SESSÃO POESIA-ANTROPOFAGIA DE Tiago Ortaet


CARAMELO
Como quem procura um endereço desse não-lugar
Quase esqueço o que posso inventar e adormeço nesse desaguar
Submergindo; sufocando, mas se refazendo...
Um ar a mais...
Numa típica, nada tímida rebeldia em poesia do mirar
Paro e volto, solto o verbo pra prender o acaso
De passeio, aos olhares,desse encontrar, lendo a numeração crescente de calendário
Crescem as rotas desse trajeto, diminuem as notas desse objeto, objeto cantar, objeto suspirar, objeto ousar que tanto necessito.
Um xadrez imaginário pela pele que habito
Epiderme que faço morada;
Um diário que ressuscito
Como quem procura o destinatário desse imaginário – um velho rito!
A que preço pode se achar?
Nas curvas desse destino, pele de menino e palavras a adoçar
Olhar moinho, no desatino desse caminho, atuações a reestrear
Ato um, cena dois; um tempero a mais que só feijão com arroz
Teatro real, olhar especial, toque que me toca; verbo tocar
Meu transito me interdita, mas o Deus da plenitude por atitude me legaliza
Nas ruas sem saída desse caminho par, eis que alguém me avisa
deságua- quero -  acalma – espero – transborda – da tela – mero - belo – teatro- caramelo
Do padrão à contramão, todas as vias me lembram que viver é transgressão
já não sabe se vai sozinho pelas alamedas desse caminho
mas vai sem pudores nos auto-favores desse meu coração.
Tiago Ortaet
Junho de 2012 
(sob registro no 4 cartório)

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