ADOLESCÊNCIA A DERIVA
Noite chuvosa de trânsito caótico em São Paulo, água por todos os lados, estava a caminho da faculdade, quando minha vista embaçada pelos óculos molhados, avista uma jovem ofegante que se aproximou e sentou ao meu lado. Estava naquele transporte público, que chamam de lotação, mas que poderia facilmente ser chamado de embarcação, tamanha era o aguaceiro da tempestade. A garota puxou assunto comigo me pedindo ajuda por que não sabia como chegar a um bairro da zona leste de São Paulo, onde ela havia marcado um encontro com uma mulher. Por instinto jornalístico fiquei curioso para saber mais detalhes daquela história que se apresentava diante de mim, mas me restringi a explicar como fazer para ela chegar ao seu destino. A pista virando um mar lá fora, ela navegando na Internet e eu boiando sobre o papo que ela fazia com alguém, por áudios. Era visível sua ansiedade. A todo momento ela puxava assunto e eu mesmo sem querer muito papo, por causa de um...