PARA QUEM NÃO ASSISTIU A MATÉRIA DO FANTÁSTICO (TV GLOBO) SEGUE-A REDIGIDA * vamos estudando e investigando as possibilidades de intervenção na escola
Artista americano que se inspirou no Brasil ganha reconhecimento mundial.
Mark Jenkins produz figuras de todos os tipos, inclusive humanas, usando o próprio corpo como molde. Fotos na internet deram visibilidade ao artista.
Na Polônia, um cabo de guerra precário, na lage do prédio.
No centro do Rio, um homem se apoia na parede, com um cone enfiado na cabeça. E
na capital da Irlanda, o perigo parece ser ainda maior.
A arte urbana de Mark Jenkins surpreende, às vezes com
humor, às vezes pelo absurdo. O difícil é ignorar o que um americano de 43 anos
coloca em lugares públicos, ao redor do mundo. E tudo começou no Brasil.
O Rio de Janeiro transformou Mark Jenkins. Dez anos atrás,
ele chegou a Copacabana como professor de inglês. Foi embora, um ano depois,
como artista.
Mark viu brasileiros criando arte nas ruas e se inspirou.
Também desenvolveu uma técnica simples de produzir figuras de todos os tipos,
inclusive humanas. Com a ajuda da namorada, a boliviana Sandra Fernandez, e com
todos os cuidados para continuar respirando, ele usa o próprio corpo como
molde.
A primeira camada é um filme plástico. Sobre ela, centenas
de pedaços de fita adesiva vão sendo colados. A fita é resistente, usada para
fechar pacotes. Quando a parte do corpo está totalmente coberta, a camada de fita
adesiva é cortada e o molde completa uma das figuras humanas. Elas são
reforçadas com uma armação de madeira e com cimento por dentro. As roupas, os
sapatos, são do próprio Mark Jenkins.
Como eu nunca estudei arte, ele diz, achei que não
conseguiria expor meu trabalho em uma galeria, então resolvi colocar uma das
minhas figuras em uma caçamba de entulho, na rua onde eu morava, no Rio. Eu
fiquei na janela vendo a reação das pessoas. É uma experiência social e isso é
o que me interessa mais.
Mark foi colocando fotos dos trabalhos na internet e chamou
a atenção do artista urbano mais famoso do momento, o londrino Banksy. Mark e
Sandra foram à Inglaterra e, a partir daí, as portas internacionais começaram a
se abrir. Como em uma feira de arte em Miami. Logo na entrada do evento, o
público se depara com dois bonecos em posição de ataque. Em vez de armas,
carregam rolos de papel higiênico. A curiosidade de quem passa pelas obras é
inevitável.
Hoje, uma peça de Mark Jenkins é vendida por mais de € 10
mil, cerca de R$ 31 mil.
Os críticos, diz Mark Jenkins, podem olhar para o que eu
faço e afirmar que isso não é arte, é apenas alguém armando cenas engraçadas na
rua. Eu mesmo não me vejo como um grande artista. Isso é apenas o que eu gosto
de fazer. Mas se todos morressem amanhã e eu fosse o único sobrevivente sobre a
terra, continuaria moldando e colocando essas esculturas na rua.
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