RELEMBRANDO NOSSA PARTICIPAÇÃO NO CURTA-METRAGEM DO RAPPER CRIOLO EM 2014


O MC, cantor e compositor Criolo lançou, em outubro de 2013, o single Duas de Cinco que traz duas faixas inéditas: Duas de Cinco e Cóccix-ência. As músicas chamaram a atenção do diretor brasileiro Denis Cisma, que, em uma troca de ideias com Criolo e o produtor musical Daniel Ganjaman, revelou o desejo de filmar um videoclipe no bairro de origem do MC, o Grajaú, na zona sul de São Paulo. O resultado, um filme de curta-metragem, pode ser assistido no site do cantor (http://criolo.net/) ou em seu canal no Youtube.
Desde o início, o diretor imaginava um registro do bairro paulistano em um futuro próximo, daqui 30 anos, no ano de 2044. Com ares de super produção cinematográfica, no entanto, essa era uma ideia muito ambiciosa para se realizar sem grandes recursos financeiros, uma vez que Criolo é um artista independente, mas que mostrou-se possível com suporte da comunidade do Grajaú e da equipe de produção.
Quase todo o elenco de apoio é composto por amigos do cantor e moradores do bairro, a grande maioria ‘atores’ de primeira viagem. O elenco principal é formado pelos jovens Daniel Dantas, Morgana Naughty e Léo Loá, estudantes convocados para o filme com a ajuda do professor do núcleo de teatro do CEU Jaçanã, Tiago Ortaet. Daniel Dantas, personagem principal, aluno de Ortaet desde os 5 anos, afirma não ter tido nenhuma dificuldade em encontrar sua personagem, por já ter encenado papéis semelhantes no teatro.
“Para realizar esse projeto, contamos com o envolvimento de grandes profissionais com o quais eu já havia trabalhado na publicidade. Isso contribuiu muito para chegarmos a um bom resultado final porque, ainda que houvesse um roteiro a seguir, eu deixei todos livres para trazerem suas próprias ideias do futuro e foi o que aconteceu”, conta Cisma, cuja inspiração principal para o filme foi o longa Distrito 9, de Neill Blomkamp. “Conseguimos imprimir elementos futuristas e, ao mesmo tempo, mostrar que se o ciclo em que vivemos não for interrompido, o futuro, que já está se mostrando, não será a maravilha que todos imaginam”, afirma o diretor.
O roteiro, assinado pelo próprio Cisma, conta a história de três jovens que matam aula para cometer crimes. O ano é 2044, mas a realidade socioeconômica do Brasil pouco mudou. Os avanços da tecnologia, no entanto, possibilitam a farta disponibilidade dos mais diversos gadgets, drones e impressoras 3D, mesmo nos bairros menos favorecidos. De caráter propositalmente pessimista, o videoclipe serve também como um alerta para o futuro que nos espera.
A pós-produção do filme ficou a cargo da Clan VFX. A reprodução futurista de equipamentos tecnológicos como celulares, computadores e impressoras 3D levou três meses para ser concluída. A Paranoid assina a produção.

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