O banquete de Brasil servido frio Cozinhou no quarto, comeu sonhos vencidos… Ousou sonhar, a despejada! Vida lida, olhares estarrecidos… Caminh ou despedaçada! O fétido da falta de saneamento básico, no barro podre que exalava o aroma da desigualdade chegava mais forte no faro que denunciava a vida sub-humana na primeira grande favela de São Paulo, no bairro do Canindé. Era década de 1.950 na pauliceia suburbana, diante da alcateia que presenciava fome, violência e lama. A inércia dos poderes fede mais do que esgoto a céu aberto. A injustiça social se materializava na pele preta de Carolina e naqueles pivetes, lá da esquina. Assim seguiam os dias da escritora Carolina Maria de Jesus na guerra invisível, travada contra a fome, que de tão abstrata, só doía na barriga de quem sentia. Era preciso expressar em palavras, para a posteridade, tamanho sacrilégio, como quem documenta a própria morte em vida, diante de políticos e politicagens. "O Brasil precisa ser governado por a...