PROFESSOR TIAGO ORTAET - SOBRE O CASO CHARLIE HEBDO

Olá caros amigos, fui instigado pela grande amiga e mestre Professora Fernanda Macahiba da Unicamp; para que expusesse minhas reflexões sobre o caso Charlie Hebdo, como não fujo de assuntos polêmicos eis o que articulo:

Liberdade de expressão deve ser honra cátedra de toda e qualquer sociedade democrática; sendo assim vou direto ao ponto, sem rodeios: Eu não tenho nenhum problema em afirmar e apoiar no sentido homérico e alusão humanista perante à questão – EU SOU CHARLIE!!! Diferente de alguns colegas que publicaram a frase e logo depois com a onda contrária, se preocuparam em atualizar seus status com medo de parecerem politicamente incorretos. E explico por que minha ênfase para a frase. Quando a frase virou lema em poucos minutos, como virais típicos da contemporaneidade virtual, sintoma dos nossos tempos intensos, porém efêmeros; com a mesma velocidade apareceram posts em redes sociais dizendo “Eu não sou Charlie” contrapondo a corrente de repúdio aos atos animalescos, selvagens e terroristas dos quais os artistas franceses sofreram; por detrás dessa frase de negativa, está uma também justa defensiva de que é preciso respeitar a religião alheia, em alusão às caricaturas ao profeta Maomé, consideradas ofensivas pelos muçulmanos.
Me atenho agora às questões que para mim são FUNDAMENTAIS para se pensar sobre esse caso:
1) Senso de humor é importante, porém o humor é subjetivo, você pode não gostar, não achar graça e por julgar de mal gosto você tem o direito de não ver, de não comprar o jornal. Agora qual direito tiveram as vitimas dos terroristas???
2) Comparar uma piada de mal gosto com tamanha atrocidade cometida, com a brutal morte de dezenas de pessoas é pra mim descomunal, fora de proporção.
3) O humor ácido do jornal satírico francês possui sim apelativos há décadas com diversas questões polêmicas e não apenas com o Islamismo. É importante não pendermos para a infundada justificativa (que muitos se apropriam em discursos prontos nas redes sociais) de que os cartunistas provocaram a própria morte. Essa tendência de culpar a vitima está sempre presente nas redes sociais, pois são mais fáceis de exprimir e não requer novos horizontes.
4) Evidentemente não se deve demonizar nenhuma religião ou cultura; mas ao meu ver, a frase “EU SOU CHARLIE” não tem esse propósito, de apoiar todas charges, desenhos, piadas contra as religiões de forma irrestrita, óbvio que não; o que claramente está por trás dessa frase símbolo das manifestações pelo mundo é que “EU SOU CHARLIE, POR QUE É INADMISSÍVEL QUE UMA PIADA, MESMO DE MAL GOSTO, SEJA MOTIVADORA DE ATOS TERRORISTAS”
5) Jamais apoiaria atos de fundamentalistas religiosos que matam em nome de um Deus perverso, mas também entendo que essa NÃO É A PRÁTICA E PENSAMENTO RELIGIOSO DA MAIORIA DOS MUÇULMANO, mas sim de uma minoria de psicopatas que precisam apenas de um motivo pra justificar a barbárie.
Prefiro o barulho das opiniões controversas do que o das metralhadoras apontadas para a cabeça dos artistas, simples assim!
Tiago Ortaet

Foto: Olá caros amigos, fui instigado pela grande amiga e mestre Professora Fernanda Macahiba da Unicamp; para que expusesse minhas reflexões sobre o caso Charlie Hebdo, como não fujo de assuntos polêmicos eis o que articulo:

Liberdade de expressão deve ser honra cátedra de toda e qualquer sociedade democrática; sendo assim vou direto ao ponto, sem rodeios: Eu não tenho nenhum problema em afirmar e apoiar no sentido homérico e alusão humanista perante à questão – EU SOU CHARLIE!!! Diferente de alguns colegas que publicaram a frase e logo depois com a onda contrária, se preocuparam em atualizar seus status com medo de parecerem politicamente incorretos. E explico por que minha ênfase para a frase. Quando a frase virou lema em poucos minutos, como virais típicos da contemporaneidade virtual, sintoma dos nossos tempos intensos, porém efêmeros; com a mesma velocidade apareceram posts em redes sociais dizendo “Eu não sou Charlie” contrapondo a corrente de repúdio aos atos animalescos, selvagens e terroristas dos quais os artistas franceses sofreram; por detrás dessa frase de negativa, está uma também justa defensiva de que é preciso respeitar a religião alheia, em alusão às caricaturas ao profeta Maomé, consideradas ofensivas pelos muçulmanos. 
Me atenho agora às questões que para mim são FUNDAMENTAIS para se pensar sobre esse caso:
1) Senso de humor é importante, porém o humor é subjetivo, você pode não gostar, não achar graça e por julgar de mal gosto você tem o direito de não ver, de não comprar o jornal. Agora qual direito tiveram as vitimas dos terroristas???
2) Comparar uma piada de mal gosto com tamanha atrocidade cometida, com a brutal morte de dezenas de pessoas é pra mim descomunal, fora de proporção.
3) O humor ácido do jornal satírico francês possui sim apelativos há décadas com diversas questões polêmicas e não apenas com o Islamismo. É importante não pendermos para a infundada justificativa (que muitos se apropriam em discursos prontos nas redes sociais) de que os cartunistas provocaram a própria morte. Essa tendência de culpar a vitima está sempre presente nas redes sociais, pois são mais fáceis de exprimir e não requer novos horizontes.
4) Evidentemente não se deve demonizar nenhuma religião ou cultura; mas ao meu ver, a frase “EU SOU CHARLIE” não tem esse propósito, de apoiar todas charges, desenhos, piadas contra as religiões de forma irrestrita, óbvio que não; o que claramente está por trás dessa frase símbolo das manifestações pelo mundo é que “EU SOU CHARLIE, POR QUE É INADMISSÍVEL QUE UMA PIADA, MESMO DE MAL GOSTO, SEJA MOTIVADORA DE ATOS TERRORISTAS”  
5) Jamais apoiaria atos de fundamentalistas religiosos que matam em nome de um Deus perverso, mas também entendo que essa NÃO É A PRÁTICA E PENSAMENTO RELIGIOSO DA MAIORIA DOS MUÇULMANO, mas sim de uma minoria de psicopatas que precisam apenas de um motivo pra justificar a barbárie. 
Prefiro o barulho das opiniões controversas do que o das metralhadoras apontadas para a cabeça dos artistas, simples assim!
Tiago Ortaet
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