TEXTO "Tráfico Negreiro e Escravismo no Brasil I e II" da PROFESSORA ROSNEY ÀS 6ªs e 7ªs séries INTERDISCIPLINAR com ARTES
RESUMO DA PROFESSORA DE HISTÓRIA COM PESQUISA EM TEXTOS DIVERSOS SOBRE O TEMA ABORDADO.
IMAGEM DO PINTOR RUGENDAS RETRATANDO ATRAVÉS DE SUA PINTURA O NAVIO NEGREIRO NO BRASIL.
PROF. TIAGO ORTAET
I - Tráfico Negreiro e Escravismo no Brasil
O tráfico negreiro remonta as origens da expansão portuguesa pela Africa, onde ja existia um comércio milenar de escravos, que fora reforçado e controlado pela expansão muçulmana desde o século IX d.C. Os portugueses aproveitaram-se dessa rede escravista para obter mão de obra barata. Nas primeiras décadas após sua chegada a América, os portugueses não desenvolveram a produção do açucar por diversos motivos. A princípio conformaram-se com aquilo que encontraram e que poderia ser comercialmente interessante: o pau-brasil e a exploração da costa. Foi apenas a partir de 1530 que os protugueses iniciaram a colonização e introduziram fazendas que plantavam cana e produziam açúcar. Os indígenas constituiram, por muitas décadas, parte considerável da mão de obra, entretanto, não bastavam e mesmo quando capturados em regioes distantes das fazendas escravistas eles impunham resistência e fugiam com facilidade por conhecerem bem a região.
Com isso a incorporação de escravos africanos tornou-se mais viável, eles não conheciam a região, eram originários de diferentes tribos e ao serem misturados a comunicação entre eles tornava-se difícil. O africano era lucrativo como mercadoria e como trabalhador compulsório.
A viagem para o Brasil era dramática, cerca de 40% dos negros embarcados morriam durante a viagem nos porões dos navios negreiros, que os transportavam. Mas no final da viagem sempre havia lucro. Apesar destes fatores que facilitavam o controle dos escravos africanos pelos portugueses, este mantinham resistência e também fugiam, assim desde o início do século XVII, surgiram comunidades de fugitivos, os quilombos, e o maior deles, Palmares, durou quase um século (1605-1694). O quilombo era uma espécie de estado independente, que desafiava a ordem colonial vigente.
No séc. XVIII foram descobretas minas no que viria a ser o Estado de Minas Gerais, depois nos atuais Estados da Bahia, Goias e Mato Grosso além de São Paulo. A mineração era uma atividade urbana e ainda mais du ra e arriscada. A crise na mineração, assim como a da cana de açúcar, não pôs fim ao escravismo. O tráfico negreiro representava uma atividade econômica muito lucrativa que beneficiava todos os envolvidos na comercialização dos escravos, havia um comércio triangular entre portugal, Brasil e Africa com agentes econômicos nos três continentes.
As formas de resistência mais comuns eram realizadas em grupo ou individualmente, eles buscavam segurança em matas, rochedos ou serras. Havia ainda a organização de cooperativas de libertos, para conseguir donativos e a compra de cartas de alforria, documento que concedia a liberdade ao escravo. O quilombo dos palmares foi considerado um símbolo de resistência, pois foi a maior comunidade de escravos fugidos que existiu no Brasil e que resistiu por quase um século. O nome palmares vem da grande quantidade da palmeira pindoba existente na região, que era montanhosa e de difícil acesso, instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas, neste quilombo a principal atividade econômica dos negros fugitivos era os engenhos de açúcar. Havia ainda o quilombo de Ambrósio, na Serra da Canastra, MG, estes tinham como atividade econômica a mineração e ainda o quilombo Manoel Congo, RG e trabalhavam com agricultura, mineração e escravos urbanos nas cidades próximas.
Um dos mais conhecidos exemplos de resitencia foi Zumbi dos Palmares, durante muito tempo liderou o quilombo mas foi capturado e morto em 20 de novembro 1695.
1) Porque os portugueses não iniciaram a produção de açúcar logo que chegaram ao “Brasil”?
2) Porque os portugueses não aproveitaram somente a mão de obra indígena? 3) Porque os indíos tinham melhores condições de fuga? 4) Porque era mais viável utilizar os indios africanos como escravos na América? 5) Qual o indice de perda de escravos durante as viagens da Africa até aqui? 6) Apesar das dificuldades os escravos africanos “resitiram” de que forma? 7) O que eram os quilombos citados no texto? 8) Onde estava localizado o quilombo dos palmares? 9) Qual era as atividades econômicas praticadas pelos quilombos?
10) A data 20 de novembro lhe remete a alguma festividade da atualidade?
II - Tráfico Negreiro e Escravismo
Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído e surpreendido, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares." Zumbi é hoje, para determinados segmentos da população brasileira, um símbolo de resistência. Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra. É também um dos nomes mais importantes da Capoeira
A data de sua morte foi escolhida para lembrar e buscar a “consciência negra” da sociedade brasileira. Mas e 13 de maio de 1888? fim da escravidão no Brasil? Apesar desta data ser importante para nossa História,ela não mudou a realidade dos negros. Os escravos libertos e seus descendentes não eram tratados igualmente depois da abolição da escravatura e, até hoje, a luta pela igualdade racial continua. Por isso, uma nova data, mais representativa, foi escolhida.
Por isso, dia 20 de novembro é um dia de liberdade para os corações de todos os brasileiros. Dia de refletir e conversar sobre a igualdade de direitos entre as pessoas, homens ou mulheres, negros ou brancos.
No Brasil, a finalidade da reserva de cotas para negros é reduzir uma imensa dívida da sociedade para com os negros. Os negros foram seqüestrados na África, famílias foram separadas, muitos morreram nas ações de captura, transportados em navios (apelidados como "negreiros"), sofrendo toda espécie de privação e humilhação, física e moral (açoites e vários tipos de tortura, prisões, marcas de ferro em brasa no corpo para colocar a marca do "proprietário", sevícias, estupros etc) [01], para trabalharem, como escravos, num país estranho e distante: o Brasil.
Hoje, a raça negra integra o imenso leque de povos que formam o Brasil. Contudo, é fácil perceber a situação de desvantagem dos negros em relação às demais raças. Basta ver que na USP (Universidade de São Paulo), os negros são apenas 1,39% dos trinta e nove mil alunos, o que é irrisório ao se verificar que 45% da população brasileira é negra. Demonstra, ainda, a desigualdade social: dos vinte e quatro milhões de analfabetos existentes no Brasil, 61% são negros.
Existem aqueles que afirmam que o negro será humilhado por ingressar na faculdade ou no serviço público pela reserva de cota. Ou ainda, que ficará estigmatizado em sua vida profissional. Creio que humilhante é não existir médico negro, juiz negro, promotor negro, advogado negro, dentista negro, veterinário negro, jornalista negro, funcionário público negro, na mesma proporção (aproximada) que deveria ser em relação à população brasileira, formada, repita-se, de 45% de negros.
Professora Rosney - História
RUGENDAS (Johann Moritz), pintor e desenhista alemão (Augusburg, 1802 - Weilheim, 1858). Contratado como desenhista da expedição científica do barão de Langsdorff, chegou ao Brasil em 1821. Pintou e anotou aspectos de regiões brasileiras, suas paisagens, costumes, tipos, indígenas. Sua obra, editada no Brasil (1940) com o título de Viagem pitoresca através do Brasil, reúne cem pranchas da edição original (1835) e mais dez inéditas. Autor de mais de 3.000 desses trabalhos, pintou ainda aspectos de vários países latino-americanos que visitou
Prof. Tiago Ortaet
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IMAGEM DO PINTOR RUGENDAS RETRATANDO ATRAVÉS DE SUA PINTURA O NAVIO NEGREIRO NO BRASIL.
PROF. TIAGO ORTAET
I - Tráfico Negreiro e Escravismo no Brasil
O tráfico negreiro remonta as origens da expansão portuguesa pela Africa, onde ja existia um comércio milenar de escravos, que fora reforçado e controlado pela expansão muçulmana desde o século IX d.C. Os portugueses aproveitaram-se dessa rede escravista para obter mão de obra barata. Nas primeiras décadas após sua chegada a América, os portugueses não desenvolveram a produção do açucar por diversos motivos. A princípio conformaram-se com aquilo que encontraram e que poderia ser comercialmente interessante: o pau-brasil e a exploração da costa. Foi apenas a partir de 1530 que os protugueses iniciaram a colonização e introduziram fazendas que plantavam cana e produziam açúcar. Os indígenas constituiram, por muitas décadas, parte considerável da mão de obra, entretanto, não bastavam e mesmo quando capturados em regioes distantes das fazendas escravistas eles impunham resistência e fugiam com facilidade por conhecerem bem a região.
Com isso a incorporação de escravos africanos tornou-se mais viável, eles não conheciam a região, eram originários de diferentes tribos e ao serem misturados a comunicação entre eles tornava-se difícil. O africano era lucrativo como mercadoria e como trabalhador compulsório.
A viagem para o Brasil era dramática, cerca de 40% dos negros embarcados morriam durante a viagem nos porões dos navios negreiros, que os transportavam. Mas no final da viagem sempre havia lucro. Apesar destes fatores que facilitavam o controle dos escravos africanos pelos portugueses, este mantinham resistência e também fugiam, assim desde o início do século XVII, surgiram comunidades de fugitivos, os quilombos, e o maior deles, Palmares, durou quase um século (1605-1694). O quilombo era uma espécie de estado independente, que desafiava a ordem colonial vigente.
No séc. XVIII foram descobretas minas no que viria a ser o Estado de Minas Gerais, depois nos atuais Estados da Bahia, Goias e Mato Grosso além de São Paulo. A mineração era uma atividade urbana e ainda mais du ra e arriscada. A crise na mineração, assim como a da cana de açúcar, não pôs fim ao escravismo. O tráfico negreiro representava uma atividade econômica muito lucrativa que beneficiava todos os envolvidos na comercialização dos escravos, havia um comércio triangular entre portugal, Brasil e Africa com agentes econômicos nos três continentes.
As formas de resistência mais comuns eram realizadas em grupo ou individualmente, eles buscavam segurança em matas, rochedos ou serras. Havia ainda a organização de cooperativas de libertos, para conseguir donativos e a compra de cartas de alforria, documento que concedia a liberdade ao escravo. O quilombo dos palmares foi considerado um símbolo de resistência, pois foi a maior comunidade de escravos fugidos que existiu no Brasil e que resistiu por quase um século. O nome palmares vem da grande quantidade da palmeira pindoba existente na região, que era montanhosa e de difícil acesso, instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas, neste quilombo a principal atividade econômica dos negros fugitivos era os engenhos de açúcar. Havia ainda o quilombo de Ambrósio, na Serra da Canastra, MG, estes tinham como atividade econômica a mineração e ainda o quilombo Manoel Congo, RG e trabalhavam com agricultura, mineração e escravos urbanos nas cidades próximas.
Um dos mais conhecidos exemplos de resitencia foi Zumbi dos Palmares, durante muito tempo liderou o quilombo mas foi capturado e morto em 20 de novembro 1695.
1) Porque os portugueses não iniciaram a produção de açúcar logo que chegaram ao “Brasil”?
2) Porque os portugueses não aproveitaram somente a mão de obra indígena? 3) Porque os indíos tinham melhores condições de fuga? 4) Porque era mais viável utilizar os indios africanos como escravos na América? 5) Qual o indice de perda de escravos durante as viagens da Africa até aqui? 6) Apesar das dificuldades os escravos africanos “resitiram” de que forma? 7) O que eram os quilombos citados no texto? 8) Onde estava localizado o quilombo dos palmares? 9) Qual era as atividades econômicas praticadas pelos quilombos?
10) A data 20 de novembro lhe remete a alguma festividade da atualidade?
II - Tráfico Negreiro e Escravismo
Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído e surpreendido, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares." Zumbi é hoje, para determinados segmentos da população brasileira, um símbolo de resistência. Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra. É também um dos nomes mais importantes da Capoeira
A data de sua morte foi escolhida para lembrar e buscar a “consciência negra” da sociedade brasileira. Mas e 13 de maio de 1888? fim da escravidão no Brasil? Apesar desta data ser importante para nossa História,ela não mudou a realidade dos negros. Os escravos libertos e seus descendentes não eram tratados igualmente depois da abolição da escravatura e, até hoje, a luta pela igualdade racial continua. Por isso, uma nova data, mais representativa, foi escolhida.
Por isso, dia 20 de novembro é um dia de liberdade para os corações de todos os brasileiros. Dia de refletir e conversar sobre a igualdade de direitos entre as pessoas, homens ou mulheres, negros ou brancos.
No Brasil, a finalidade da reserva de cotas para negros é reduzir uma imensa dívida da sociedade para com os negros. Os negros foram seqüestrados na África, famílias foram separadas, muitos morreram nas ações de captura, transportados em navios (apelidados como "negreiros"), sofrendo toda espécie de privação e humilhação, física e moral (açoites e vários tipos de tortura, prisões, marcas de ferro em brasa no corpo para colocar a marca do "proprietário", sevícias, estupros etc) [01], para trabalharem, como escravos, num país estranho e distante: o Brasil.
Hoje, a raça negra integra o imenso leque de povos que formam o Brasil. Contudo, é fácil perceber a situação de desvantagem dos negros em relação às demais raças. Basta ver que na USP (Universidade de São Paulo), os negros são apenas 1,39% dos trinta e nove mil alunos, o que é irrisório ao se verificar que 45% da população brasileira é negra. Demonstra, ainda, a desigualdade social: dos vinte e quatro milhões de analfabetos existentes no Brasil, 61% são negros.
Existem aqueles que afirmam que o negro será humilhado por ingressar na faculdade ou no serviço público pela reserva de cota. Ou ainda, que ficará estigmatizado em sua vida profissional. Creio que humilhante é não existir médico negro, juiz negro, promotor negro, advogado negro, dentista negro, veterinário negro, jornalista negro, funcionário público negro, na mesma proporção (aproximada) que deveria ser em relação à população brasileira, formada, repita-se, de 45% de negros.
Professora Rosney - História
RUGENDAS (Johann Moritz), pintor e desenhista alemão (Augusburg, 1802 - Weilheim, 1858). Contratado como desenhista da expedição científica do barão de Langsdorff, chegou ao Brasil em 1821. Pintou e anotou aspectos de regiões brasileiras, suas paisagens, costumes, tipos, indígenas. Sua obra, editada no Brasil (1940) com o título de Viagem pitoresca através do Brasil, reúne cem pranchas da edição original (1835) e mais dez inéditas. Autor de mais de 3.000 desses trabalhos, pintou ainda aspectos de vários países latino-americanos que visitou
Prof. Tiago Ortaet
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