar ou só areia do
deserto?
Tem céu ou tem teto?
Tem fé ou tem desejo?
Tem estrada-epiderme, boca calada ou saliva
do beijo?
Dá pé ou está além do que vejo?
Tem dia ou a noite nunca termina?
Tem silêncio da madrugada e menina
desesperada?
Tem Sol ou lâmpada que ilumina?
Tem calmaria ou gritaria? Tem beijo de
boa noite?
Tem lenço ou só o choro da parafina?
Tem prisão ou alforria? Tem verso solto
ou olhares de poesia?
Tem tanta falta ou está em alta aquilo
que te satisfaz?
Tem tudo isso e um lampejo de paz!
Poesia-ambulância que transcorre todo o
trajeto existencial e por pura tolerância me socorre nesse leito cultural,
nesse hospício-tal, nesse mundo-precipício, nesse muito mais que isso... Nesse
meu verbo-recital!
Tiago
Ortaet
18/02/2016
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