crônica do Ortaet - 2014 PINGOS DESSE MAR
2014 PINGOS DESSE MAR...
Fui ao circo, fiz cabana, construí desenhos pelo rabisco, andei
pelas areias de Copacabana, imaginei em diferentes arquiteturas infantis, fiz
suco de acerola, chá de hibiscos; joguei bola, dei um gato buiú de presente, vi
cordel, ri repente, vi gato preto cheio de sorte, ajudei alguns vira latas de
rua, transbordei com um teste de gravidez, fiz poesia olhando a lua, gestei
tudo outra vez, pari sonhos novos pro meu coração bater em mais um coração de
menino...
Poetizei meu destino.
Vaguei pela rua com olhar itinerante,
cantarolando e gravando não foi o bastante, daí filmei pra rir depois... Me
endividei mais do que podia; fiz homenagem pro filhote em café da manhã do dia
a dia...
Sofri boicote, mas jamais me acovardaria! Fui em frente, me dei
presente, daqueles que preço nenhum paga.
Fui em militância pela infância em encontro no Rio de
Janeiro, fui passageiro, cliente e manifestante; fiz greve, acampei na porta da
prefeitura, tive tontura e que a fé nos leve... Substanciei a educação como ato
político contra a alienação dos inertes. Já pode acender a ribalta por que eu já sublinhei o script em caixa alta.
Elogiei ações, políticas publicas e profissionais, levei
negligências aos tribunais... Fiz surpresas e fui surpreendido! Me indignei, palestrei
à universitários, provoquei, fui educador ambiental e promessa em campanha
eleitoral... Professei a profissão professor, meu coração palpitou feito brasa
e meu nome foi visitar a Serasa.
Subi o morro pra levar teatro, pra levar esperança, quem tá
nesse mundo tem que entrar na dança, pra nenhuma cadeira ficar vazia. Haja fé e
poesia.
Fotografei pinturas de muros urbanos, fiz palhaçada
carnavalesca nas alturas de carro alegórico em plena avenida; meus olhos
viraram mar por tantas ondas que me pegaram; ondas de emoções líquidas, por todos
os lados... Fui ponto de vista e fé de artista.
Compus letras, músicas, versos e parceria! Sessão tato e
nostalgia! Era tudo o que eu queria. Festejei a felicidades dos que amo e despertei em mim
felicidades novas; comemorei novos sabores, comunguei saberes e professei a
vida em alta voltagem.
Li menos do que eu queria, continuo destrambelhado,
compareci no congresso em dia errado, perdi documentos, fui assaltado, me
atrasei, desanimei e precisei recarregar...
Fui a programa de TV, permaneci com o “ser sério pra quê” ganhei
chá de bebê pelo caçula, brinquei de pula-pula com primogênito que tanto me parece
Ortaet; fiz mergulhos no mar da internet, criei página e suspirei...
Fiz artesanato com a mamãe pra ela se recuperar, beijei com
paixão uma barriga amniótica, protelei a ida ao médico, comprei óculos numa
ótica e imaginei estúdios de TV.
Tirei auto-foto cortando cabeça e antes que eu me esqueça,
fui menino outra vez...
Concluí um ciclo com alunos, fiz reforma, limpei casa,
juntei tralhas, inaugurei batalhas e fiz chazinho pra dormir... Cuidei da
esposa, da mamãe e dos pivetes... Conheci outros meninos com ideais Ortaet´s.
Me decepcionei, cresci, protestei como sempre, tomei
atitude, segui em frente... Rejeitei arrogâncias, combati meus medos e segui
denovo.
Matriculei meu filho num novo colégio; sempre com o lema
“educação prioridade máxima” aqui em casa; terra fértil de poema, fui com muita
gente ao cinema e fiz lição de casa.
Preparei jantares, espalhei amor pelos ares, tomei partido,
quebrei barreiras, me filiei, me desafiei e fui feliz
Cantei, fotografei, criei, senti arrepio, cantei de amor, de
dor, de frio ou de calor, continuei amando o inverno pra equilibrar com o vulcão
que tenho à doar; fluí amor paterno pra eternizar, cantei denovo, lutei por mim
e pelo povo, cantei outra vez, pensei em tudo que já se fez e tentei
diferente... Cancioneiros até quase de manhã, postei amores no instagram e
olhei com olhar eloquente.
Fiz campanha social, li artigo no jornal e me recuperei de
uma suspeita de AVC no hospital; fiz política como há mais de uma década,
debati assuntos, SIGO PERCEBENDO e por falar em política tive que ouvir titica; mas tá valendo!
Fui papai noel novamente, plantei a paz como semente e pra
variar lavei meu olhar!
Permiti que desejos virassem poesia, comprei pão na padaria
e revisitei meus sonhos não-perecíveis...
Fortaleci virtudes, dias incríveis, colhi atitudes e orei pelo que ainda
nem aconteceu.
Fui à terapia, fui o mesmo menino atrevido com ideias
provocadoras nas escolas, recusei refrigerante e entrei nas dietas, conferi
metas e achei intrigante.
Permaneço devoto da arte, fiz o bem, fiz minha parte; creio
num mundo melhor, gerei gentileza ao meu redor...
Chuvisco nesse mar... Imagético, cheio de
amor, poético pra ser Ortaético até o desaguar! Assim 2015 vai chegar!
Tiago Ortaet (um eterno menino aprendiz)
30 de Dezembro de 2014
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