ILUSTRAÇÃO E LEGIÃO NA AULA DE HOJE!!!
CRÔNICA DE UM PROFESSOR SOBRE SUA INFÂNCIA MUSICAL
SOMOS TÃO VOLUME MÁXIMO
Somos tão jovens,
tão fãs e tão partes de sua sonoridade que seus verbos acionados nos instauram provocações.
Somos jovens, hábeis e cheios de vida, mas nenhum de nós mais genial que o
mito, de intensidade do tamanho infinito.
Me autorizo ser coautor
de suas letras, no deleite dos seus pensamentos, dos mais delicados aos mais
eloquentes, suas letras são sempre reticentes, como quem pedisse olhares e
pensamentos para o que vem após o ultimo acorde da canção.
Como se constrói na
mente humana a figura de um ídolo? Quais marcas uma obra artística pode causar
na vida de uma pessoa? Perguntas fáceis de responder quando se trata de uma
existência que se torna além do que a passagem nesse lugar pode suplantar, de
um artista volume alto, mente em fronteira, olhar com alvo e premissa, pela
transgressão a permanente cobiça. Cada um dos que pensam, foi seu destinatário.
Eis o menino legionário!
Eu menino elétrico, cantando
seus protestos em pé sobre um baú de cabeceira da cama velha, baú era palco do meu
subúrbio paulistano, ouvindo um poeta mundano, cama erguida por dois blocos em
casa de periferia, com uma paisagem sonora cheia de poesia da Legião que ouvia.
Uma escova de cabelo era meu microfone particular, onde aos berros, entoava
suas canções, suas histórias de outras gerações que não a minha, cantando suas
melodias e já irrefutavelmente tendo meu coração sequestrado pela sua voraz
poesia. Influenciado pelo irmão mais velho, aos 6 anos já sabia dezenas de
músicas como quem decora a reza da missa, mas minha premissa era o germinal de
mim, pela sonoridade de um trovador urbano.
Hoje, eu, homem da
cultura, propagador da arte e itinerante da poesia que me cria, tenho a honra
de ter tido a sorte de ter esse som como manjedoura do que a sociedade chama de
dom; eu professor, professo suas letras como estandarte, pensamento é onde
nasce a arte.
Sou um cultuador de
sua acidez social, de sua poética latente e acima de tudo de seu posicionamento
ativo na cultura de sua época; sua arte emerge pela eternidade, arte não morre,
nunca!
Nunca esperei com
tanta ansiedade para ver um filme, aliais, ansiedade tem tudo a ver com
juventude!
Somos tão decibéis
das melodias, dos cd’s, dos encantos e da contradição, somos todos espectadores
e personagens coletivos, do pensador ativo, da legião. Somos todos de todos discos,
do que encantou, do vinil, do Renato Russo desse Brasil que ele tanto denunciou.
Tiago Ortaet
tiagoortaet@yahoo.com.br
Abril/2013
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