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Escola em Guarulhos faz virada cultural alternativa para pais e alunos

Por Aline Kátia Melo e Francine Mantovani
Nesse final de semana, enquanto a cidade de São Paulo sediava a 8ª edição da Virada Cultural, a escola Parque Continental Gleba I em Guarulhos (Grande São Paulo) foi palco do III Acampamento de Artes, organizado pelo professor Tiago Nascimento desde 2010.
“O evento conta com autorização dos pais dos alunos, e é previamente comunicado aos vizinhos da escola. Os artistas são todos voluntários, alunos, ex-alunos, pessoas que tem envolvimento com a escola e a comunidade”, explica.
Nesta edição, o público foi de aproximadamente 350 pessoas e cerca de 20 atrações entre dança, música, teatro e oficinas. Foram 14 horas de evento, contendo também jantar e café da manhã ao final.
Alunos assistem à apresentação no Acampamento de Artes, em Guarulhos
As 22h40, foi servido o jantar: lasanha e arroz feitos pelas professoras. O acampamento foi das 19h do sábado às 08h do domingo, quando foi servido o café da manhã com bolos e doces que os alunos levaram. Os estudantes só poderiam sair antes desse horário se estivessem acompanhados dos pais.
Alguns pais foram acompanhar os filhos, como a dona de casa Constância dos Santos, 57. “Nunca tinha ouvido falar de acampamento na escola, deixei de viajar com meu marido para trazer minha filha porque gosto de farra e de dança”, comenta.
“Os adolescentes não têm onde se divertir, as praças próximas são escuras. Assim, é bom abrir a escola uma vez ao ano para os alunos e as famílias”, opinou a Analista de Sistemas Rosangela Lima, 37, que organizou uma oficina sobre fotografia.
Uma equipe com 20 estudantes atuavam como monitores durante o evento, ajudando em tudo: de guarda volumes à limpeza. “Cada ano fica melhor, tem mais pessoas e apresentações”, observou o estudante Daniel Dantas, 15, monitor pelo terceiro ano consecutivo.

Alunos jantam durante evento na escola Parque Continental Gleba I, em Guarulhos
“Espero que seja legal como no ano passado quando minha mãe não me deixou vir”, comentou Eduardo Nascimento, 15, também monitor.
A mudança no relacionamento dos estudantes com a escola é observada pela professora Maria Cristina, 50. “Os alunos se sentem tão integrados que não temos mais problemas com pichações. Eles tratam a escola com mais respeito como se ela fosse uma extensão da casa deles”, diz.
Essa também é a percepção da professora Miriam Brito, 46. “Nos três anos nunca tivemos nenhuma ocorrência negativa. Essa injeção de cultura se reflete na sala de aula e permanece por dias porque eles animam até os colegas que não puderam vir”, conclui.
A vice-diretora da escola, Patrícia Alexandre, 37, apoia a iniciativa “Com essa confraternização, dialogamos melhor com os alunos, que adquirem outra visão dos professores. Guarulhos ainda não tem virada cultural, quem sabe a nossa virada na escola motive o município?”, questiona Patrícia.
Aline Kátia Melo, 28, é correspondente da Jova Rural.
@alinekatia
alinekatia.mural@gmail.com
Francine Mantovani, 28, é correspondente da Pedra Branca.
@franmantovani
francine.mural@gmail.com

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