CONFESSIONÁRIO
CONFESSIONÁRIO - UM MAR DE SENTIMENTOS
EDUCAR PARA MIM É UM MAR DE SENTIMENTOS, UM MAR A SER DESBRAVADO COM CORAGEM E HUMILDADE, COM INSISTÊNCIA E PROTAGONISMO... OUVIR É ESSENCIAL!!!
EDUCAR PARA MIM É UM MAR DE SENTIMENTOS, UM MAR A SER DESBRAVADO COM CORAGEM E HUMILDADE, COM INSISTÊNCIA E PROTAGONISMO... OUVIR É ESSENCIAL!!!
ESSA PÁGINA É BASTANTE PESSOAL, ONDE EXPONHO PERCEPÇÕES SOBRE DETALHES QUE PODERIAM PASSAR DESAPERCEBIDOS, MAS QUE FAÇO QUESTÃO DE CONFESSAR A TODOS VOCÊS, MEUS ESTUDANTES, MEUS AMIGOS PROFESSORES, PAIS DESSES JOVENS E COMUNIDADE EM GERAL.
DO MESMO MODO, OS ALUNOS JÁ FORAM CONVIDADOS A SE EXPRESSAREM QUANDO SENTIREM A VONTADE.
AS SENTIMENTALIDADES, OS AFETOS, A AMABILIDADE HUMANA É ESSÊNCIA DE UMA PRODUÇÃO ARTÍSTICA COM VÍNCULOS FORTES ENTRE PROFESSOR E ALUNO.
ESTE ESPAÇO SERÁ ATUALIZADO A MEDIDA QUE SURGIREM HISTÓRIAS A "FLOR DA PELE" HISTÓRIAS INTERMEDIADAS PELA ARTE, PELA ARTE DE VIVER...
PROFESSOR ORTAET SOBRE O CASO "CHARLIE HEBDO"
UM PRESENTE QUE SEMPRE ESTARÁ PRESENTE NA MINHA MENTE!!!
Em 2007 um dos meus mais dedicados alunos criou um quadro lindo pra me presentear. Uma pintura de um super-herói, pintado num azulejo.
Eu fiquei super emocionado e surpreso com tamanha sensibilidade e sabia que aquela criança ainda seria meu parceiro das artes, meu amigo de trabalhos, por que via nele um talento raro e uma dedicação extrema para as práticas artísticas, além é claro, de ser muito afetivo.
Hoje ele é um jovem promissor, que está inciando a vida adulta, cheio de sonhos, um futuro universitário das ARTES, desenhista e fotógrafo!
ORGULHO DE TER SIDO SEU PROFESSOR!
Já dividimos palco em espetáculo da Trupe Ortaética e recentemente ele ilustrou meu livro infantil que será lançado no ano que vem.
É o Rodrigo Marcelo Lacerda Medrado!!!
Enfim, que outros meninos e meninas dispostos aos mergulhos artísticos despontem para o mundo!
Gratidão ao universo!!! Missão cumprida, para outras surgirem!
Ortaet Dez/2014
CUMPRI MINHA PROMESSA DE LEVAR AQUELAS CRIANÇAS DA TERCEIRA, QUARTA SÉRIE ATÉ O ULTIMO ANO DO ENSINO MÉDIO, JUNTOS!!!
SINAL TOCANDO PRA HORA DA SAÍDA...
AOS MEUS SEMPRE ESTUDANTES!!! (mas que a vida chama de ex-alunos)
8 anos de convivência!!! Isso já explicaria facilmente minha emoção; mas eu prefiro dizer mais... Queridos seres HUMANOS que eu vi crescer, amigos dos dias letivos, do amor nativo que é tão vivo dentro de mim, estou aqui em palavras mais uma vez para contar essa história linda, nossa história PROFESSOR-ALUNO, de muitos capítulos; muitos anos, desse teatro lindo da vida real, sem roteiro antecipado, de nossos dias de aulas nesses anos todos... Mas dessa vez o meu “Era uma vez...” é feliz pela história escrita, mas triste pela partida, não sou bom com partidas, me parto ao meio mesmo sabendo que é pelo bem, por que metade de mim festeja o vôo novo desses meus amigos e outra metade vê fotos velhas numa sala de aula.
É nostálgico, como sempre será toda vez que eu me lembrar que tive um grupo grandão de jovens que me recebia com gritaria numa porta de sala de aula, por que ali era a porta de um mundo nosso... Reinventado!
Alguns de vocês eu acompanho desde as primeiras séries do ensino fundamental; mas fundamental mesmo é a relação que criamos! Nada mais é mais importante nesses anos todos.
Entrei na vida de vocês quando vocês ainda eram crianças... Eu um jovem universitário cheio de sonhos e cheio de vontade de acolher aquelas crianças bagunceiras (mas não mais bagunceiras do que eu, rsrsrs) cheguei com a ideia de fazer das aulas encontros e dos encontros bons motivos pra ser feliz, por que não acho que nada é por acaso nessa vida!
Mesmo que eu diga mais e mais e mais, as palavras podem se esgotar, mas a vontade de expressar o que significa isso pra mim não!
Eu sou feliz por ter conduzido essa geração de jovens tão promissores, sensíveis e PARCEIROS, que me fizeram tantas homenagens e surpresas. E devo confessar que as melhores homenagens que recebi durante todo esse tempo, nem foram as oficiais em protocolos formais, mas com certeza, as simples, como os olhares de confiança, respeito e gratidão; as conversas e abraços! Eu me esforcei muito pra fazer das aulas de ARTES momentos marcantes, que houvesse mais que simplesmente “conteúdos de algo” mas que sobretudo fizéssemos valer o conteúdo de nossas vidas, pois quando compartilhamos da vida um do outro o significado de escola MUDA! E pra falar a verdade: eu só sei pensar escola assim!!!
Foram tantos eventos ousados, tanta ansiedade junta, viradas culturais, cafés das artes, filmes e festivais; batuques em carteiras, histórias juvenis de um blog cultural, liderança, brincadeiras, exposições, confiança e emoções... Centenas de saídas por aí, saraus, risadas, troféus, lágrimas e “Ortaet tamo junto” e eu digo “Galera eu amo vocês”
Vi em cada um de vocês a mim mesmo, vi meus talentos e minhas limitações, meus afetos e carências, minhas lutas e barreiras, vi meus alunos, cheios de LUZ, como uma constelação, que faz do meu céu, uma noite bem iluminada! Obrigado por fazerem parte dessa quase década de companheirismo! Por onde forem levarão nossas aulas de ARTE na mente e no coração.E um dia quando estivermos bem velhinhos (eu um pouco mais, só um pouco mais que vocês rsrsrs) vamos olhar as fotos e rir do sabor por saber que o gosto dessa história teve o melhor tempero da vida: O amor! Voem longe, sonhem sempre, desbravem o mundo por que eu vou aplaudi-los! Tiago Ortaet náufrago de lágrimas num final de ano para começo de novos tempos! Dezembro de 2014
ENTREVISTA AO JORNALISTA EFRAIN CAETANO
SENSIBILIDADE É COMO ÁGUA ESCORRE DOS OLHOS...
CRÔNICA DE UM PROFESSOR SOBRE SUA INFÂNCIA MUSICAL
MAIS UMA CRÔNICA DE UM PROFESSOR QUE PROFESSA SUA ARTE
BAÚ DO AGORA
Olá caros amigos, fui instigado pela grande amiga e mestre Professora Fernanda Macahiba da Unicamp; para que expusesse minhas reflexões sobre o caso Charlie Hebdo, como não fujo de assuntos polêmicos eis o que articulo:
Liberdade de expressão deve ser honra cátedra de toda e qualquer sociedade democrática; sendo assim vou direto ao ponto, sem rodeios: Eu não tenho nenhum problema em afirmar e apoiar no sentido homérico e alusão humanista perante à questão – EU SOU CHARLIE!!! Diferente de alguns colegas que publicaram a frase e logo depois com a onda contrária, se preocuparam em atualizar seus status com medo de parecerem politicamente incorretos. E explico por que minha ênfase para a frase. Quando a frase virou lema em poucos minutos, como virais típicos da contemporaneidade virtual, sintoma dos nossos tempos intensos, porém efêmeros; com a mesma velocidade apareceram posts em redes sociais dizendo “Eu não sou Charlie” contrapondo a corrente de repúdio aos atos animalescos, selvagens e terroristas dos quais os artistas franceses sofreram; por detrás dessa frase de negativa, está uma também justa defensiva de que é preciso respeitar a religião alheia, em alusão às caricaturas ao profeta Maomé, consideradas ofensivas pelos muçulmanos.
Me atenho agora às questões que para mim são FUNDAMENTAIS para se pensar sobre esse caso:
1) Senso de humor é importante, porém o humor é subjetivo, você pode não gostar, não achar graça e por julgar de mal gosto você tem o direito de não ver, de não comprar o jornal. Agora qual direito tiveram as vitimas dos terroristas???
2) Comparar uma piada de mal gosto com tamanha atrocidade cometida, com a brutal morte de dezenas de pessoas é pra mim descomunal, fora de proporção.
3) O humor ácido do jornal satírico francês possui sim apelativos há décadas com diversas questões polêmicas e não apenas com o Islamismo. É importante não pendermos para a infundada justificativa (que muitos se apropriam em discursos prontos nas redes sociais) de que os cartunistas provocaram a própria morte. Essa tendência de culpar a vitima está sempre presente nas redes sociais, pois são mais fáceis de exprimir e não requer novos horizontes.
4) Evidentemente não se deve demonizar nenhuma religião ou cultura; mas ao meu ver, a frase “EU SOU CHARLIE” não tem esse propósito, de apoiar todas charges, desenhos, piadas contra as religiões de forma irrestrita, óbvio que não; o que claramente está por trás dessa frase símbolo das manifestações pelo mundo é que “EU SOU CHARLIE, POR QUE É INADMISSÍVEL QUE UMA PIADA, MESMO DE MAL GOSTO, SEJA MOTIVADORA DE ATOS TERRORISTAS”
5) Jamais apoiaria atos de fundamentalistas religiosos que matam em nome de um Deus perverso, mas também entendo que essa NÃO É A PRÁTICA E PENSAMENTO RELIGIOSO DA MAIORIA DOS MUÇULMANO, mas sim de uma minoria de psicopatas que precisam apenas de um motivo pra justificar a barbárie.
Prefiro o barulho das opiniões controversas do que o das metralhadoras apontadas para a cabeça dos artistas, simples assim!
Tiago Ortaet
Liberdade de expressão deve ser honra cátedra de toda e qualquer sociedade democrática; sendo assim vou direto ao ponto, sem rodeios: Eu não tenho nenhum problema em afirmar e apoiar no sentido homérico e alusão humanista perante à questão – EU SOU CHARLIE!!! Diferente de alguns colegas que publicaram a frase e logo depois com a onda contrária, se preocuparam em atualizar seus status com medo de parecerem politicamente incorretos. E explico por que minha ênfase para a frase. Quando a frase virou lema em poucos minutos, como virais típicos da contemporaneidade virtual, sintoma dos nossos tempos intensos, porém efêmeros; com a mesma velocidade apareceram posts em redes sociais dizendo “Eu não sou Charlie” contrapondo a corrente de repúdio aos atos animalescos, selvagens e terroristas dos quais os artistas franceses sofreram; por detrás dessa frase de negativa, está uma também justa defensiva de que é preciso respeitar a religião alheia, em alusão às caricaturas ao profeta Maomé, consideradas ofensivas pelos muçulmanos.
Me atenho agora às questões que para mim são FUNDAMENTAIS para se pensar sobre esse caso:
1) Senso de humor é importante, porém o humor é subjetivo, você pode não gostar, não achar graça e por julgar de mal gosto você tem o direito de não ver, de não comprar o jornal. Agora qual direito tiveram as vitimas dos terroristas???
2) Comparar uma piada de mal gosto com tamanha atrocidade cometida, com a brutal morte de dezenas de pessoas é pra mim descomunal, fora de proporção.
3) O humor ácido do jornal satírico francês possui sim apelativos há décadas com diversas questões polêmicas e não apenas com o Islamismo. É importante não pendermos para a infundada justificativa (que muitos se apropriam em discursos prontos nas redes sociais) de que os cartunistas provocaram a própria morte. Essa tendência de culpar a vitima está sempre presente nas redes sociais, pois são mais fáceis de exprimir e não requer novos horizontes.
4) Evidentemente não se deve demonizar nenhuma religião ou cultura; mas ao meu ver, a frase “EU SOU CHARLIE” não tem esse propósito, de apoiar todas charges, desenhos, piadas contra as religiões de forma irrestrita, óbvio que não; o que claramente está por trás dessa frase símbolo das manifestações pelo mundo é que “EU SOU CHARLIE, POR QUE É INADMISSÍVEL QUE UMA PIADA, MESMO DE MAL GOSTO, SEJA MOTIVADORA DE ATOS TERRORISTAS”
5) Jamais apoiaria atos de fundamentalistas religiosos que matam em nome de um Deus perverso, mas também entendo que essa NÃO É A PRÁTICA E PENSAMENTO RELIGIOSO DA MAIORIA DOS MUÇULMANO, mas sim de uma minoria de psicopatas que precisam apenas de um motivo pra justificar a barbárie.
Prefiro o barulho das opiniões controversas do que o das metralhadoras apontadas para a cabeça dos artistas, simples assim!
Tiago Ortaet
UM PRESENTE QUE SEMPRE ESTARÁ PRESENTE NA MINHA MENTE!!!
Em 2007 um dos meus mais dedicados alunos criou um quadro lindo pra me presentear. Uma pintura de um super-herói, pintado num azulejo.
Eu fiquei super emocionado e surpreso com tamanha sensibilidade e sabia que aquela criança ainda seria meu parceiro das artes, meu amigo de trabalhos, por que via nele um talento raro e uma dedicação extrema para as práticas artísticas, além é claro, de ser muito afetivo.
Hoje ele é um jovem promissor, que está inciando a vida adulta, cheio de sonhos, um futuro universitário das ARTES, desenhista e fotógrafo!
ORGULHO DE TER SIDO SEU PROFESSOR!
Já dividimos palco em espetáculo da Trupe Ortaética e recentemente ele ilustrou meu livro infantil que será lançado no ano que vem.
É o Rodrigo Marcelo Lacerda Medrado!!!
Enfim, que outros meninos e meninas dispostos aos mergulhos artísticos despontem para o mundo!
Gratidão ao universo!!! Missão cumprida, para outras surgirem!
Ortaet Dez/2014
CUMPRI MINHA PROMESSA DE LEVAR AQUELAS CRIANÇAS DA TERCEIRA, QUARTA SÉRIE ATÉ O ULTIMO ANO DO ENSINO MÉDIO, JUNTOS!!!
SINAL TOCANDO PRA HORA DA SAÍDA...
AOS MEUS SEMPRE ESTUDANTES!!! (mas que a vida chama de ex-alunos)
8 anos de convivência!!! Isso já explicaria facilmente minha emoção; mas eu prefiro dizer mais... Queridos seres HUMANOS que eu vi crescer, amigos dos dias letivos, do amor nativo que é tão vivo dentro de mim, estou aqui em palavras mais uma vez para contar essa história linda, nossa história PROFESSOR-ALUNO, de muitos capítulos; muitos anos, desse teatro lindo da vida real, sem roteiro antecipado, de nossos dias de aulas nesses anos todos... Mas dessa vez o meu “Era uma vez...” é feliz pela história escrita, mas triste pela partida, não sou bom com partidas, me parto ao meio mesmo sabendo que é pelo bem, por que metade de mim festeja o vôo novo desses meus amigos e outra metade vê fotos velhas numa sala de aula.
É nostálgico, como sempre será toda vez que eu me lembrar que tive um grupo grandão de jovens que me recebia com gritaria numa porta de sala de aula, por que ali era a porta de um mundo nosso... Reinventado!
Alguns de vocês eu acompanho desde as primeiras séries do ensino fundamental; mas fundamental mesmo é a relação que criamos! Nada mais é mais importante nesses anos todos.
Entrei na vida de vocês quando vocês ainda eram crianças... Eu um jovem universitário cheio de sonhos e cheio de vontade de acolher aquelas crianças bagunceiras (mas não mais bagunceiras do que eu, rsrsrs) cheguei com a ideia de fazer das aulas encontros e dos encontros bons motivos pra ser feliz, por que não acho que nada é por acaso nessa vida!
Mesmo que eu diga mais e mais e mais, as palavras podem se esgotar, mas a vontade de expressar o que significa isso pra mim não!
Eu sou feliz por ter conduzido essa geração de jovens tão promissores, sensíveis e PARCEIROS, que me fizeram tantas homenagens e surpresas. E devo confessar que as melhores homenagens que recebi durante todo esse tempo, nem foram as oficiais em protocolos formais, mas com certeza, as simples, como os olhares de confiança, respeito e gratidão; as conversas e abraços! Eu me esforcei muito pra fazer das aulas de ARTES momentos marcantes, que houvesse mais que simplesmente “conteúdos de algo” mas que sobretudo fizéssemos valer o conteúdo de nossas vidas, pois quando compartilhamos da vida um do outro o significado de escola MUDA! E pra falar a verdade: eu só sei pensar escola assim!!!
Foram tantos eventos ousados, tanta ansiedade junta, viradas culturais, cafés das artes, filmes e festivais; batuques em carteiras, histórias juvenis de um blog cultural, liderança, brincadeiras, exposições, confiança e emoções... Centenas de saídas por aí, saraus, risadas, troféus, lágrimas e “Ortaet tamo junto” e eu digo “Galera eu amo vocês”
Vi em cada um de vocês a mim mesmo, vi meus talentos e minhas limitações, meus afetos e carências, minhas lutas e barreiras, vi meus alunos, cheios de LUZ, como uma constelação, que faz do meu céu, uma noite bem iluminada! Obrigado por fazerem parte dessa quase década de companheirismo! Por onde forem levarão nossas aulas de ARTE na mente e no coração.E um dia quando estivermos bem velhinhos (eu um pouco mais, só um pouco mais que vocês rsrsrs) vamos olhar as fotos e rir do sabor por saber que o gosto dessa história teve o melhor tempero da vida: O amor! Voem longe, sonhem sempre, desbravem o mundo por que eu vou aplaudi-los! Tiago Ortaet náufrago de lágrimas num final de ano para começo de novos tempos! Dezembro de 2014
ENTREVISTA AO JORNALISTA EFRAIN CAETANO
Jornalista Efrain
Caetano -
Os artistas de Rua recebem o devido valor das autoridades e da
sociedade? Caso contrário, qual o motivo da desvalorização dos artistas de
rua na capital paulista?
Professor Tiago Ortaet: Uma cidade cosmopolita como São Paulo é por natureza um palco a céu
aberto, em potencial uma cidade onde coexistir é a palavra de ordem; afinal
temos artistas engajados, arte itinerante de todas as linguagens, do repente ao
rap, do teatro as intervenções; mas não é assim que as autoridades enxergam.
Não há valorização aos artistas
de rua por parte das autoridades, muito pelo contrário há um cerceamento no
direito de expressão e essa ditadura velada está infinitamente ligada a
insatisfação dos poderes com o poderoso veículo de protesto que a arte exerce.
Uma arte que contesta que aponta
que revela que manifesta e se engaja facilmente será alvo da repressão dos
poderes.
Limitar as expressões artísticas
é recurso da ignorância e um elogio da alienação!
E.C.:
Qual a relevância da arte de rua em seus vários gêneros?
T.O.: No mundo frenético
contemporâneo a arte traz o que o dia a dia nos tira. A arte ambulante, como a
que defendo e milito a anos, traz dentre outras coisas a criticidade, o afeto,
a proximidade nas relações, o desaceleramento necessário para contemplá-la e
sobretudo o néctar essencial para viver. O mundo robotiza, a arte humaniza!
O teatro, por exemplo,
originalmente (desde os primórdios) não foi concebido para um espaço fechado,
com o passar dos séculos se tornou uma arte vinculada a um palco mais formal.
Encanta ver um espetáculo pelas ruas, ao mesmo tempo levar uma mensagem a quem
passa pela rua com outras preocupações e pára pra se envolver com que se conta
é mágico.
E.C.:
Como a arte de rua contribui para a consciência cultural no país?
T.O.: A arte de rua vai de
encontro com a democratização dos bens culturais imateriais, mais do que isso,
serve um banquete a quem nunca degustou tal sabor. Numa sociedade que está
acostumada e robotizada a gostar de produções Hollywoodianas ao invés de
prestigiar o cinema nacional, de paralisar diante da Tv ao invés de freqüentar
os teatros ou ler um bom livro, num mundo assim, oferecer arte de rua é mais
que oportunidade é um ritual urbano.
E.C.:
Qual sua opinião sobre a lei criada em São Paulo que regulamenta as atividades
dos artistas de rua?
T.O.: Artista não precisa de
cartilha! Desde que respeitadas as leis de convivência, prezando pela ética e o
respeito, não há limites para a criação artística, até por que todo artista é
um contestador nato, ele é o personagem da vida real que sempre irá subverter a
realidade afim de expressar suas idéias.
E.C.:
Quais projetos você trabalha atualmente referente aos artistas de rua?
T.O.: Fundei há 4 anos um
coletivo de artes onde o foco principal é ensinar a arte teatral para
não-atores, pessoas comuns que experimentam a linguagem cênica e tem suas vidas
transformadas por essa relação. É uma espécie de laboratório humano onde os
viventes passam por situações multisensoriais afim de reciclarem a si mesmos
enquanto seres humanos e com suas relações com o outro.
Sempre tive como princípio que a
rua é nosso palco estendido e é assim que cultivamos até hoje nossos projetos
com performances de rua, intervenções, espetáculos e etc. Já nos apresentamos
debaixo de viaduto, em praças, parques, avenidas, sempre levando um cunho
poético para o espaço urbano.
Em 2009 numa situação no metrô
Tucuruvi estávamos realizando uma performance teatral titulada de “ECOS” (de
ecoar) sobre os maus tratos às crianças. Na ocasião eu e mais 25 alunos
aproximadamente caminhávamos na calçada da estação mascarados, com tochas e
carregando um caixão (de verdade) pois tudo aquilo tinha a ver com nossa cena
aberta. Imediatamente os seguranças do metrô foram truculentos, dizendo que não
podia ficarmos ali. Afinal a rua é publica ou não é? Não estávamos parando o
trânsito nem agindo de forma agressiva, apenas encenando.
Semana seguinte levei uma outra
turma (com mais de 30 jovens) para realizarmos a CAMPANHA DE VACINAÇÃO CONTRA O
MAU HUMOR dentro do metrô. Disse que chamaria a polícia caso algum de meus
jovens fosse hostilizado, pois todos ali pagaram a passagem do metrô como
qualquer outra pessoa.
E.C.:
Fale mais sobre você? como é seu trabalho e relacionamento com os artistas de
rua?
T.O.: Não apenas nesse coletivo
de artes, mas até na escola formal, onde sou professor de artes na rede
estadual de ensino, levo meus alunos para fazerem gravações de curta-metragens
em praças, feiras livres e ruas do bairro; pois acredito que o conhecimento não
está dentro de uma sala fechada, exaustiva e limitada. É preciso extrapolar os
muros das escolas.
SENSIBILIDADE É COMO ÁGUA ESCORRE DOS OLHOS...
UM MINUTO PRA VIDA INTEIRA
Feliz e eufórico por estar muito próximo de conseguir viabilizar um dia
alheio e tão cheio de cores na vida sofrida, intensamente “preto e branco”
desses meninos e meninas; havia eu de
escolher os personagens para serem vestidos por aquela loja. O senso comum me
fez pensar em vários jovens e crianças de nossa escola, muito bonitos, cheios
de estilo, mesmo na simplicidade de suas vidas; é fácil encontrar um rosto
bonito ou o que o padrão da sociedade nos impõe como padrão de beleza.
Foi aí que pensei de subverter essa ordem, pois nosso desfile de moda
não é a favor de padrões; pensei então em alguém que tenha um histórico
bastante hostilizado na escola, alguma criança que frequentemente é motivo de
piadas maldosas por quem não aprendeu a respeitar o ser humano. Logo veio em
minha mente a Jéssica da quarta série.
A Jéssica é uma criança bastante sofrida, que pertence a uma família
desestruturada e nitidamente percebe-se que ela possui um comprometimento
intelectual. Nota-se também o quanto ela é ridicularizada pelos colegas, sofre
constantes agressões e constrangimentos. Tinha de ser ela, pois talvez aquele
fosse um momento que ela estaria fora da “bolha” a qual pertence.
No dia da prova das roupas, todos os alunos foram orientados de que a
“personal stylist” da loja que comporia a combinação de vestes e “modelos”
geralmente não escolhem as próprias peças para desfilar, que esse era o papel
do profissional que nos atenderia.
Chegando à loja, a menina Jéssica logo viu um vestido com flores lilás
e disse que “queria aquele” olhei para a atendente e expliquei discretamente em
seu ouvido a condição de saúde da criança e logo a mesma autorizou que ela
provasse aquele vestido. Não se tratava do mais belo vestido da loja, mas era o
que mais agradou a menina, que dias antes me indagou: Professor eu vou desfilar
com um vestido bem lindo???
Tinha que ser aquele vestido; a euforia e entusiasmo da Jéssica nem a
permitiu experimentar outros tantos que lhe foram oferecidos pelas
profissionais da loja, ela estava determinada e desfilar com aquele primeiro
que havia visto e se identificado.
No dia seguinte, muita correria, muitos preparativos, improvisos e
ansiedades; muitos detalhes e surpresas que tinham que dar certo... Diante de
todo esse ciclo de afazeres, a profissional da loja que acompanhou todos os
desfiles da escola me procurou e perguntou: -Professor aquela menina que ficou
tão feliz com o vestido ontem lá na loja, não veio desfilar hoje???
Logo me lembrei da menina e a anunciei pelo microfone. Ela estava lá,
tranquila, sentada na plateia, esperando alguém lhe avisar o momento que tinha
de se vestir. Foi então que a garota foi para os camarins dizendo “Já é minha
vez?!?!?”
Todos os alunos na passarela da escola me causaram alegria; por ter o
prazer de vê-los em um momento tão raro em suas vidas, onde eles estavam sendo
protagonistas de algo bom, jovens em destaque, sendo vistos e aplaudidos; mas
com certeza, nenhum desfile me emocionaria mais do que a passagem da menina
Jéssica.
Eis que chega o momento dela desfilar, toda linda, maquiada, com um
belo vestido, mãos geladas e coração disparado.
Ao anunciar fiz um grande suspense; daqueles de surpreender as melhores
plateias, disse entre outras coisas que aquela aluna que viria naquele momento
merecia toda nossa empolgação, nossos olhares, pois é uma menina do bem...
O DJ aumentou o som, as luzes dos holofotes se acenderam, as máquinas
de fumaça soltaram lindos efeitos especiais e eu ao microfone anunciei: - A
linda Jéssica vem ai!!!
Todos, absolutamente todos da plateia aplaudiam e gritavam muito
ovacionando a menina que tremia com as mãos segurando as minhas. Já na ponta da
passarela, muitos ficaram de pé e ao fundo gritos ensurdecedores de “Linda!!!
Linda!!! Linda!!!”
Conseguimos fazer com que TODA uma escola aplaudisse alguém que é
tamanhamente ofendida e humilhada no cotidiano escolar, pela sua condição
social ou pela sua origem; essa conquista foi o maior presente desse evento.
Ela andava como quem flutua, uma imagem que não sai mais da mente dela,
tampouco da minha!
Tiago Ortaet
27 de Setembro de 2012
CRÔNICA DE UM PROFESSOR SOBRE SUA INFÂNCIA MUSICAL
SOMOS TÃO VOLUME MÁXIMO
Somos tão jovens,
tão fãs e tão partes de sua sonoridade que seus verbos acionados nos instauram provocações.
Somos jovens, hábeis e cheios de vida, mas nenhum de nós mais genial que o
mito, de intensidade do tamanho infinito.
Me autorizo ser coautor
de suas letras, no deleite dos seus pensamentos, dos mais delicados aos mais
eloquentes, suas letras são sempre reticentes, como quem pedisse olhares e
pensamentos para o que vem após o ultimo acorde da canção.
Como se constrói na
mente humana a figura de um ídolo? Quais marcas uma obra artística pode causar
na vida de uma pessoa? Perguntas fáceis de responder quando se trata de uma
existência que se torna além do que a passagem nesse lugar pode suplantar, de
um artista volume alto, mente em fronteira, olhar com alvo e premissa, pela
transgressão a permanente cobiça. Cada um dos que pensam, foi seu destinatário.
Eis o menino legionário!
Eu menino elétrico, cantando
seus protestos em pé sobre um baú de cabeceira da cama velha, baú era palco do meu
subúrbio paulistano, ouvindo um poeta mundano, cama erguida por dois blocos em
casa de periferia, com uma paisagem sonora cheia de poesia da Legião que ouvia.
Uma escova de cabelo era meu microfone particular, onde aos berros, entoava
suas canções, suas histórias de outras gerações que não a minha, cantando suas
melodias e já irrefutavelmente tendo meu coração sequestrado pela sua voraz
poesia. Influenciado pelo irmão mais velho, aos 6 anos já sabia dezenas de
músicas como quem decora a reza da missa, mas minha premissa era o germinal de
mim, pela sonoridade de um trovador urbano.
Hoje, eu, homem da
cultura, propagador da arte e itinerante da poesia que me cria, tenho a honra
de ter tido a sorte de ter esse som como manjedoura do que a sociedade chama de
dom; eu professor, professo suas letras como estandarte, pensamento é onde
nasce a arte.
Sou um cultuador de
sua acidez social, de sua poética latente e acima de tudo de seu posicionamento
ativo na cultura de sua época; sua arte emerge pela eternidade, arte não morre,
nunca!
Nunca esperei com
tanta ansiedade para ver um filme, aliais, ansiedade tem tudo a ver com
juventude!
Somos tão decibéis
das melodias, dos cd’s, dos encantos e da contradição, somos todos espectadores
e personagens coletivos, do pensador ativo, da legião. Somos todos de todos discos,
do que encantou, do vinil, do Renato Russo desse Brasil que ele tanto denunciou.
Tiago Ortaet
tiagoortaet@yahoo.com.br
Abril/2013
MAIS UMA CRÔNICA DE UM PROFESSOR QUE PROFESSA SUA ARTE
ESSE É UM DIÁRIO DE CLASSE!!! MAIS UM CONTO ESCOLAR
- POÉTICA DOCENTE by Tiago Ortaet
DESTACO QUE ESTE TEXTO REFERE-SE
A UMA BELÍSSIMA EXPERIÊNCIA ARTÍSTICA, PEDAGÓGICA E SOCIAL DESENVOLVIDA PELO
PROFESSOR TIAGO ORTAET (COM APOIO DA EQUIPE DE LÍDERES CULTURAIS DO GLEBA) NA
EMEF FREI ANTONIO DE SANTANA GALVÃO.
O QUE PASSA E O QUE FICA
Um evento de moda numa
escola que até anos atrás tinha como trilhos a caoticidade e inserida numa
comunidade extremamente violenta é a possibilidade de um recorte numa situação
até então desconhecida, uma costura de assuntos interdisciplinares frente a um
tema transversal e, sobretudo um experimento nas questões de égo, identidade e
alteridade.
Moda significa “prazo de validade”, mas no nosso
caso, tenho a pretensão que seja um produto cultural, artístico, pedagógico e
sobretudo social que se renove sempre, uma moda permanente, a mesma, mas
renovada, experimentada, como ao meu ver, tem que ser na vida da gente; uma
rotina de reinvenção. Isso me faz até lembrar de palavras da escritorapoetiza
Clarice Lispector, mas a poesia que eu quero contar agora é a da narrativa do
olhar, dos olhares, até mesmo daqueles que não veem com a lógica natural das
coisas...
Durante as várias semanas de pesquisas sobre moda e
arte em sala de aula, dos exercícios teóricos aos práticos, sempre inseria
tópicos do evento que culminaria o ciclo de estudos e causaria um “START” em
toda escola. Num desses dias falei que para confecção de nossa passarela,
usaríamos um excelente improviso, que eu já havia testado em outras ocasiões e
comprovadamente dá certo. Citei também que acima da passarela tinha que ter um
tapete vermelho, para dar um status de solenidade, de especialidade, enfim para
esse detalhe tão suntuoso pudesse se aliar a tantos outros que estava
planejando.
Durante semanas, era questionado todos os dias se
já havia conseguido o tal tapete, tanto pelos alunos, quanto pelos professores;
embora eu não e estivesse tendo sorte nem persuasão suficiente para convencer
os líderes das igrejas a me emprestar por apenas um dia; eu sempre afirmava
categoricamente: “Não se preocupem, eu garanto que vou conseguir!!!”
Cheguei a ir nas comunidades aos sábados, mas
nenhuma se sensibilizou com a história ou de fato não tinham o objeto para
emprestar.
Chegou a véspera do tão aguardado dia dos desfiles;
dia de levar os alunos para prova das roupas doadas por empresas que consegui
para patrocinar o evento, dia de montar e estruturar todo cenário, passarela,
camarins, tudo dentro da simplicidade de uma escola publica, mas com uma
estética, talvez nunca antes vista naquele lugar. Um dia repleto!
Minha convicção do empréstimo do tal tapete começou
a perder força; mas não admitia desistir...
Já passavam das 18 horas, a tarde se esvaia e o
menino Iago me garantiu “Professor pode ter certeza que eu vou conseguir esse
tapete pro nosso desfile” fui tocado pelo compromisso que envolvera o aluno.
Mas disse a ele que naquele momento, já não
tínhamos mais a possibilidade de carona da professora, pois a mesma já havia
ido embora e que eu já tinha tentado em todas as igrejas do bairro e nenhuma
resposta positiva. Mas ao mesmo tempo em que eu tentava acreditar que teríamos de realizar o evento
sem o conceito estético do tal tapete vermelho, algo dentro de mim pedia para
insistir mais um pouco.
Foi ai que a Professora Arlete se dispôs a ir numa
igreja do bairro vizinho na qual ainda eu não tinha visitado; chegando lá,
encontramos a mesma de portas fechadas, mas uma vizinha da paróquia indicou uma
outra bem distante dali.
Nesse momento o menino Iago disse “É nessa igreja
que eu frequento pra fazer atividades 2 vezes por semana e é lá que vamos
conseguir” cogitei a ideia de irmos e a professora topou.
“Eu explico o caminho!!!” disse o garoto ainda mais
eufórico como se já previsse que conseguiríamos...
Seria simples e direto, se o menino não fosse
deficiente visual (com cerca de 5% de visão)
A professora olhou pra mim, com um olhar de dúvida,
mas afirmei nossa ida, afinal tínhamos de arriscar.
Entramos em muitas ruas erradas, ele ia com o vidro
aberto pra tentar identificar o caminho que ele fazia durante as tardes, penso
eu através de cores e vultos que conseguia identificar.
O menino com todo seu esforço, bermuda, uma blusa
muito fina, olhos arregalados e uma tremedeira intensa causada pelos 7 graus
que fazia naquela noite congelante em São Paulo; sussurrava “vai dar certo, vai
dar certo...”
Mesmo que não encontrássemos a tal comunidade, já
teria valido a pena pela dedicação que ele demonstrou, como quem agradece todo
o empenho e esforço que eu tive ao longo de quase 2 meses para planejar o
evento.
Após indicar dezenas de ruas erradas, vai e volta,
vira e desvira; o menino dizia “Eu não to conseguindo identificar muito bem por
que já é de noite e fica tudo escuro...”
“Não tem problema Iago, nós entendemos!!!” dissemos
a ele.
Quando de repente ele identifica
uma luz azul e diz: “Pronto já é logo ali na frente, tá vendo aquela cruz lá em
cima???” De fato, era uma cruz iluminada daquelas tradicionais sob o topo das
igrejas, enfim o coração nos guiou ao nosso destino...
Descemos do carro e nos deparamos com portas fechadas mais uma vez...
Mas o garoto, não conformado, disse que atrás da igreja havia uma ONG onde ele
já frequentara e pediu que eu o conduzisse até lá pra procurar a coordenadora
afim de saber notícias do padre.
Fomos até lá, mas a senhora havia acabado de sair, o segurança disse que
não era dia do padre ir pra igreja e que viéssemos no dia seguinte; mas nosso
evento já seria na manhã seguinte.
Vi nos seus olhos a tristeza por não ter conseguido o “detalhe mais
importante” como eu já havia dito em sala de aula, para nosso show de artes que
estava por vir.
Quando voltávamos para o carro, vi uma luz se acender na secretaria da
igreja. Fomos até o portão e chamamos. O padre Juarez da paróquia São Benedito
abre a porta dizendo que nem era para ele estar lá, somente fora buscar um
objeto.
Logo o menino atravessou o início de diálogo dizendo “Oi padre é que
esse professor vai fazer um desfile lindo amanhã e tem que ter um tapete
vermelho...” O padre sorriu e antes que ele dissesse algo, eu também intercedi
explicando os propósitos do projeto.
O padre disse que poderíamos ir bem cedo que no dia seguinte, antes do
evento, que ele emprestaria o tapete que a igreja usara para celebrar
casamentos.
Mas com um detalhe, o tapete era azul!!!
Então o azul nos trouxe mensagens nas entrelinhas desse casamento entre a arte
e a solidariedade.
Na volta pra escola, o garoto disse “Agora sim
estou com frio”
A tensão que ele depositou nessa missão de
conquistar esse “detalhe importante” o vestiu de sensibilidade e não há frio do
mundo capaz de esfriar o calor da alma.
Assim que chegamos de volta, imediatamente busquei
blusas minhas e ele se protegeu melhor até chegar em casa na companhia do seu
irmão mais velho foi buscá-lo.
Tiago Ortaet
27 de Setembro de 2012
BAÚ DO AGORA
Os rostos juvenis vão ganhar outros traços e o contorno
dessas vidas também. A caricatura dessa fase se conquista como num jogo de
vídeo game, mas com um sabor que jogo algum é capaz de saber.
As brochuras do dia a dia se esvaiam na agenda do futuro, do
lançar-se ao mar da urbanidade, da caoticidade do adultecer.
Tão brevemente quanto a minha nostalgia que a ansiedade
cismou em trazer depressa, a vida me mostra que o roteiro dessa peça é o que se
repete nas ruas de toda esquina, nos cantos de toda escola, nas agendas de
menina, no quarto de menino e em versos de toda juventude. Quando estiver
diante de minha existência, peço que esse momento me ajude. Momento replicado
em atitude.
Outros jovens tomarão conta desses ares, dessas praças,
desses sinais de intervalos.
Passarão alguns anos, décadas e vocês ainda ouvirão o sinal
do intervalo e com ele as risadas, as bobeiras necessárias e os personagens
daquele momento que um dia foi chamado de AGORA.
Agora me recorto em uma adolescência perpétua, me componho
em momentos sublimes que as juventudes renovadas me trazem de volta pra que eu
nunca esqueça que o gosto mais doce da vida seja exatamente o de cada momento.
Com o tempo a gente vai entendendo que alimento é o olhar,
um bilhete esquecido, uma foto antiga.
Adolescer repetidas vezes é o caminho do renascimento. Que
vocês sejam sempre capazes de se acharem no caminho das relações humanas e
acima de tudo guardem esses personagens, cada um deles, como um troféu dentro
do peito; por que eles, cada um dos troféus andantes, cheios de graça, de
alegria, mudarão de endereço, terão contas a pagar, terão mil e uma utilidades
e certamente não se verão mais nesse calor humano do grupo, da turma, dessa
fase; mas basta um clique e o filme inteiro pode ser assistido de dentro pra
fora; por que amor exala, amizade se respira, sempre que a gente quiser.
Professor Tiago Ortaet (aos meus adolescentes-amigos)
21 de Maio de 2012
____________________________________________________
PALADARES-ESCOLARES by Tiago Ortaet 2012
“Para um homem faminto toda comida é boa; metade do tempero é do paladar ansioso e a outra metade é do degustar. Pra quem ama educar não existe escola ruim, metade do tempero é o amor e o outro é sonho de transformar. Meus verbos degustam cada ato expressivo dessa gente! Meu diário de classe vem embrulhado pra presente; com memórias plurais, suspiros descendentes e relações da cultura de paz. No meu diário de classe cabe a chamada de todos os presentes que trago aqui no peito e um futuro disfarçado de missão. Presente é gente, é oração!!! Meu apetite pedagógico passa pela percepção, pelos ideais e ideias culturais, pela transgressão do sistema dessa sociedade, mas nunca passa pela saciedade. Eu quero mais!!! Meus diários são os olhares, os contadores de histórias da história deles mesmos, da autoria de cada dia, das vozes em timbre jovem, são com tatos, com amores, com afeto, com alvos que tem nome, pele e coração. Que meu Deus ou nossos Deuses teatrais abençoai, profanai ou estampai a poesia que se escreve sem palavras no dia a dia dessa carnavalização.” Tiago Ortaet, em homenagem a vida que se manifesta nos olhares dos meus alunos
_______________________________________________________________
CARTA-MANIFESTO
À DIREÇÃO/COORDENAÇÃO
Prezados Gestores da Escola Estadual Parque
Continental Gleba I
Durante todo o ano letivo de 2011 mobilizei
centenas de alunos (inclusive em minhas aulas) para transformarem esteticamente
o espaço onde antes era uma sala de Educação Física com pouca utilização e em
seguida um espaço com objetos velhos, quebrados, tornando esse espaço num local
propício para as aulas de artes. Tive o apoio da gestão da escola e muita
colaboração e engajamento de grande parte dos alunos; isso foi muito positivo.
Do mesmo modo instigava para que periodicamente os
próprios alunos limpassem e organizassem a sala em mutirões, numa
excelente e oportuna ação coletiva.
Todas essas ações aliadas a intensa programação artística que desenvolvi com os
Líderes culturais culminaram que 60% das minhas aulas pudessem acontecer nesse
espaço. Alguns outros colegas também fizeram uso.
Tenho milhares de arquivos de registro entre fotos,
vídeos e textos que foram realizados naquele espaço educativo, inclusive logo
agora no início do ano letivo de 2012, muitos alunos citaram o “Ateliê Hélio
Oiticica” como uma das conquistas do ano anterior. No nosso site há registros
de cada uma dessas ações.
Surpreendentemente, hoje, ao visitar o espaço para
planejar o início as aulas de ateliê desse ano, me deparei com o pedreiro
retirando pia e informando que não há mais sala de artes.
A sensação que nos passa é de que todos esses
esforços não foram bem vistos e retrocedemos a gestões passadas onde a arte era
mero detalhe dentro do espaço escolar. Um ateliê de artes não deve nunca ser
tratado como um espaço de “luxo” ou um privilégio; mas dentre outras coisas, um
ateliê de artes dentro de uma escola contempla a arte como área do conhecimento
que necessita de ser explorada com outras possibilidades do que o senso comum,
pois historicamente foi deixada de lado pelo sistema de ensino.
Então ao invés de fomentar a ideia do espaço
artístico, até para que outros colegas professores, não tenham mais motivos
para reclamar da bagunça feita em sala de aula convencional após as aulas de
artes, ao invés de melhorar o espaço com prateleiras, bancos, espelhos e
quadros, como haviam sido solicitados outrora, ao contrário disso, desativa-se
o espaço.
Outro fator preponderante que vai contra essa
iniciativa de DESATIVAR a sala de artes é a necessidade de um espaço específico
para as aulas que explorem linguagens de arte que requeiram tempo hábil para
limpar e organizar os objetos deixados pelo rastro de uma escultura em gesso
por exemplo, ou então de uma aula de pintura, um experimento em arte
contemporânea como muito foi feito em 2011.
Infelizmente acontece novamente o que já aconteceu
outras vezes nessa unidade escolar: Lutamos por um espaço, pleiteamos,
sugerimos, nos mobilizamos, propomos essa consciência crítica e valorosa no
nosso aluno e conquistamos um espaço; gerimos esse espaço da melhor forma
possível, depois de um tempo, sem nenhuma consulta perdemos esse espaço; ou
seja, teremos de nos preparar para iniciar do zero novamente; assim não há
avanços da concepção de educação de artes.
Entendo o problema estrutural que a escola vive,
mas entendo também que haveria possibilidade de planejar aulas em outros
espaços. Não estou me expondo por que queria um espaço só meu, muito pelo
contrário, quanto mais coletivo ele for, (dentre as aulas de artes de todos os
arte/educadores da escola) mais teremos a capacidade de conviver em harmonia;
minha visão de educação pensa primeiramente no bem estar do nosso aluno; dele
ter um espaço artisticamente interdisciplinar.
Digo isso, por que no ano passado tivemos uma
parceria com aulas de Língua Portuguesa da Professora Sueli Scalone, que
utilizou o espaço para expor a mostra fotográfica de seus alunos. Até aos
sábados tivemos aulas de artes, com aula de pintura.
Respeitosamente me manifesto expressando meu total
repudio e indignação, lamento o fato e estou disposto, muito disposto a
procurar soluções em conjunto; sugiro que possamos debater esse assunto
absolutamente pedagógico num dos HTPC´s.
Por conhecer essa gestão há alguns anos acredito
que podemos fazer as coisas de outra forma! Muito obrigado pela compreensão.
Guarulhos, 08 de Fevereiro de 2012.
Professor Tiago Geraldo do Nascimento
(Pseudônimo Artístico: Tiago Ortaet)
Extremamente triste agora...
Descobri que a sala de artes do Gleba foi desativada.
Como se já não bastasse as escolas estatuais serem altamente burocráticas e ao invés de formarem cidadães críticos, procuram torna-los meros seguidores do sistema. No momento em que alguém começa a lutar pela arte, a cultura e a formação de pessoas de verdade, chega um alguém que segue à "ditadura da alienação" - que é o desejo de nossos queridos governantes - e acaba com o sonho de milhares de pessoas.
Um certo dia eu aprendi que quando somos crianças a criatividade está muito presente em nossa vida, mas conforme vamos crescendo os "padrões" vão minando ela. Assim é com a arte, com a cultura, com o senso critico.
Sinto que hoje em dia, no Brasil, não se pretende formar cidadães, mas o que se pretende é fazer com que nós brasileiros acreditem que estamos recebendo educação, saúde, e todos os nossos direitos garantidos pela constituição. Quando que na verdade estamos sendo privados de todos eles.
Por fim, digo que assim como fizeram com a Filosofia, a Sociologia no passado, tirando-as do ensino básico e como ainda querem fazer.. Os obstáculos postos as aulas dessas matérias inclusive a disciplina de Artes são estrategias para garantir espaço no poder de certas pessoas que só nos roubam.
Cansada de tanta alienação e de tanta hiprocrisia. — com Allan Santana e outras 2 pessoas.
Descobri que a sala de artes do Gleba foi desativada.
Como se já não bastasse as escolas estatuais serem altamente burocráticas e ao invés de formarem cidadães críticos, procuram torna-los meros seguidores do sistema. No momento em que alguém começa a lutar pela arte, a cultura e a formação de pessoas de verdade, chega um alguém que segue à "ditadura da alienação" - que é o desejo de nossos queridos governantes - e acaba com o sonho de milhares de pessoas.
Um certo dia eu aprendi que quando somos crianças a criatividade está muito presente em nossa vida, mas conforme vamos crescendo os "padrões" vão minando ela. Assim é com a arte, com a cultura, com o senso critico.
Sinto que hoje em dia, no Brasil, não se pretende formar cidadães, mas o que se pretende é fazer com que nós brasileiros acreditem que estamos recebendo educação, saúde, e todos os nossos direitos garantidos pela constituição. Quando que na verdade estamos sendo privados de todos eles.
Por fim, digo que assim como fizeram com a Filosofia, a Sociologia no passado, tirando-as do ensino básico e como ainda querem fazer.. Os obstáculos postos as aulas dessas matérias inclusive a disciplina de Artes são estrategias para garantir espaço no poder de certas pessoas que só nos roubam.
Cansada de tanta alienação e de tanta hiprocrisia. — com Allan Santana e outras 2 pessoas.
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Professora Teresa num de seus momentos de criação |
A/c de Professora Teresa Eça
Prezada Teresa, lhe escrevo para muito além de apenas lhe agradecer pelo honroso convite de expor meu trabalho na associação que preside, essas palavras são para registrar gratidão e apreço primeiramente pelo ser humano que eis, em seguida para lhe demonstrar minimamente a dimensão que essa experiência causou em mim.
Sou filho de migrantes nordestinos que foram tentar a vida na capital de São Paulo; muito pobres, meus pais não tiveram acesso aos estudos, aja vista a situação rural da época no interior do Brasil. Nasci em meio a muita pobreza, mas numa família de bastante dignidade e honestidade. Tive uma infância entre muitas ausências e presenças, como de fato hoje materializo poeticamente em minha exposição.
Desde muito jovem eu estava decidido a mudar a minha realidade social e só seria possível através de muito estudo. Foi ai que a arte arrebatou todas as minhas significações da vida, primeiramente com o teatro, ainda criança, posteriormente com as artes visuais.
Mais adiante em meu caminho Deus permitiu que eu fizesse uma leitura da minha vida como alguém que passa a ter a possibilidade de abrir os olhos, os ouvidos e os sentidos de outros seres humanos (como ritualmente ocorreu em minha performance de abertura da exposição) para que ousem mais em suas vidas, se permitam ir além do que lhes é aparente; pois bem, assim foi meu encontro germinal com a área da EDUCAÇÃO. Ensinar arte para mim é dar vazão a competências e habilidades adormecidas nas pessoas e apontar-lhes ferramentas para a vida, de forma poética, sensível.
Quando alguém poderia pensar que esse menino poderia ser convidado por alguém de vossa magnitude profissional e grandeza histórica para expor numa associação renomada na Europa de defesa as causas da arte e educação? Poucos poderiam pensar, mas eu estava dentre esses poucos, pois acreditar nas coisas é o primeiro fato para se tornar real. Participar de uma publicação de livro na Faculdade de Belas Artes, estar entre os comunicadores do Encontro Internacional levando o meu olhar sobre a arte/educação que construo com meus alunos não tem preço. Não cabe em mim deslumbramento por tudo isso, por que sou aquele menino disposto a aprender, eterno aprendiz. E como aprendi com seus posicionamentos e com as vivencias.
Viver todos esses dias fazendo morada na APECV em meio a livros, obras de arte, histórias, grandes profissionais, humanidades e intercâmbios de ideias, foi em mim uma catarse.
Não me refiro a essa catarse por qualquer que seja o status de artista ou de capital cultural, que essa minha estada em Portugal pudesse ter causado, não são estes os reais motivos, até por que minha obra e meu jeito de ser desconstroem isso; pois prezo por relações horizontais onde todos, sem distinção de cargo ou origem contribuam para um diálogo existencial da vida; refiro-me sim a um ciclo de afetamentos que vivenciei convosco que reafirma esse meu pensamento de uma possível troca de experiências alheia a hierarquização.
Fui extremamente respeitado e bem acolhido por todos de vossa associação, desde a Patrícia com sua atenção aos pequenos detalhes, por me apresentar a cidade; a Mila pela generosidade de me oportunizar a experiência de conhecer seu ateliê, ao Professor Adriano pelos jantares e conversas, enfim, todos, a cada um de vocês meu MUITO OBRIGADO; volto ao Brasil com as melhores impressões de vosso trabalho, de vossa mentalidade e de vosso povo.
Do mesmo modo espero ter contribuído com minhas ideias e objetos da exposição que como diz o Fabiano curador da mesma, todos eles pensam e pedem para dialogar com quem os veem.
A vida é constituída pelos contatos com as pessoas, ninguém evolui no isolamento, somos seres de relações, por essa constância peculiar da existência humana, digo que levo desse lugar muito mais do que vim buscar e deixo um pouco de mim.
Que Deus lhe permita ser cada dia mais esse instrumento de oportunidades, lhe dê saúde e forças para continuar a propagar a arte/educação pelo mundo, pois a arte habita o mundo que somos. Mais uma vez obrigado e até breve!
Tiago Ortaet sobrevoando o oceano em regresso ao Brasil em reflexões sobre o mar de pensamentos que se mergulhou aos seis dias de Abril de 2012.
_____________________________________________________________________________________
Vocês nem imaginam como foi bom retornar pro gleba,
afinal eu fiquei longe dessa escola que tanto gosto, durante todo o ano de
2008, mas como sabem, não foi por minha vontade, foi simplesmente por questão
burocrática; mas assim que tive uma oportunidade de retornar, retornei.
Voltei por que quando eu digo que gosto da escola não é do prédio que eu to falando; é dos meus alunos, da comunidade que eu cresci, dos tantos que estimo, pelos meus estudantes por quem tenho tanto carinho.
Os conheço há bastante tempo e espero que continuemos juntos bolando idéias, compartilhando sonhos, risos, abraços, brincadeiras e estudos nessa fase tão importante de suas vidas.
Espero que eu tenha colaborado de alguma forma com a formação de vocês, não só na arte, mas na cidadania, na determinação, na vontade e na disposição; pois é assim que eu encaro minha profissão.
Sou respeitado por vocês, por que acima de tudo os respeito e os admiro muito.
Cada um dos meus alunos é importante para mim, é por cada um de vocês que me esforço para fazer o melhor, pra proporcionar coisas novas e aproximá-los da arte.
O tempo passa rápido demais, daqui alguns anos perceberão isso. Sei bem que esses meus estudantes de hoje serão grandes homens e grandes mulheres no futuro, profissionais ousados e seres humanos sensíveis.
Saibam aproveitar as oportunidades com muita honestidade e dedicação e espero que essas sementes que são plantadas hoje frutifiquem muito.
Nessa velocidade do tempo, um dia vocês lembrarão desses dias de escola com muita saudade e espero fazer parte dessas boas lembranças. Desejo um Feliz Natal e um novo ano cheio de fatos novos, sonhos novos e novas idéias para nossos próximos encontros artísticos em 2010.
Grande Abraço!
Guarulhos, 28 de Novembro de 2009
Professor Tiago Ortaet
Hoje às 13 horas foi protocolada a carta coletiva
que os líderes culturais (educandos representantes oficiais do blog) votaram na
nossa ultima reunião para que eu redigisse questionando sobre nossa SALA DE INFORMÁTICA
NA ESCOLA inexistente há mais de 1 ano.
O
conteúdo da carta foi lido a todos alunos participantes e entregue em cópia
fiel às autoridades da educação: Sra. Maria Eunice (Nossa Diretora) foi também
entregue a Sra. Fátima (Nossa Supervisora de Ensino) e a Sra. Vera Lúcia de
Jesus Curriel (Nossa Dirigente Regional).
Ficam
meus agradecimentos a todos professores que espontaneamente se propusseram a
assinar a carta, de acordo com nossa respeitosa manifestação, além do mais, um
agradecimento especial a Professora ROSNEY que gentilmente me levou até a
Diretoria de Ensino (De carro, senão, não daria tempo de voltar para a aula,
rsrsrs)
"UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA, QUE DESEJA CONSTRUIR ALUNOS CRÍTICOS, SOCIAIS E CIDADÃOS, CERTAMENTE APOIARÁ TODA E QUALQUER MANIFESTAÇÃO INTELIGENTE, QUE PRIORIZE O DIÁLOGO, A PROPOSTA E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO"
Nossa clara intenção não é de apenas reclamar dessa ausencia instrumental em nossa escola, mas apresentar o trabalho já realizado há quase 1 ano em precárias situações e sobretudo propor soluções coletivas.
Estamos dispostos a colaborar com o que for preciso!!!
Professor Tiago Ortaet e Líderes Culturais da Escola Estadual Parque Continental Gleba I ®
"UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA, QUE DESEJA CONSTRUIR ALUNOS CRÍTICOS, SOCIAIS E CIDADÃOS, CERTAMENTE APOIARÁ TODA E QUALQUER MANIFESTAÇÃO INTELIGENTE, QUE PRIORIZE O DIÁLOGO, A PROPOSTA E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO"
Nossa clara intenção não é de apenas reclamar dessa ausencia instrumental em nossa escola, mas apresentar o trabalho já realizado há quase 1 ano em precárias situações e sobretudo propor soluções coletivas.
Estamos dispostos a colaborar com o que for preciso!!!
Professor Tiago Ortaet e Líderes Culturais da Escola Estadual Parque Continental Gleba I ®
Guarulhos,
20 de Dezembro de 2010.
Queridos estudantes,
Esse ano passou rápido demais, tive a sensação de que cada bimestre corria com nossa ansiedade de realizar novos eventos, festas, exposições e aventuras de arte na escola.
A escola tem mesmo que cumprir esse papel de instigar os alunos a produzir e serem essa metamorfose ambulante, jovens que vão progredindo a cada novo dia.
Agradeço cada homenagem, cada sorriso que recebi e cada abraço afetuoso que ganhei de presente de cada um de vocês. Mesmo nos dias em que passei por dificuldades consegui me reerguer, minha arte é meu remédio que cura tudo! Meus alunos fazem parte dessa minha arte!
Vocês sabem muito bem, que para mim, lecionar, ministrar aulas é uma das coisas mais importantes da minha vida e o amor que eu tenho a essa missão de ensinar, fica revelado em meus projetos, meu jeito em receber vocês em sala de aula e cada euforia que extravaso nos nossos eventos.
Cada um de vocês é especial e me da forças para continuar nesse entusiasmo de um jeito diferente. Todos são muito importantes.
Para mim educar é estar junto, próximo, ter cuidado, zelo e afeto aos alunos. Procurar escutar, conversar, orientar e cultivar uma relação de amizade, pois isso será lembrança pra toda vida.
Respeito se conquista, se doa, se demonstra. Esse é o maior presente que recebi de vocês.
Tenho certeza que nunca nossa escola teve tantos eventos de arte e cultura como neste ano, fato que tem transformado a escola num pólo de arte. Tudo isso faz diferença na aprendizagem, faz diferença nas experiências adquiridas e nas relações que desaguarão num futuro profissional. Tenham certeza, as artes favorecem a criatividade, autonomia, liderança, trabalho em equipe, repertório cultural e conhecimento que farão de vocês destaques em suas carreiras, independentemente da área que escolham para trabalhar.
Tantas vezes me emocionei por perceber no olhar de vocês a satisfação de fazerem parte das aulas.
Desculpem pelas minhas falhas, revejo minha prática profissional constantemente e creio que ano que vem tudo possa ser melhor.
Desde já tenho me dedicado em planejar novos projetos, aulas dinâmicas, atividades e excursões culturais para o ano que vem, pois vocês não acham que eu deixaria vocês na 8ª série não é? Seguiremos juntos mais uma vez nesse trem ligeiro e maluco das aulas ortaéticas!
A adolescência é uma fase iluminada de nossas vidas, um período de descobertas e sentimentos a flor da pele; por isso, agradeço a Deus por eu poder fazer parte dessa etapa da vida de vocês e poder contribuir de alguma forma para seus aprendizados. Vocês fizeram minhas tardes de 2010 serem especiais.
Desejo que vocês vivenciem o Natal em família, com saúde plena e muita paz.
Que o espírito natalino envolvam seus dias para que se fortaleçam e sejam jovens repletos de humanidades, pois dessa vida o que vale a pena é humanizar as relações, estar perto de quem gostamos e fazer o bem, sempre.
E que em 2011 você continue sendo meu aluno-amigo!
Mesmo com tudo que fizemos nesse ano mágico, garanto: ANO QUE VEM SERÁ AINDA MAIOR E MAIS INTENSO, “por que a vida só é possível reinventada”.
Durante as férias acompanhem nosso blog-arte, pois nosso site nunca sai do ar, nunca entra de férias, lá terão dicas culturais, fotos da retrospectiva de 2010, notícias da escola, postagens especiais e surpresas.
Muito Obrigado!!!
Professor Tiago Ortaet
Queridos estudantes,
Esse ano passou rápido demais, tive a sensação de que cada bimestre corria com nossa ansiedade de realizar novos eventos, festas, exposições e aventuras de arte na escola.
A escola tem mesmo que cumprir esse papel de instigar os alunos a produzir e serem essa metamorfose ambulante, jovens que vão progredindo a cada novo dia.
Agradeço cada homenagem, cada sorriso que recebi e cada abraço afetuoso que ganhei de presente de cada um de vocês. Mesmo nos dias em que passei por dificuldades consegui me reerguer, minha arte é meu remédio que cura tudo! Meus alunos fazem parte dessa minha arte!
Vocês sabem muito bem, que para mim, lecionar, ministrar aulas é uma das coisas mais importantes da minha vida e o amor que eu tenho a essa missão de ensinar, fica revelado em meus projetos, meu jeito em receber vocês em sala de aula e cada euforia que extravaso nos nossos eventos.
Cada um de vocês é especial e me da forças para continuar nesse entusiasmo de um jeito diferente. Todos são muito importantes.
Para mim educar é estar junto, próximo, ter cuidado, zelo e afeto aos alunos. Procurar escutar, conversar, orientar e cultivar uma relação de amizade, pois isso será lembrança pra toda vida.
Respeito se conquista, se doa, se demonstra. Esse é o maior presente que recebi de vocês.
Tenho certeza que nunca nossa escola teve tantos eventos de arte e cultura como neste ano, fato que tem transformado a escola num pólo de arte. Tudo isso faz diferença na aprendizagem, faz diferença nas experiências adquiridas e nas relações que desaguarão num futuro profissional. Tenham certeza, as artes favorecem a criatividade, autonomia, liderança, trabalho em equipe, repertório cultural e conhecimento que farão de vocês destaques em suas carreiras, independentemente da área que escolham para trabalhar.
Tantas vezes me emocionei por perceber no olhar de vocês a satisfação de fazerem parte das aulas.
Desculpem pelas minhas falhas, revejo minha prática profissional constantemente e creio que ano que vem tudo possa ser melhor.
Desde já tenho me dedicado em planejar novos projetos, aulas dinâmicas, atividades e excursões culturais para o ano que vem, pois vocês não acham que eu deixaria vocês na 8ª série não é? Seguiremos juntos mais uma vez nesse trem ligeiro e maluco das aulas ortaéticas!
A adolescência é uma fase iluminada de nossas vidas, um período de descobertas e sentimentos a flor da pele; por isso, agradeço a Deus por eu poder fazer parte dessa etapa da vida de vocês e poder contribuir de alguma forma para seus aprendizados. Vocês fizeram minhas tardes de 2010 serem especiais.
Desejo que vocês vivenciem o Natal em família, com saúde plena e muita paz.
Que o espírito natalino envolvam seus dias para que se fortaleçam e sejam jovens repletos de humanidades, pois dessa vida o que vale a pena é humanizar as relações, estar perto de quem gostamos e fazer o bem, sempre.
E que em 2011 você continue sendo meu aluno-amigo!
Mesmo com tudo que fizemos nesse ano mágico, garanto: ANO QUE VEM SERÁ AINDA MAIOR E MAIS INTENSO, “por que a vida só é possível reinventada”.
Durante as férias acompanhem nosso blog-arte, pois nosso site nunca sai do ar, nunca entra de férias, lá terão dicas culturais, fotos da retrospectiva de 2010, notícias da escola, postagens especiais e surpresas.
Muito Obrigado!!!
Professor Tiago Ortaet
O dia é
um encontro.
Encontro
com o acaso, descaso, agendado e inesperado...
Todos
eles passeiam nesse lugar. Coexistem!
O
encontro do teatro é rever-se no outro.
O outro
faz parte do meu teatro coletivo e nosso coletivo segue sempre lotado pela cena
aberta.
Pensamento
alerta...
Cada
segundo do mundo que fomos permitidos inaugurar é legado alado a se perpetuar.
Esse
mundo tem liberdade perpétua!!!
Meu
espetáculo per-pétala de rosas, crisântempos, arranjos, sinais e estéticas
teatrais eu anuncio.
O tempo
passa como eu quero, eu me desespero ou deixo a vida correr feito água no rio.
Deixa-me
contar histórias, por quê teatro é história de muitos em um ou história de um
em muitos.
Deixa-me
brincar de perfeição com a ironia da canção, esparramar no saguão pra presidir
a legião.
Esse
mundo criado é perfeito.
Deixa-me
brincar nesse lugar onde não se dorme... É meu direito!!!
Teatro é
um olhar multiplicado, uma lente de aumento de dentro pra fora e de fora pra
dentro, é estar-se nú e abençoado com um manto ao mesmo tempo.
Quando
nos aproximamos é para comungar da experiência de existir, é para se fazer um
pouco Deus, é para sermos criadores e criaturas desses dias de calendário.
Teatro é
recorte, é suspiro, é relicário...
Teatralizando
a vida eu jogo com as peças que essa dramaturgia me oferece.
Aja vida,
aja platéia, aja palma-prece.
No apagar
das luzes que inauguraram outrora aquele dia-fim, nossos instintos teatrais
iluminam a noite escura, eles têm luz própria e seguem madrugada adentro
expulsando os fantasmas do mundo-agora.
No resto
de noite que ainda sobrou, nossas mentes iluminadas faz do silêncio da
madrugada um canto, lá no canto brota um casulo para que no dia seguinte ao nos
aproximar de outros inquietos seres desse lugar, possamos dar vida a vida que
nós mesmos inventamos.
Metamorfosear
é o verbo preferido do mundo-teatro
Seguimos
a compor nossos novos capítulos, estreando em palcos e papéis que se inauguram
com o passar dos anos.
Ouso
dizer que teatro é religião.
Religião
por que religa o ser humano ao seu poder criador, sua capacidade de mobilizar
idéias e sobretudo de venerar a vida.
Nosso
ritual sacramenta a existência humana com toda a pluralidade que nos completa.
O teatro-luz é nossa seta.
O
teatro-pai me liberta!
Todos os
deuses, Deleuzes, crenças, credos, cores, feições, utopias, miragens, etnias,
bagagens, torcidas, avenidas e emoções cabem aqui! Cabem dentro de mim. Cabem
em nós...
Dizendo
que o teatro é tudo isso, eu continuo sem saber o que é. Mas por favor, quem
souber não me conte, pois quero viver pra sempre com essa delicia de poder ser
o que eu quiser. Pois a única lei do teatro é a liberdade. Os rótulos eu deixo
para os “não-teatro”.
Eu sou
teatro. Nós somos teatro!
Tiago
Ortaet
Fundador
e Coordenador da Trupe Ortaética de Teatro Comunitário
São
Paulo, 25 de Novembro de 2010
HOMENAGEM AO DIA DOS PROFESSORES - Texto do Professor Tiago
Ortaet
A ALMA DO EDUCAR
“Era um lugar não
adaptado ao presente, enterrado no passado e com luzes fortes, talvez
iluminasse algum futuro... Trancados em salas sufocante, meninos e meninas
titubeavam, havia ainda muita gritaria e uma ansiedade por viver
tudo de uma só vez. Cada um ali plantado não parecia querer germinar, poucos
além das inquietudes propunham habitat´s naturais para se intensificar... Um
sinal muito forte tocava e a euforia aumentava, mas até então era um euforia
sem propósito, um espaço que eclodia todas as carências, descasos e desmandos
de uma sociedade em caos ”
Não existe nada que
possa ferir almas determinadas...
Consumido por um
encantamento que essa missão me conduz; olho para os meus amigos mirins, aos
meus jovens que me ensinam a cada dia a ser mais jovem que eles, olho aos meus
mestres alunos com um afeto que eu mesmo não sei medir; para dizer dos meus
amores, das minhas virtudes, dos meus ideais.
Não sei medir, por
mais que eu tente. Não sei contar o infinito, isso eu ainda não aprendi.
Peço através desse
olhar que cada um se reinvente, que façam o mesmo de um jeito diferente. Que o
ontem valha como experiência posta em prática no jogo da vida, que o hoje seja
saboreado e que o amanhã seja o elo de tudo isso. Assim caminhamos desbravando
o conhecimento.
Na vida, estamos o
tempo todo de passagem, mas rogo aos céus que essa passagem valha por toda uma
vida, mais que isso, que esse encontro entre uns e outros, entre professor e
aluno, entre o saber e o novo, valha por todas as vidas que se unem em torno disso.
Fico honrado em saber
que para mim todo dia é dia do professor e se todo dia é dia do professor não
há um dia sequer que não seja o dia de sermos todos alunos, todos juntos,
brilhando nos palcos da vida em comunhão do aprender.
Não há espaço dentro
do meu coração que caiba a desilusão, nem a desesperança, essas são muletas dos
fracos e aos que lutam como nós, servem os ideais, as conquistas e as
humanidades a flor da pele.
Propondo desafios aos
meus estudantes me resolvo, entusiasmando cada um deles me encontro e me
potencializo enquanto ser humano.
O amor é o mais
valioso de todos os gestos, vejo poesia nas relações humanas, vejo poesia na
missão-professor. Amor rima com professor não por acaso, amor move, constrói e
lança ao mundo sua força. Que continuemos bebendo dessas fontes para escrever
outras histórias, a nossa história.
Professor Tiago Ortaet
Encantado com a missão professor - 15 de
Outubro de 2010 à posteridade.
CARTA À PROFESSORA VERA LÚCIA DE JESUS CURRIEL - SAUDAÇÕES
E AGRADECIMENTOS
À DIRETORIA DE ENSINO GUARULHOS NORTE
A/C DA PROFESSORA VERA LÚCIA DE JESUS CURRIEL (Dirigente Regional de Ensino)
Prezada Professora Vera, recebi com satisfação e muito orgulho seu convite para que eu pudesse integrar meu trabalho à sua equipe; estou lhe escrevendo para registrar meus profundos agradecimentos e dizer-lhe que estou tamanhamente lisonjeado, justamente por esse reconhecimento vir de você, uma profissional experiente, de destaque e, sobretudo autora de um legado na área da Educação; além do mais, minha admiração não é somente pelo importantíssimo cargo que ocupa, mas principalmente pela sensibilidade que conduz sua profissão, aja vista, as tantas vezes em que percebeu atenciosa meu trabalho.
Atualmente além de atuar como arte/educador na rede publica estadual também coordeno uma ONG de ARTES que fundei há três anos e que vem se destacando na área cultural por oferecer centenas de vagas para cursos diversos (todos gratuitos, graças aos patrocínios de empresas que conquistei). Na ONG estou às quintas-feiras e aos sábados.
Além disso, assumi recentemente cargo de professor efetivo na Prefeitura de São Paulo onde tenho um grande desafio nas mãos de transformar a arte/educação de uma das escolas mais violentas da cidade. Sigo insistindo há meses por uma educação de paz através das artes. Lá atuo de segunda a sexta pela manhã.
Outra vertente do meu trabalho é a área da comunicação, por isso curso faculdade de Jornalismo em RÁDIO E TV no período noturno. Já na E.E. Parque Continental Gleba I estou às segundas, terças, quartas e sextas durante toda a tarde, num universo jovem, criativo e cheio de belas histórias onde eu me apaixono cada dia mais pelo que faço.
Se optasse por trabalhar convosco na Diretoria de Ensino (que para mim seria honroso e motivo de adquirir novas experiências) eu teria que deixar a sala de aula no GLEBA, fato que não posso nesse momento, pelo compromisso que tenho com os estudantes de conduzi-los em diversos projetos de arte/educação que estão em andamento, além do mais, tenho com eles um vínculo forte, pois sou professor deles desde a quarta série do Ensino Fundamental e em alguns casos desde a primeira série. Amo demais estar em sala de aula e tenho uma parceria com meus estudantes de caminhar com eles até o Ensino Médio num projeto de LIDERANÇA CULTURAL a longo prazo. Por conta dessa atual carga de trabalho e também pelo compromisso firmado com os alunos, infelizmente não pude aceitar o convite, mas espero me organizar ano que vem, para que de alguma maneira eu vivencie essa oportunidade enriquecedora profissionalmente, que me foi dada.
Todo professor é também aluno e nessa jornada humana que vivencio com meus alunos-queridos; zelo pelo afeto e acima de tudo pelo vínculo que estabelecemos naturalmente para que juntos possamos aprender e socializar novos conhecimentos. Espero ainda ser mais um aluno da professora Vera, quando um dia trabalhar ao seu lado.
Mais uma vez, muito obrigado e que Deus permaneça nos guiando para ajudar pessoas com nosso trabalho.
Grande Abraço
Professor Tiago Geraldo do Nascimento (Tiago Ortaet)
A/C DA PROFESSORA VERA LÚCIA DE JESUS CURRIEL (Dirigente Regional de Ensino)
Prezada Professora Vera, recebi com satisfação e muito orgulho seu convite para que eu pudesse integrar meu trabalho à sua equipe; estou lhe escrevendo para registrar meus profundos agradecimentos e dizer-lhe que estou tamanhamente lisonjeado, justamente por esse reconhecimento vir de você, uma profissional experiente, de destaque e, sobretudo autora de um legado na área da Educação; além do mais, minha admiração não é somente pelo importantíssimo cargo que ocupa, mas principalmente pela sensibilidade que conduz sua profissão, aja vista, as tantas vezes em que percebeu atenciosa meu trabalho.
Atualmente além de atuar como arte/educador na rede publica estadual também coordeno uma ONG de ARTES que fundei há três anos e que vem se destacando na área cultural por oferecer centenas de vagas para cursos diversos (todos gratuitos, graças aos patrocínios de empresas que conquistei). Na ONG estou às quintas-feiras e aos sábados.
Além disso, assumi recentemente cargo de professor efetivo na Prefeitura de São Paulo onde tenho um grande desafio nas mãos de transformar a arte/educação de uma das escolas mais violentas da cidade. Sigo insistindo há meses por uma educação de paz através das artes. Lá atuo de segunda a sexta pela manhã.
Outra vertente do meu trabalho é a área da comunicação, por isso curso faculdade de Jornalismo em RÁDIO E TV no período noturno. Já na E.E. Parque Continental Gleba I estou às segundas, terças, quartas e sextas durante toda a tarde, num universo jovem, criativo e cheio de belas histórias onde eu me apaixono cada dia mais pelo que faço.
Se optasse por trabalhar convosco na Diretoria de Ensino (que para mim seria honroso e motivo de adquirir novas experiências) eu teria que deixar a sala de aula no GLEBA, fato que não posso nesse momento, pelo compromisso que tenho com os estudantes de conduzi-los em diversos projetos de arte/educação que estão em andamento, além do mais, tenho com eles um vínculo forte, pois sou professor deles desde a quarta série do Ensino Fundamental e em alguns casos desde a primeira série. Amo demais estar em sala de aula e tenho uma parceria com meus estudantes de caminhar com eles até o Ensino Médio num projeto de LIDERANÇA CULTURAL a longo prazo. Por conta dessa atual carga de trabalho e também pelo compromisso firmado com os alunos, infelizmente não pude aceitar o convite, mas espero me organizar ano que vem, para que de alguma maneira eu vivencie essa oportunidade enriquecedora profissionalmente, que me foi dada.
Todo professor é também aluno e nessa jornada humana que vivencio com meus alunos-queridos; zelo pelo afeto e acima de tudo pelo vínculo que estabelecemos naturalmente para que juntos possamos aprender e socializar novos conhecimentos. Espero ainda ser mais um aluno da professora Vera, quando um dia trabalhar ao seu lado.
Mais uma vez, muito obrigado e que Deus permaneça nos guiando para ajudar pessoas com nosso trabalho.
Grande Abraço
Professor Tiago Geraldo do Nascimento (Tiago Ortaet)
MAIS UM DE MEUS RELATOS SOBRE MEU LIVRO "EDUCAÇÃO
RESGATE"
ETHOS E habitus NA
DINÂMICA SOCIAL - Educação Resgate
(Livro do Professor de Tiago Ortaet * Ainda em construção)
Arte/Educação Social – garantindo acesso e desenvolvimento à educação e cultura
Sou um jovem professor de Artes que há sete anos vivencio experiências docêntes/discentes que me fazem rever meus conceitos com frequência, além de experimentar detalhes que fazem toda a diferença.
Sempre tive o privilégio de exercer minha docência dentro e fora de sala de aula com facilidade, naturalidade, pelo meu jeito descontraído de ser e principalmente pela minha aliança com o teatro para educar; mas eu estava prestes a encontrar o maior desafio desses sete anos de magistério.
Tenho uma relevante passagem profissional numa importante instituição de proteção a Criança e ao Adolescente e experiências com visitas domiciliares de famílias vitimizadas encaminhadas pelos Conselhos Tutelares. Através desse meu olhar diante dos descasos familiares com crianças lancei um projeto de teatro voltado para a valorização do indivíduo e mediação de conflitos.
Minha recente chegada a uma das escolas mais violentas de São Paulo me causou angustias e turbinou ainda mais meus anseios artísticos por uma arte libertária. Muitos colegas já haviam me dito de uma espécie de “insalubridade” ao se trabalhar naquela comunidade, mas decidi mesmo assim, como quem cumpri uma missão, escolher na escola para me efetivar.
Trata-se da Escola Municipal de Educação Fundamental Frei Antonio de Sant`Anna Galvão, no bairro Cabuçú, Zona Norte de São Paulo.
A primeira impressão das turmas foi um turbilhão de possibilidades; pois me vieram à mente muitas atuações positivas frente às situações bastante delicadas.
Há muita agressão, desrespeito, as crianças são invasivas umas com as outras. Não é posso permitir que esse comportamento seja normal, não deve ser considerado comum, pois está além das rotineiras desavenças entre crianças.
A transgressão é natureza do adolescer, mas nesses casos estão imbricados nas dificultosas relações, estigmas, exposições contrárias, negativas, afrontas e até patologias.
Eu estava disposto a ter, além de todas minhas referências bibliográficas, também o ECA como minha bíblia de toda fé na educação; para enaltecer e oferecer a essas crianças experiências e encontros com as mais diferentes culturas e a descobertas da identidade cultural através das artes.
Imbuído do mais nobre dos sentimentos, o amor pelo que faço seria o motor para através do ECA ensiná-los tanto a garantia de seus direitos como civilizar seus deveres.
Até sabia que o trabalho necessitaria ser grande, suado, exaustivo; mas quando adentrei as salas de aulas daquela escola pela primeira vez senti que desafio ainda maior, mas seria também do tamanho do meu desejo de ser útil na vida deles. As dificuldades na educação me movem para esses caminhos. Não fui enganado, sabia do teor de violência da unidade escolar quando aceitei o desafio.
Os dias foram se passando e percebia que sempre estava entre o sucesso e o fracasso pedagógico e isso por me incomodar deveras, me instigou a iniciar a escrita de um livro que titulei de “EDUCAÇÃO RESGATE” pelo caráter iluminador de minhas ações.
Soa contraditório um espaço de ensino que leva o nome de Frei Galvão, um homem de paz, como patrono, ter um índice de violência tão grande.
A violência é um fenômeno social que faz parte de um ciclo e aos poucos pretendo quebrar esse ciclo com afeto.
As perspectivas do bairro são pequenas, as oportunidades para essas famílias são escassas e em muitos casos se quer existem. As crianças são vitimas da sociedade, das faltas de políticas publicas eficazes e freqüentemente também são vítimas de suas próprias famílias pelo descaso.
Essas crianças em formação (em sua maioria), vivenciam uma deformação de conduta em tempo integral nos espaços da comunidade e pelos casos de agressão que acontecem com dentro da própria escola, eles se habituam ao que é errado, eles convivem com muitas ausências e no espaço que a fé, o respeito, a educação não entram, males que irão ferir sua cidadania para sempre podem ocupar esses espaços. É uma inversão de valores. Há um esforço por parte da escola em oferecer o que a família deixou de lado, como regras e limites, mas evidente que essa tarefa não é mesmo fácil.
A gentileza causa estranhamento entre eles, a cordialidade é o inusitado; pois ninguém pode dar o que não recebe.
A sensação que me dá é que a lei do mais forte é sempre cobrada dessas criaturas, que pela idade, deveriam ser delicadas, sensíveis e protegidas pelos adultos.
Daí fica fácil entender a agressão gratuita, a ofensa da moralidade do outro, o benefício próprio em detrimento dos demais, uma vez que através da força que eles se garantem, se sobressaem e buscam uma identidade; mais uma vez reflito: inversão de valores.
A arte pode interferir positivamente nesse caótico ciclo pelo seu caráter de humanizar as relações e os olhares. E de fato interferiu numa das primeiras ações teatrais que proporcionei na escola.
“INTERVENÇÃO ARTÍSTICA - BLITZ DA HUMANIDADE” refletindo o ECA.
RELATÓRIO DA PERFORMANCE TEATRAL COM ESTUDANTES DA EMEF FREI ANTONIO DE SANTANA GALVÃO EM PARCERIA COM A TRUPE ORTAÉTICA DE TEATRO COMUNITÁRIO PROMOVIDA PELO PROFESSOR TIAGO (ARTES)
Embasado nos quatro pilares da educação, aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conhecer e aprender a conviver defendidos pela UNESCO; a performance teatral “BLITZ DA HUMANIDADE” tem como seu mote principal romper (mesmo que temporariamente) com hábitos e ethos (Pierri Bourdieu) que possam distanciar essas crianças de sua cidadania.
Temporariamente por que somente através da insistência é que a mudança aparecerá, gradativamente, mas de forma consistente. Porém um suspiro poético ao meio de tanta violência juvenil já é uma conquista inenarrável. Concebo cidadania na Educação como o estudante que reflete sua prática e ao passo que estão planejando ações educativas com a arte teatral, ao mesmo tempo que estudam as técnicas do improviso e posteriormente redigem um relato sobre a experiência vivenciada, esses estudantes estão exercendo sua postura cidadã.
Após diagnóstico Pedagógico/Disciplinar que compus mediante meus primeiros encontros com essas crianças, planejei uma série de ações que intervissem no cotidiano, muitas vezes mutilado pela vulnerabilidade social ou pelo descaso diário, que eles vivem.
O lema dessa primeira performance coletiva foi o AFETO através de outras palavras debatidas em sala de aula como: gentileza, cordialidade, respeito, educação, compromisso e impacto positivo. Todos os estudantes do período da manhã se surpreenderam com as ações e esse choque cultural certamente traz a tona valores humanos que a arte é capaz de fazer penetrar no sentimento das pessoas de forma poderosa.
“Educar para a vida” esse conceito está relacionado com os temas transversais que surgiram através das falas dos próprios estudantes, pois em nossas “invasões com concessões” que fizemos em cada uma das turmas, houveram encontros e reencontros de demonstração de carinho entre irmãos que antes não se olhavam, não se abraçavam, pois só viam caminhos para a agressão, para o desrespeito e para a ofensa moral. No momento em que se encontravam diante da badalada trupe teatral formada por alunos e atores profissionais que convidei a participar, ambos os grupos faziam do abraço com os irmãos um grande evento, aplaudido por todos.
Tivemos na prática uma celebração do ser humano.
A questão da família foi outro sub-tema imbricado no aproveitamento dos estudantes diante de todo debate promovido. A ludicidade do palhaço e a autonomia deles serem os próprios protagonistas desse teatro itinerante pela escola transformaram as percepções dessas crianças.
A arte trouxe o primeiro grande impacto através do acalanto, da estética corporal e do bom exemplo para os demais que foram espectadores dessas outras turmas.
A partir da experiência tamanhamente emotiva e sensível, criei uma poesia que pudesse representar os eventos humanos que ocorreram durante nossa caminhada por toda escola. No texto procurei expressar fatos de inauguração de diálogo entre eles, mesmo que tenha sido não verbal, uma vez que na arte tratamos bastante do diálogo do olhar. Também cultivei em meu relato o cumprimento das regras que a própria caminhada artística se colocou aos estudantes, como a surpresa, o entusiasmo, o olho no olho e sobretudo a oferta de gestos do bem.
(Livro do Professor de Tiago Ortaet * Ainda em construção)
Arte/Educação Social – garantindo acesso e desenvolvimento à educação e cultura
Sou um jovem professor de Artes que há sete anos vivencio experiências docêntes/discentes que me fazem rever meus conceitos com frequência, além de experimentar detalhes que fazem toda a diferença.
Sempre tive o privilégio de exercer minha docência dentro e fora de sala de aula com facilidade, naturalidade, pelo meu jeito descontraído de ser e principalmente pela minha aliança com o teatro para educar; mas eu estava prestes a encontrar o maior desafio desses sete anos de magistério.
Tenho uma relevante passagem profissional numa importante instituição de proteção a Criança e ao Adolescente e experiências com visitas domiciliares de famílias vitimizadas encaminhadas pelos Conselhos Tutelares. Através desse meu olhar diante dos descasos familiares com crianças lancei um projeto de teatro voltado para a valorização do indivíduo e mediação de conflitos.
Minha recente chegada a uma das escolas mais violentas de São Paulo me causou angustias e turbinou ainda mais meus anseios artísticos por uma arte libertária. Muitos colegas já haviam me dito de uma espécie de “insalubridade” ao se trabalhar naquela comunidade, mas decidi mesmo assim, como quem cumpri uma missão, escolher na escola para me efetivar.
Trata-se da Escola Municipal de Educação Fundamental Frei Antonio de Sant`Anna Galvão, no bairro Cabuçú, Zona Norte de São Paulo.
A primeira impressão das turmas foi um turbilhão de possibilidades; pois me vieram à mente muitas atuações positivas frente às situações bastante delicadas.
Há muita agressão, desrespeito, as crianças são invasivas umas com as outras. Não é posso permitir que esse comportamento seja normal, não deve ser considerado comum, pois está além das rotineiras desavenças entre crianças.
A transgressão é natureza do adolescer, mas nesses casos estão imbricados nas dificultosas relações, estigmas, exposições contrárias, negativas, afrontas e até patologias.
Eu estava disposto a ter, além de todas minhas referências bibliográficas, também o ECA como minha bíblia de toda fé na educação; para enaltecer e oferecer a essas crianças experiências e encontros com as mais diferentes culturas e a descobertas da identidade cultural através das artes.
Imbuído do mais nobre dos sentimentos, o amor pelo que faço seria o motor para através do ECA ensiná-los tanto a garantia de seus direitos como civilizar seus deveres.
Até sabia que o trabalho necessitaria ser grande, suado, exaustivo; mas quando adentrei as salas de aulas daquela escola pela primeira vez senti que desafio ainda maior, mas seria também do tamanho do meu desejo de ser útil na vida deles. As dificuldades na educação me movem para esses caminhos. Não fui enganado, sabia do teor de violência da unidade escolar quando aceitei o desafio.
Os dias foram se passando e percebia que sempre estava entre o sucesso e o fracasso pedagógico e isso por me incomodar deveras, me instigou a iniciar a escrita de um livro que titulei de “EDUCAÇÃO RESGATE” pelo caráter iluminador de minhas ações.
Soa contraditório um espaço de ensino que leva o nome de Frei Galvão, um homem de paz, como patrono, ter um índice de violência tão grande.
A violência é um fenômeno social que faz parte de um ciclo e aos poucos pretendo quebrar esse ciclo com afeto.
As perspectivas do bairro são pequenas, as oportunidades para essas famílias são escassas e em muitos casos se quer existem. As crianças são vitimas da sociedade, das faltas de políticas publicas eficazes e freqüentemente também são vítimas de suas próprias famílias pelo descaso.
Essas crianças em formação (em sua maioria), vivenciam uma deformação de conduta em tempo integral nos espaços da comunidade e pelos casos de agressão que acontecem com dentro da própria escola, eles se habituam ao que é errado, eles convivem com muitas ausências e no espaço que a fé, o respeito, a educação não entram, males que irão ferir sua cidadania para sempre podem ocupar esses espaços. É uma inversão de valores. Há um esforço por parte da escola em oferecer o que a família deixou de lado, como regras e limites, mas evidente que essa tarefa não é mesmo fácil.
A gentileza causa estranhamento entre eles, a cordialidade é o inusitado; pois ninguém pode dar o que não recebe.
A sensação que me dá é que a lei do mais forte é sempre cobrada dessas criaturas, que pela idade, deveriam ser delicadas, sensíveis e protegidas pelos adultos.
Daí fica fácil entender a agressão gratuita, a ofensa da moralidade do outro, o benefício próprio em detrimento dos demais, uma vez que através da força que eles se garantem, se sobressaem e buscam uma identidade; mais uma vez reflito: inversão de valores.
A arte pode interferir positivamente nesse caótico ciclo pelo seu caráter de humanizar as relações e os olhares. E de fato interferiu numa das primeiras ações teatrais que proporcionei na escola.
“INTERVENÇÃO ARTÍSTICA - BLITZ DA HUMANIDADE” refletindo o ECA.
RELATÓRIO DA PERFORMANCE TEATRAL COM ESTUDANTES DA EMEF FREI ANTONIO DE SANTANA GALVÃO EM PARCERIA COM A TRUPE ORTAÉTICA DE TEATRO COMUNITÁRIO PROMOVIDA PELO PROFESSOR TIAGO (ARTES)
Embasado nos quatro pilares da educação, aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conhecer e aprender a conviver defendidos pela UNESCO; a performance teatral “BLITZ DA HUMANIDADE” tem como seu mote principal romper (mesmo que temporariamente) com hábitos e ethos (Pierri Bourdieu) que possam distanciar essas crianças de sua cidadania.
Temporariamente por que somente através da insistência é que a mudança aparecerá, gradativamente, mas de forma consistente. Porém um suspiro poético ao meio de tanta violência juvenil já é uma conquista inenarrável. Concebo cidadania na Educação como o estudante que reflete sua prática e ao passo que estão planejando ações educativas com a arte teatral, ao mesmo tempo que estudam as técnicas do improviso e posteriormente redigem um relato sobre a experiência vivenciada, esses estudantes estão exercendo sua postura cidadã.
Após diagnóstico Pedagógico/Disciplinar que compus mediante meus primeiros encontros com essas crianças, planejei uma série de ações que intervissem no cotidiano, muitas vezes mutilado pela vulnerabilidade social ou pelo descaso diário, que eles vivem.
O lema dessa primeira performance coletiva foi o AFETO através de outras palavras debatidas em sala de aula como: gentileza, cordialidade, respeito, educação, compromisso e impacto positivo. Todos os estudantes do período da manhã se surpreenderam com as ações e esse choque cultural certamente traz a tona valores humanos que a arte é capaz de fazer penetrar no sentimento das pessoas de forma poderosa.
“Educar para a vida” esse conceito está relacionado com os temas transversais que surgiram através das falas dos próprios estudantes, pois em nossas “invasões com concessões” que fizemos em cada uma das turmas, houveram encontros e reencontros de demonstração de carinho entre irmãos que antes não se olhavam, não se abraçavam, pois só viam caminhos para a agressão, para o desrespeito e para a ofensa moral. No momento em que se encontravam diante da badalada trupe teatral formada por alunos e atores profissionais que convidei a participar, ambos os grupos faziam do abraço com os irmãos um grande evento, aplaudido por todos.
Tivemos na prática uma celebração do ser humano.
A questão da família foi outro sub-tema imbricado no aproveitamento dos estudantes diante de todo debate promovido. A ludicidade do palhaço e a autonomia deles serem os próprios protagonistas desse teatro itinerante pela escola transformaram as percepções dessas crianças.
A arte trouxe o primeiro grande impacto através do acalanto, da estética corporal e do bom exemplo para os demais que foram espectadores dessas outras turmas.
A partir da experiência tamanhamente emotiva e sensível, criei uma poesia que pudesse representar os eventos humanos que ocorreram durante nossa caminhada por toda escola. No texto procurei expressar fatos de inauguração de diálogo entre eles, mesmo que tenha sido não verbal, uma vez que na arte tratamos bastante do diálogo do olhar. Também cultivei em meu relato o cumprimento das regras que a própria caminhada artística se colocou aos estudantes, como a surpresa, o entusiasmo, o olho no olho e sobretudo a oferta de gestos do bem.
POESIA DE AULA - AULA DE POESIA - CORPO COMO
O PRÓPRIO VERSO: Abraços Grátis num mundo capitalista
Laboratório expressivo saborear cada gesto, cada olhar, cada ato tímido ou oferecido, permitido e particular...
Do acolhimento à repulsa, do querer travado à pessoa avulsa, dos travamentos aos tatos inesperados, os opostos ficaram a mostra nesses personagens efêmeros das classes.
Esses tipos andantes com destinos rigorosos, (sejam os professores profetas a caminho de seus destinos ou dos alunos desavisados, advertidos, estigmatizados) desesperados e muitos com cabrestos, estão sufocadamente atrasados, preocupados e me incluo nessa massa quando a burocracia se equilibra paralelamente a minha arte, à nossa arte; ai ela perde o fôlego, isso é sentido. Mas está mais que proibido deixá-la perder o ar. Nosso brincar de ser feliz é coisa séria e assim a aula é um suspirar!
Fomos provocando, sorrindo, indo e voltando! Chegamos ao que desejávamos, a bolha foi rompida!
“Abraço Grátis” pode ser um trocado, um punhado, apanhado, achado capital humano, nesse mundo capitalista rotativo.
O gesto repetitivo não foi em momento algum o mesmo!
Repetir daqui pra frente, será: Pedir de novo que as ilhas particulares que passeiam pelos corredores, (antes dores, dores, dores), se conectem com o ritmo cardíaco de uma outra ilha.
As “batidas-tato-peitoral” são mágicas de senso humano em demasia. um peito que se aproxima de outro peito para dizer bom dia.
Assim somos melhores, somos alunos geniais, somos arquipélagos relacionais.
Do mesmo modo pedi para que os estudantes relatassem suas ações para que além da prática a arte possa aguçar a consciência de alunos leitores e escritores; nesse caso foram pesquisadores teatrais mirins lendo as narrativas gestuais do corpo, também se transformaram em escritores nesse primeiro capitulo das aulas inusitadas, das muitas que ainda escreveremos juntos.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
A ação dos professores nem sempre vai alcançar lugares e não-lugares habitados pelas ausências; mas ao menos no curto espaço de tempo em que o estudante fica na escola ele precisa levar de lá parâmetros que mesmo que divirjam dos de sua realidade, ele possa conseguir refletir a distinção pela linha tênue que separa uma vivência humana saudável da deformação cidadã.
Se o tempo assim permitir e a impermeabilidade do sentimento deixar vazar essas experiências de afeto construídas na escola, através da arte, esses estudantes poderão construir algo capaz de ser um propagador da paz.
Mas sozinhos eles não irão conseguir, ninguém conseguiria; o ser humano é um ser de relações, fruto do meio em que vive e só pode caminhar pelo bem, se for instrumentalizado para isso.
Estou disposto de continuar a ser instrumento desse lugar interno, dessa experiência do encontro consigo mesmo, pois a arte educa, sensibiliza, faz ouvir, perceber e criar rizomas para toda a vida.
Que eu permaneça com minhas inconformidades pois elas trazem minhas ações, as idéias surgem para sanar ou mediar situações.
O educador pode ser um diferencial na relação do catalisador de sentimentos que é o aluno; nele, indivíduo em formação psicológica, social, física; estão todas as marcas que outras pessoas deixaram ao longo de sua vida.
Se o aluno chega à margem da sociedade é por que muitas pessoas o colocaram dia a dia longe desse epicentro social; a cada detalhe, a cada ação desmedida, a cada falta de ação ou indução pelo exemplo, esse jovem foi distanciado ao longo do tempo dos parâmetros saudáveis de convivência, de civilidade.
Não são apenas das grandes agressões que se cria um delinqüente; os fatos, por menores que pareçam ser, se somam e constroem através da desconstrução; assim muitas personalidades são formadas, se é que essa é a melhor palavra para se empregar nesse contexto.
Desde um olhar carrancudo, de um grito que fere, uma palavra mal dita ou uma exposição desnecessária, são todas ações que corroboram para aquilo que eles já carecem dentro de suas famílias.
A família é a instituição mais adoentada nesse início de século.
Do mesmo modo, ou até mais grave, a ausência também fere em qualquer esfera social, principalmente na área da Educação; o afastamento, a intolerância, o desprezo, a falta de dizer: "bom dia!!!", a falta de um sorriso; ferem gradualmente essas crianças, embora elas não se manifestem cobrando essas atitudes (até por que não podem cobrar o que não conhecem) mas certamente cobrarão da forma mais transviada possível; desafiando, se fazendo valer (mesmo que de formas negativas) como quem dissessem: "Olha eu aqui!!! Eu existo e quero alguém para se comunicar comigo" evidente que comunicação se estabelece em outros níveis de compreensão da mesma, até por que a violência sempre será o "descomunicar" mas não se pode tratar essa máxima como um dogma; pois o ato de violência comunica muitas mensagens subliminares de seu autor.
Nesses meus primeiros dias na escola, me preocupei em conhecer a garotada, as crianças oprimidas pelos líderes e os opressores mirins que lideram os grupos; busquei conhecer também os espaços, a rotina, as metodologias e os comportamentos para que eu possa pensar de forma estratégica possibilidades para contribuir com o trabalho da equipe escolar.
À mim não bastava elaborar um diagnóstico disciplinar/pedagógico somente pela observação, nessas primeiras manhãs na companhia dos meus novos alunos já estive presente na entrada do turno, nos recreios, nas conversas entre eles e até nas brigas, tentando conversar, estabelecer diálogo. Brinquei no playground, joguei bola com alguns e conversei com muitos.
Como toda criança e adolescente desses tempos, todos eles são facilmente seduzidos pela internet, pela tecnologia, pelo que é digital; mas ainda não vêem, por exemplo, a internet como um recurso para aprender, entendem essa ferramenta apenas como uso para jogos.
Para início de ação recorri aos meus recusos didáticos teatrais para envolve-los nas aulas de artes, para que o aprendizado seja de fato significativo.
Professor Tiago Ortaet
MAIS UMA DE MINHAS POESIAS * Recreio Veraneio
Recreio Veraneio
Minha
vida é aula passeio...
Ronco dos trovões desse Janeiro com jeito arruaceiro em
céu anunciado.
Meu planejamento pedagógico é uma pré estréia do que serão momentos de compartilhar.
Anseio, ansioso em tudo que creio.
Meu planejamento pedagógico é uma pré estréia do que serão momentos de compartilhar.
Anseio, ansioso em tudo que creio.
Eu, caminhando pretensioso pelos corredores escolares com
minhas vontades de uma arte de recorte, sigo recortando a vida, destacando meus
detalhes, sublinhando-os para o mundo criado.
Amores agendados com passaporte carimbado.
Os fatos meus; viajam pela existência.
Meu criado-mudo conversa baixinho; generoso ele me
instiga a pensar sobre tantas coisas; a noite é um divã...
Amabilidade é brincadeira de quintal no meu novo recreio
Recrio meus dias contando meu faz de conta inalienável
Minha vacina contra o mau humor não é injetável
Amabilidade é brincadeira de quintal no meu novo recreio
Recrio meus dias contando meu faz de conta inalienável
Minha vacina contra o mau humor não é injetável
Meus atos por ela são
seqüenciais, se interpelam mutuamente e se atropelam muitas vezes.
Respiração vezes três
Multiplicação do que se fez.
Escola assim é mais escola
Tiago Ortaet®
RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO
Assim que recebi o convite do professor e amigo Tiago
Ortaet para escrever sobre a relação professor/aluno, no lançamento da Coluna
do Blog Arte dos alunos do Gleba, aceitei prontamente.
Confesso a preocupação pela responsabilidade de iniciar um espaço tão importante para professores.
Obrigada prof. Tiago por suas carinhosas palavras e pela confiança!
Aos colegas professores, peço licença para iniciar a escrita sobre como é, para mim, a relação professor/aluno, portanto sem pretensão de registrar uma receita de prática pedagógica.
Sou uma mulher de personalidade forte, determinada, mas afetuosa e com o coração generoso. O novo não me amedronta, adoro desafios. Os erros e acertos fazem parte do aprendizado que a vida oferece. Aproveito os ensinamentos!
Não poderia ser diferente na profissão que eu escolhi para exercer: O Magistério!
Já dizia o saudoso educador Paulo Freire: “Não há educação sem amor!”
Lidar com jovens é oferecer amor e impor limites. Cuidar do outro como de si mesmo é o início para construir uma relação afetuosa. Impor limites com autoridade, mas sem ser autoritário é o melhor caminho.
Estabelecer o limite, oferecendo ao aluno a fronteira até onde ele pode ir ou não.
A arte de cuidar implica aproveitar toda a bagagem que o aluno traz e ajudá-lo a transformar as frustrações em crescimento e equilíbrio.
Somos referência para nossos jovens! O jovem precisa escutar, e melhor que as palavras são as ações.
Respeito é fundamental para o sucesso na relação professor/aluno. Eu respeito meus alunos e sou respeitada, tenho compromisso com eles e eles comigo. A minha relação com meu aluno é construída através de Respeito, Compromisso e Afeto. É parceria, é troca, é ensinar e é aprender.
Como posso ensinar se não houver afetividade? Como educadora sinto necessidade de proporcionar ao meu aluno a vivência da afetividade. Permitir a manifestação do sentimento. Mostrar, com ações, que ele é capaz de suportar e superar as frustrações.
Para que isso ocorra, basta ter sensibilidade para ver! Cada aluno é importante!
Sinto-me privilegiada por vivenciar diariamente experiências, que me proporcionam aprender cada vez mais.
O projeto EAP (Equipe de Apoio Pedagógico), que implantei neste ano aqui na escola Gleba, é o forte colaborador para meu crescimento profissional, pois oportuniza conhecer melhor o ser humano e sua complexidade.
Para encerrar minha fala, estendida pela empolgação, registro que, para mim, uma relação saudável professor/aluno precisa ter algumas palavras como diretrizes:
Respeito/ Compromisso/ Referência / Cuidado/ Afeto/ Limites.
Obrigada prof. Tiago pela oportunidade e espaço!
Beijo a todos!
Profª Mirian.
13/ 05/ 2010
Confesso a preocupação pela responsabilidade de iniciar um espaço tão importante para professores.
Obrigada prof. Tiago por suas carinhosas palavras e pela confiança!
Aos colegas professores, peço licença para iniciar a escrita sobre como é, para mim, a relação professor/aluno, portanto sem pretensão de registrar uma receita de prática pedagógica.
Sou uma mulher de personalidade forte, determinada, mas afetuosa e com o coração generoso. O novo não me amedronta, adoro desafios. Os erros e acertos fazem parte do aprendizado que a vida oferece. Aproveito os ensinamentos!
Não poderia ser diferente na profissão que eu escolhi para exercer: O Magistério!
Já dizia o saudoso educador Paulo Freire: “Não há educação sem amor!”
Lidar com jovens é oferecer amor e impor limites. Cuidar do outro como de si mesmo é o início para construir uma relação afetuosa. Impor limites com autoridade, mas sem ser autoritário é o melhor caminho.
Estabelecer o limite, oferecendo ao aluno a fronteira até onde ele pode ir ou não.
A arte de cuidar implica aproveitar toda a bagagem que o aluno traz e ajudá-lo a transformar as frustrações em crescimento e equilíbrio.
Somos referência para nossos jovens! O jovem precisa escutar, e melhor que as palavras são as ações.
Respeito é fundamental para o sucesso na relação professor/aluno. Eu respeito meus alunos e sou respeitada, tenho compromisso com eles e eles comigo. A minha relação com meu aluno é construída através de Respeito, Compromisso e Afeto. É parceria, é troca, é ensinar e é aprender.
Como posso ensinar se não houver afetividade? Como educadora sinto necessidade de proporcionar ao meu aluno a vivência da afetividade. Permitir a manifestação do sentimento. Mostrar, com ações, que ele é capaz de suportar e superar as frustrações.
Para que isso ocorra, basta ter sensibilidade para ver! Cada aluno é importante!
Sinto-me privilegiada por vivenciar diariamente experiências, que me proporcionam aprender cada vez mais.
O projeto EAP (Equipe de Apoio Pedagógico), que implantei neste ano aqui na escola Gleba, é o forte colaborador para meu crescimento profissional, pois oportuniza conhecer melhor o ser humano e sua complexidade.
Para encerrar minha fala, estendida pela empolgação, registro que, para mim, uma relação saudável professor/aluno precisa ter algumas palavras como diretrizes:
Respeito/ Compromisso/ Referência / Cuidado/ Afeto/ Limites.
Obrigada prof. Tiago pela oportunidade e espaço!
Beijo a todos!
Profª Mirian.
13/ 05/ 2010
Poesia "Palidez desejada" sobre os estudos de
CLOWN
Palidez desejada,
cara como folha em branco pronta pra ser rabiscada, investigada com os
registros, os rabiscos são sufixos desse agora;
meu cantar vaza pelo escuro, clareia a noite e não
vai embora.
Os rabiscos são
gestos desse novo rosto em pele antiga, pele contemporânea com espinhas, cada
olhar traçam linhas, o foco é o outro em nós.
O ponto vermelho é o centro
de toda manifestação ambigua,
discreta e esfuziante ao mesmo tempo, pois é tempo do monumento teatral fazer
valer a existencia humana.
Tiago Ortaet®
POESIA DE AULA - AULA DE POESIA - CORPO COMO O PRÓPRIO
VERSO: Abraços Grátis num mundo capitalista
Laboratório expressivo
saborear cada gesto, cada olhar, cada ato tímido ou oferecido, permitido e
particular...
Do acolhimento à repulsa, do querer travado à pessoa avulsa, dos travamentos aos tatos inesperados, os opostos ficaram a mostra nesses personagens efêmeros das classes.
Esses tipos andantes com destinos rigorosos, (sejam os professores profetas a caminho de seus destinos ou dos alunos desavisados, advertidos, estigmatizados) desesperados e muitos com cabrestos, estão sufocadamente atrasados, preocupados e me incluo nessa massa quando a burocracia se equilibra paralelamente a minha arte, à nossa arte; ai ela perde o fôlego, isso é sentido. Mas tá mais que proibido deixa-la perder o ar. Nosso brincar de ser feliz é coisa séria e assim a aula é um suspirar!
Fomos provocando, sorrindo, indo e voltando! Chegamos ao que desejávamos, a bolha foi rompida!
“Abraço Grátis” pode ser um trocado, um punhado, apanhado, achado capital humano, nesse mundo capitalista rotativo.
O gesto repetitivo não foi em momento algum o mesmo!
Repetir daqui pra frente, será: Pedir de novo que as ilhas particulares que passeiam pelos corredores, (antes dores, dores, dores), se conectem com o ritmo cardíaco de uma outra ilha.
As “batidas-tato-peitoral” são mágicas de senso humano em demasia. um peito que se aproxima de outro peito para dizer bom dia.
Assim somos melhores, somos alunos geniais, somos arquipélagos relacionais.
Tiago Ortaet
Do acolhimento à repulsa, do querer travado à pessoa avulsa, dos travamentos aos tatos inesperados, os opostos ficaram a mostra nesses personagens efêmeros das classes.
Esses tipos andantes com destinos rigorosos, (sejam os professores profetas a caminho de seus destinos ou dos alunos desavisados, advertidos, estigmatizados) desesperados e muitos com cabrestos, estão sufocadamente atrasados, preocupados e me incluo nessa massa quando a burocracia se equilibra paralelamente a minha arte, à nossa arte; ai ela perde o fôlego, isso é sentido. Mas tá mais que proibido deixa-la perder o ar. Nosso brincar de ser feliz é coisa séria e assim a aula é um suspirar!
Fomos provocando, sorrindo, indo e voltando! Chegamos ao que desejávamos, a bolha foi rompida!
“Abraço Grátis” pode ser um trocado, um punhado, apanhado, achado capital humano, nesse mundo capitalista rotativo.
O gesto repetitivo não foi em momento algum o mesmo!
Repetir daqui pra frente, será: Pedir de novo que as ilhas particulares que passeiam pelos corredores, (antes dores, dores, dores), se conectem com o ritmo cardíaco de uma outra ilha.
As “batidas-tato-peitoral” são mágicas de senso humano em demasia. um peito que se aproxima de outro peito para dizer bom dia.
Assim somos melhores, somos alunos geniais, somos arquipélagos relacionais.
Tiago Ortaet
MANIFESTO CULTURAL ESTUDANTIL LIDO NA COLAÇÃO DE GRAU DAS
OITAVAS SÉRIES NA CÂMARA MUNCIPAL
MANIFESTO CULTURAL ESTUDANTIL
Arte/Educação na escola publica
Nós estudantes da escola Estadual Parque Continental
Gleba I e professor Tiago Ortaet defendemos nossos esforços por uma escola
multicultural e artística, que compreenda a cultura como garantia de respeito e
diversidade da vida humana.
Sendo assim, mantemos nosso compromisso de zelas pelos
eventos que tem se tornado tradição em nossa comunidade e solicitamos do poder
publico apoio e incentivo.
Algumas de nossas metas são:
·
Fomento
de oficinas de artes dentro da escola para interessados na comunidade
·
Exposição
de nossos trabalhos de arte no saguão da Câmara para intercâmbio com outros
grupos de jovens
·
Promoção
da sexta eleição dos líderes culturais (que esse projeto seja entendido a
outros espaços da cidade)
·
Acesso
a transportes para eventos externos da escola
·
Apoio
estrutural para a realização da III Acampamento-virada cultural nas
dependências de nossa escola no mês de Maio de 2012
Em
nossas histórias de liderança cultural estão a organização de exposições, a
manutenção diário do Blog Continental Cultural e tantas outras ações de arte e
cultura com os jovens.
Tentamos cobrir uma lacuna de décadas de descaso político
com a cultura da cidade e também por antigamente não considerarem o jovem como
um possível protagonista da sociedade.
Ousamos ainda mais em solicitar da prefeitura uma casa de
cultura em nosso bairro e região, para expandirmos ainda mais nossos projetos
de arte.
Agradecemos a atenção e confiamos que o Vereador Guti
possa representar essa voz jovem no legislativo.
Professor Tiago Ortaet e alunos da Escola Estadual Parque
Continental Gleba I
Guarulhos, 12 de Dezembro de 2011.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
"É
tempo" texto de Tiago Ortaet
É tempo como sempre deve ser de olhar olho no
olho.
É tempo como talvez um dia já foi de perdoar-se pelo tempo perdido.
É tempo como haverá de insistir que nos encontremos felizes dentro de nós mesmos.
É tempo de saborear o gosto que o tempo tem, que o tempo deixa e que o tempo se faz do olfato dos fatos que o cheiro dele nos trás, é tempo de perpetuar a paz.
É tempo de entender que o que se leva dessa vida é o brilho do olho que se viu e o tamanho da felicidade é do mesmo tamanho da beleza de uma pedra azul anil.
É tempo de ser aluno em estado de professor e professar a voz de quem não a teve.
É tempo de reciclar a palavra amor e reinventá-la em diferentes maneiras.
É tempo de ser feliz!
É tempo de aguçar o verbo, mirar na meta certa, deixar mágoas, renovar, deixar pudores...
Eu sou mais feliz com minha agenda cheia de amores!!!!
Ortaet®2011
É tempo como talvez um dia já foi de perdoar-se pelo tempo perdido.
É tempo como haverá de insistir que nos encontremos felizes dentro de nós mesmos.
É tempo de saborear o gosto que o tempo tem, que o tempo deixa e que o tempo se faz do olfato dos fatos que o cheiro dele nos trás, é tempo de perpetuar a paz.
É tempo de entender que o que se leva dessa vida é o brilho do olho que se viu e o tamanho da felicidade é do mesmo tamanho da beleza de uma pedra azul anil.
É tempo de ser aluno em estado de professor e professar a voz de quem não a teve.
É tempo de reciclar a palavra amor e reinventá-la em diferentes maneiras.
É tempo de ser feliz!
É tempo de aguçar o verbo, mirar na meta certa, deixar mágoas, renovar, deixar pudores...
Eu sou mais feliz com minha agenda cheia de amores!!!!
Ortaet®2011
CARTA ABERTA A TODA COMUNIDADE ESCOLAR - MANIFESTO
Prezados senhores do Conselho de Escola da E.E. Parque Continental Gleba I, como membro desse conselho, peço mais uma vez licença para contribuir em nossa pauta de discussões a fim de expor um lamentável fato ocorrido nos últimos dias, que interfere diretamente na proposta democrática na qual o corpo gestor conduz nossa escola. Proponho o diálogo a seguir:
Tenho uma trajetória nesta unidade escolar desde sua fundação há quase 12 anos, que muito me orgulha e dentre tantos projetos já realizados, na busca por uma cultura de paz e por um ideal coletivo, a consulta popular realizada no ano de 2010 para escolha de um patrono para nossa unidade escolar foi afrontada por uma imposição política.
Recentemente no ano de 2010 eu, ex-aluno da escola, morador do bairro por mais de 18 anos, professor em efetivo exercício na escola, propus um projeto de nomeação da unidade com cunho democrático entre os profissionais, alunos e seus familiares, além de uma ampla consulta publica com os moradores da região para escolha de um nome definitivo em nossa escola que desde sua fundação possui o mesmo nome do bairro; nome este que no ano de 2000 nos foi comunicado que seria provisório.
Decidi realizar essa ampla discussão de possíveis homenageados como patronos dessa casa do saber por compreender que os moradores, professores, alunos e familiares, são os verdadeiros protagonistas da construção de cidadania que realizamos aqui e também por sermos capazes de escolher nosso homenageado.
Assim foi feito, tendo sido recebido sugestões de nomes, redigido o projeto pedagógico com as devidas candidaturas sugeridas, enquete simbólica no site oficial da escola, debate entre os alunos, explicação do projeto em reunião de pais e intenso debate com os profissionais durante as reuniões escolares.
Dois dos nomes mais citados foram: Renato Mafredini Júnior, um dos maiores pensadores e poetas da geração 80, que deixou um legado literário que influencia até hoje os jovens do país, um líder inconstestável em sua postura artística. Outro também citado e votado foi Ayrton Senna da Silva que foi um exemplo vitorioso e um esportista consagrado. Porém destes nomes votados, o nome do automobilista Ayrton Senna, foi consultado que já há uma escola com seu nome, portanto teve de ser descartado.
Outros nomes também lembrados na semana de sugestões foram: Zilda Arns (Sanitarista e médica em missão no Haiti) Augusto Boal (maior teatrólogo Brasileiro que difundiu sua metodologia por todo o mundo) José Mindlin (Bibliotecário e dono do maior acervo particular do Brasil).
Para nossa profunda surpresa, na semana passada nos deparamos com decreto no diário oficial com a imposição de que a partir desta data a escola passaria a se chamar “Luiz Eduardo Bigatello”.
Aproveito para destacar nossos profundos respeitos a esse senhor desconhecido de nossa comunidade, mesmo não tendo nenhuma relação com a educação, com o bairro ou com nossa geração, pudemos ler que foi um cidadão de bem, através da pesquisa que fizemos ao saber do fato. Porém vale consultar sua biografia publica no site de buscas “google” pois aparecem alguns antecedentes duvidosos.
Temos a predileção para um patrono com um perfil de educador, missionário ou um artista contestador, como de fato, os candidatos de nossa votação possuem. Líderes positivos de suas profissões.
Meus questionamentos e certamente os questionamentos de minha comunidade, meus alunos e meus colegas de trabalho a quem represento nesse momento, são de que todo político é representante da população e DECLARAMOS que não nos sentimos nenhum pouco representados, uma vez que não houve nenhuma consulta popular de qualquer natureza para saber a opinião da comunidade, afinal já tínhamos manifestações a esse respeito.
Portanto faço-me presente através deste documento para manifestar-me contrário a decisão de nomeação de nossa escola com o projeto de lei NÚMERO 871 DE 2011 do Senhor Deputado Estadual Cauê Macris.
Minha proposta é que façamos uma escolha DEMOCRÁTICA como proposto desde o início por mim, inclusive coloco a disposição mais uma vez nosso site educativo como plataforma para uma consulta publica. Esse projeto pedagógico de nosso site já recebeu mais de 200 mil visitas na internet, foi exposto em 3 países, matérias educacionais em diversos periódicos da cidade e do estado, além de envolver toda a comunidade escolar, portanto é em potencial um grande disparador de opiniões.
Os eleitores dessa comunidade gostariam de serem ouvidos, estamos certos disso!
Como professor acho deselegante que tal postura tenha sido tomada, sem levar em conta as pessoas que fazem a escola, afinal escola não é somente um prédio com salas de aulas, escola é quem a faz, são as tantas pessoas que estão nessa construção cidadã diariamente, sobretudo convido todos os envolvidos para o diálogo que ao meu ver é a melhor solução.
Guarulhos, 04 de Outubro de 2011
Professor Tiago Geraldo do Nascimento (Pseudônimo Artístico Tiago Ortaet)
domingo, 14 de agosto de 2011
Parabéns a
todos os pais dos meus alunos!!!
Caros pais dessa juventude linda e cheia de vida, que dá
um trabalho imenso, boa noite!
Faço uso desse espaço no nosso blog-arte pra falar um pouco da arte da vida, essa vida que nos reserva tantas surpresas.
Agradeço a vocês pelo zelo aos vossos filhos e digo aos senhores que meu empenho em oferecer uma escola de qualidade a cada um deles é pra mim um dever e uma missão.
Que os senhores desfrutem da maravilha que é ser pai e que sejam sempre PRESENTES na vida de seus filhos, pois isso faz diferença, muita diferença!
Faço uso desse espaço no nosso blog-arte pra falar um pouco da arte da vida, essa vida que nos reserva tantas surpresas.
Agradeço a vocês pelo zelo aos vossos filhos e digo aos senhores que meu empenho em oferecer uma escola de qualidade a cada um deles é pra mim um dever e uma missão.
Que os senhores desfrutem da maravilha que é ser pai e que sejam sempre PRESENTES na vida de seus filhos, pois isso faz diferença, muita diferença!
Prestigiem sempre, critiquem quando eles merecerem, sejam severos sim quando necessário, mas zeloso e cheio de amor nos olhos em todo momento.
Parabéns pelo dia dos Pais!
AOS ALUNOS QUE INFELIZMENTE NÃO TEM PAI, OFEREÇO O MEU ABRAÇO PATERNO, CHEIO DE AMOR, ENTENDO CADA SENTIMENTO QUE SE PASSA AI DENTRO; SABE POR QUÊ???
Eu tive pai apenas por 4 anos de minha vida, ele foi um grande homem, honesto, trabalhador, humilde, bom pai, mas faleceu quando eu era bem pequeno. Meus irmãos tiveram a oportunidade de terem pai por muitos anos, diferente de mim que sempre senti muito essa ausência.
Minha mãe, grande guerreira, me criou sozinha, sendo meu pai e mãe ao mesmo tempo.
Não tê-lo ao meu lado foi sinônimo de bastante sofrimento, mas eu tive que me fazer forte pra conquistar espaço nessa vida, mesmo sem ter a necessária presença do meu pai, busquei meu pai dentro de mim, em meu coração todas as vezes que passei por dificuldades para que ele me ajudasse e também mentalizei sua presença em minhas conquistas.
Sempre eu tive em minha mente que eu não posso decepcioná-lo e creio que ao longo do tempo dei muitos motivos pra ele se orgulhar de mim.
Hoje em dia, posso viver a maior experiência de minha vida que é ser pai-presente do Otávio, agradeço a Deus cada segundo ao lado do meu filho, por oferecer a ele o que eu não pude ter.
Fiquem em paz!
Tiago Ortaet®
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Poesia
"A CENA" de Tiago Ortaet
A CENA
A cena com nome de rio deságua em minhas vontades antes disfarçadas de impossível.
A palavra é meu bem tangível que manuseio como quero, versão legível do que eu espero.
Meus medos retirantes já constrangidos seguem rastejantes por alguma sarjeta desse lugar, fazem parte dessa espera.
Rio com cara de tímido, boca querendo rir de mim.
A cena com nome de rio, desconfio, me enquadra numa luz do improviso, segue meu riso, meus contrários interiores me inspiram, meus olhares navegam pelas águas do que vejo, fecho os olhos pra poder ver tudo que habita esse lugar.
Reedito minha cena, reescrevo meu roteiro, cenário de cinema o dia inteiro, esse olhares em capturas, flertam em mim todas minhas criaturas, vagam, velejam, voam, sobretudo, sobrevoam.
Aterrisso como folha exaustivamente escrita e toco o chão, meu mundo não tem fronteira, passaporte carimbado pela arte, estandarte e brincadeira. Eu sou o papel do meu caderno, escrevo em mim meus segredos. Brinco de ser feliz.
Meus sonhos na ponta do meu giz e meus versos pelas praças de Paris.
A cena com nome de rio ou o rio com nome de Sena?
Tiago Ortaet
Numa tarde de verão em Paris - 2011
quinta-feira, 30 de junho de 2011
MINHA
RESPOSTA AO VIDEO-HOMENAGEM!!! OBRIGADO 28MIL VEZES!!!
Meus queridos, hoje foi um dia bastante
cheio aqui em Budapeste (HUNGRIA) inclusive foi o ultimo dia de apresentações e
comunicações do congresso, além do mais tivemos durante toda tarde, uma
capacitação no maior museu de artes da cidade, por conta de tudo isso, acabei
nem tendo tempo de escrever no nosso blog. Sei que estou em débito com as
postagens de textos e fotos, mas farei a partir de agora, que terei mais tempo
no hotel.
Acabei de
chegar de um jantar com arte/educadores do Brasil, aqui bem perto do hotel,
quando cheguei no quarto e liguei meu computador, vejo uma mensagem de minha
esposa me perguntando se eu havia visto o vídeo. Eu pergunto a ela: Que vídeo?
Daí, minha curiosidade máster, me fez imediatamente ir ao BCC, nosso blog-arte.
Meu Deus! Que
linda homenagem, vocês se superaram. Não sei se mereço tanto! Sem falsa
modéstia, sei que mereço sim, a confiança e a amizade de vocês, por tudo que
construímos juntos, a história linda de um grupo de estudantes com seu
professor. Pra mim,
não há troféu maior, como sempre digo: PRESENTE É GENTE!!!! E eu tenho um monte
de presentes pra abraçar!!!!
Eu nem
suspeitei dessa super-produção-bcc, vocês já podem ser detetives hein!!!
(rsrsrs) Gravaram depoimentos de pessoas que estavam em eventos comigo e
eu nem notei. Inclusive reparei agora que tem gravações de pessoas que
estiveram comigo há quase 2 meses, ou seja, faz é tempo que vocês estão criando
o vídeo!!!
Eu ri com as
piadinhas do Rodrigo, com partes da edição, com o bom humor de sempre, peculiar
ao nosso grupo “Ortaético”mas me acabei de chorar com as surpresas sem fim, a
cada minuto no vídeo.
Eu leio essa
homenagem da seguinte forma: Isso é fruto de nossa relação de amizade, pois eu
acredito e defendo que professor e aluno é uma parceria pra toda vida, quando
bem feita. Tenho uma tendência a ser muito próximo e afetivo, não sei separar
profissional de pessoal, e isso é bastante evidente quando vocês, sabiamente,
gravam na casa da minha mãe, com meu filho, minha esposa, meus amigos,
professores, pessoas que eu admiro, enfim, uma homenagem que eu vou guardar no
coração pra sempre! AGRADEÇO A CADA ALUNO DO GLEBA QUE COM SEU OLHAR ME
HOMENAGEIA TODO DIA, ME RESPEITANDO E VALORIZANDO MEUS ESFORÇOS POR UMA ESCOLA
MELHOR.
Agradeço
agora aos que deram depoimento nesse vídeo-surpresa! Muito obrigado ao Daniel
Daantas da 8F que é meu primeiro aluno (há 9 anos) quando eu ainda não havia
nem me formado na faculdade, além disso, é meu parceiro teatral também.
Obrigado a Fabíola Kaori também da 8F a quem tirei a honra de ser padrinho,
(recebi convite recentemente) a Patty (vice-diretora) a quem admiro pela
competência e visão contemporânea da educação, a professora Sirlei que de fato
é uma líder de atividades pra comunidade, pró-ativa, esteve comigo em muitos
eventos de arte na escola, a minha esposa, fiel escudeira das minhas artes,
minhas idéias e maluquices, a minha mãe que me fez chegar nesse mundo e me deu
a educação que tenho, a Sandra Melo pela parceria inviolável, amizade eterna,
ao meu filhote, Otávio Ortaet, minha razão suprema de existir. Obrigado ao will
pelo auxílio nas criações do video, a Profa Roberta, que tem sido grande
parceira. Um OBRIGADÃO ESPECIAL principalmente ao meu amigo-aluno Rodrigo
Marcelo Lacerda Medrado, um gênio que caiu do céu, numa sala de aula minha,
pronto pra fazer arte nesse mundo, já veio pronto esse menino, foi só mostrar o
caminho, ele vai longe... Estamos juntos rodriguinhoooooo... Enfim a todos meus
companheiros, parceiros dessa vida, que estando ou não nesse vídeo, são aqueles
a quem me inspiro pra trabalhar me divertindo e me divertir de tanto trabalhar,
por que a arte é meu combustível de vida, sem ela não há como
viver!
Em lágrimas,
Tiago Ortaet, direto de Budapeste, HUNGRIA, com o coração lá no Parque
Continental, Guarulhos, São Paulo, BRASIL. 29, JUNHO, 2011.
UM AMOR INTERDISCIPLINAR
Texto proferido pelo Professor Tiago Ortaet aos estudantes na sessão solene de posse dos Líderes Culturais na Câmara Municipal de Guarulhos
Que linda noite essa em que uma trupe de estudantes se reúne com seu professor e convida familiares para um evento formal, com mesa solene, traje social e protocolos. Justo nós, um bando de garotos entusiasmados com nossas idéias. Aqueles que de tanto dar vazão as possibilidades, nem percebem o impossível e quando vêem, já fizeram!
Não seria aqui, nessa casa das leis, da civilidade, que deixaríamos de trazer nossa ousadia, daquela casa do saber, que chamamos de escola.
Eu me encho de orgulho e não faço nenhuma questão de ser modesto ao falar de vocês, são vocês os motivos mais belos de minha missão de educar.
Para explicar essa química perfeita que metamorfoseamos a cada dia, recorri as áreas científicas, importantes para a humanidade, na tentativa de expressar a essência daquilo que somos em coletividade
A história pode contar detalhadamente nossas expedições culturais, registrar nossos passos estudantis, nos dar um status de um capítulo célebre na história da educação. Da educação que se faz na nossa escola, no nosso bairro, na nossa cidade. A história de cada um de vocês é para mim muito mais importante do que a história do mundo inteiro.
Entrar na vida de vocês é um aprendizado quase religioso. Religião é tudo aquilo que religa. Estamos ligados em alta sintonia. Já faz tempo que somos parceiros de nossos aprendizados. Somos historiadores de nós mesmos.
A Língua Portuguesa pode ser cúmplice de tudo aquilo que verbalizamos, que germinou em nosso pensamento de meninos e meninas que se divertem na escola e estão a fim de aprender. Mas o que é muito claro para nós, como o raiar do sol que nos ilumina nas manhãs escolares, é que já não se aprende mais como antes. Apreendemos versos que não podem ser escritos. Afinal, como verbalizar um olhar? Nossa língua portuguesa não é colonizada, é libertária pelas artes; se faz por associações de cada nova página escrita por nós. Poetizamos a vida.
A geografia da sensibilidade nos dá noção de espaço, reconhece o outro como o contrário, necessário, do somos, tateia as mentes que de tão conectadas aos fazeres culturais ganham territórios do imaginário. Geograficamente criamos teias, tecemos nosso caminho, criamos vínculos, reciclamos o que somos.
Nossa aula de leitura é muito fácil, lemos gestos, sorrisos, imagens e sonhos! Essa aula não tem fim.
A matemática também com seu necessário valor nos permite rever nossas estatísticas, somando atitudes, dividindo momentos, multiplicando olhares, pois é esse o mote que me faz estar aqui, a multiplicidade de olhares. Nos faz ainda, subtrair os ranços de uma educação punitiva, rancorosa, que não agregaria em nada. Essa matemática que escolhi para teatralizar a vida com vocês tem uma equação não exata.
Nossa Educação Física começa toda vez que exercitamos nossas idéias, mover a mente e deslocar pensamentos para materializá-los é sem dúvida a mais nobre das atividades. É ser um pouco Deus no ato criador. Mas não é só isso não, aja tônus muscular para manter-se firme numa maratona de mais de 14 horas de atividades culturais como no nosso recente Acampamento, ou então na corrida quase atlética de nossos eventos esfuziantes. Somos bons produtores de eventos.
Toda vez que respiro e só enquanto eu respirar, vou me lembrar que nosso fazer artístico é biológico. A biologia que me amparo é aquela que diz que corre nas nossas veias o DNA da expressividade, dentro de nós há um néctar humano que nos garante o poder de relacionar os fatos, os tatos e as experiências com tudo aquilo que sonhamos. Racional ou emocionalmente sustentamos nossa vontade de viver intensamente. Não há natureza maior do que aquela que nos habita!
O idioma que falamos não é o inglês, mas poderia ser esse ou qualquer outro, pois preferimos nos comunicar através de dialeto que pode ser lido aqui ou em qualquer lugar do mundo: O teatrês, o código gestual do mundo encantado, aquele que imaginamos.
Não distantes da realidade, muito pelo contrário, criamos nossa própria realidade com um toque absolutamente autoral, por acaso na vida é diferente? Dentre esses alunos, e eu me incluo como mais um, serão brevemente homens e mulheres de bem, cidadãos capazes de escreverem suas próprias histórias, líderes, não só na cultura, mas em tudo que fizerem.
A arte nunca se encerra, ela é o tempero de tudo isso! Sem ela não há humanidade expressa. Sem ela nem existimos! Sem tempero quem irá devorar a vida? Obrigado ao artista maior desse mundo que me permite ser instrumento de paz e de arte também!
Ofereço assim, bem temperado, simplesmente meu amor interdisciplinar!
Professor Tiago Ortaet
Em noite de solenidade dos Líderes Culturais na Câmara Municipal de Guarulhos - Maio de 2011
________________________________________________
CARTA DE FINAL DE ANO - PROFESSOR ORTAET
Esse ano passou rápido demais,
tive a sensação de que cada bimestre corria com nossa ansiedade de realizar
novos eventos, festas, exposições e aventuras de arte na escola.
A escola tem mesmo que cumprir
esse papel de instigar os alunos a produzir e serem essa metamorfose ambulante,
jovens que vão progredindo a cada novo dia.
Agradeço cada homenagem, cada sorriso que recebi e cada abraço afetuoso
que ganhei de presente de cada um de vocês. Mesmo nos dias em que passei
por dificuldades consegui me reerguer, minha arte é meu remédio que cura tudo! Meus
alunos fazem parte dessa minha arte!
Vocês sabem muito bem, que para
mim, lecionar, ministrar aulas é uma das coisas mais importantes da minha vida e
o amor que eu tenho a essa missão de ensinar, fica revelado em meus projetos,
meu jeito em receber vocês em sala de aula e cada euforia que extravaso nos nossos eventos.
Para mim educar é estar junto, próximo, ter cuidado, zelo
e afeto aos alunos. Procurar
escutar, conversar, orientar e cultivar uma relação de amizade, pois isso será
lembrança pra toda vida.
Tantas vezes me emocionei por perceber no olhar de
vocês a satisfação de fazerem parte das aulas.
Desculpem pelas minhas falhas, revejo minha prática profissional
constantemente e creio que ano que vem tudo possa ser melhor.
Desde já tenho me dedicado em planejar novos projetos, aulas
dinâmicas, atividades e excursões culturais para o ano que vem, pois vocês não
acham que eu deixaria vocês na 8ª série não é? Seguiremos juntos mais uma vez
nesse trem ligeiro e maluco das aulas
ortaéticas!
A adolescência é uma fase iluminada de nossas vidas, um período de descobertas e sentimentos a flor da pele; por isso, agradeço a Deus por eu poder fazer parte dessa etapa da vida de vocês e poder contribuir de alguma forma para seus aprendizados. Vocês fizeram minhas tardes de 2010 serem especiais.
Desejo que vocês vivenciem o Natal em família, com saúde
plena e muita paz.
E que em 2011 você continue sendo meu aluno-amigo!
Durante
as férias acompanhem nosso blog-arte, pois nosso site nunca sai do ar, nunca
entra de férias, lá terão dicas culturais, fotos da retrospectiva de 2010,
notícias da escola, postagens especiais e surpresas.
__________________________________________________________________________________
MAIS DO QUE OS OLHOS CAPTAM – OLHOS DO CORAÇÃO (um conto escolar)
Toda escola deve ser um berço de civilização, de afeto e cidadania. Presenciamos e vivenciamos inúmeras provas disso ao longo de nosso cotidiano profissional.
Há tempos vinha percebendo um estudante da nossa escola em suas atividades escolares em sala de aula; o garoto tinha tido grandes dificuldades para enxergar.
Menino astuto, engajado com os estudos, bonito, educado e de família humilde; sempre ansioso para a chegada das aulas de arte, sempre me parando nos corredores querendo saber por que demorava tanto para chegar o dia das aulas de arte, suas indagações mostravam através de seus olhos estrábicos uma afetuosa afirmação. Ele sempre soube que para mim educação é brilho nos olhos.
Certo dia num conselho de classe um colega professor tocou no assunto do mesmo garoto, perguntando sobre sua deficiência visual; conversamos sobre possibilidades de ajudá-lo e me prontifiquei a agir para sanar esse problema que prejudicava muito sua aprendizagem.
Liguei para a mãe do menino, convoquei-a a comparecer na escola, elaborei uma carta explicando o caso e minhas intenções, conversei com o menino, busquei informações anteriores com outros professores sobre cobranças aos responsáveis em levá-lo ao médico especialista.
Cheguei à conclusão: Se a família há mais de um ano e meio não conseguiu levá-lo ao oftalmologista nem providenciar um óculos para correção da parcial deficiência visual (não me cabia naquele momento julgar a família) eu mesmo decidi conduzi-lo ao médico e providenciar um óculos para ele. A mãe autorizou!
Combinei com os professores se poderíamos dividir os valores em partes iguais para que dessa forma ajudássemos um garoto esforçado, estudioso; todos concordaram.
Esse menino me fez lembrar do tempo em que eu estava na primeira série do Ensino Fundamental, época em que eu também menino dedicado aos estudos e muito falante, ainda não usava óculos; recebi uma atenção que seria muito importante para meu futuro. Na época diante da atenciosa Professora Isabel, professora das antigas, muito gentil, gorda, calorosa, negra e fraterna, algumas vezes me embalou em seus braços quando lembrava do falecimento de meu pai e chorava em sala de aula.
Essa professora enviou um bilhete a minha mãe informando de minha dificuldade em transcrever lições da lousa, fato que poderia ser conseqüência de algum problema de visão.
Minha mãe sempre muito trabalhadora e responsável logo se prontificou em levar-me ao oftalmologista. No dia da consulta, fui trabalhar com ela, o que para mim já era uma grande aventura, e logo ao final do dia fomos ao médico.
Lá foi detectado que eu precisaria usar óculos para corrigir meus problemas visuais e outros problemas na visão foram encontrados. Meses mais tarde fiz uma cirurgia para a retirada de um nódulo no olho esquerdo. Eu na época, não tive quem se prontificasse a custear meus óculos, mas mesmo numa condição extremamente humilde, minha mãe meses depois conseguiu comprar meus óculos com ajuda de meus irmãos mais velhos. A professora Isabel através de sua percepção me deu um passaporte para olhos que pudessem ver mais e melhor. Essa querida professora faleceu no ano seguinte num trágico acidente, mas sempre morará em minha memória e em meu coração.
Mais de 20 anos depois me vejo do lado aposto, hoje sou professor e educar para mim está muito além de simplesmente explicar conteúdos, educar é tato, é estar na vida do aluno, é influenciar em todos os fatores que colaborem para o aprendizado.
Nesse episódio do menino, aluno-meu, também apareceu uma grande Isabel.
Em conversas de sala de professores, comentei com a colega professora Isabel sobre a consulta com oftalmologista que agendei para levar o estudante da nossa escola. A colega disse conhecer uma dona de ótica e combinou comigo que pediria um bom desconto para os óculos do menino.
Chegado o dia da consulta nos dirigimos ao centro da cidade e lá o menino foi atendido pelo especialista.
Podia ver nos olhos do garoto toda sua alegria, seu encanto, sua satisfação de saber que ganharia óculos para que pudesse ver melhor.
Assim que acabou a consulta nos dirigimos para a ótica indicada pela professora Isabel, imediatamente fomos informados pela dona da ótica que ela faria uma doação e custearia integralmente as lentes e a armação do óculos.
A emoção me consumiu por lembrar dos meus tempos de aluno humilde e principalmente por saber que naquele momento estava podendo interferir de maneira positiva na vida de um jovem.
Essa é a "corrente do bem" que o destino tratou de formar, as páginas desse livro a gente assina com nossa visão de futuro, olhos do amor pelo ser humano, pela atenção que um menino carece, pela arte da vida que bem aparece.
Aquele dia pra mim foi uma retórica, um ato de paz, uma prece.
Desde o olhar atencioso que tive da professora Isabel na minha infância, da batalha de minha mãe em me zelar mesmo em condições paupérrimas, da minha visão de afeto ao menino, às conversas entre professores engajados, passando pela percepção da professora em pedir ajuda, da minha preocupação em levar o garoto ao médico até chegar na doação da dona da ótica; todas essas são atitudes que movem o coração, são atitudes muito maiores que os olhos podem enxergar, muito mais que os olhos captam.
Professor Tiago Ortaet
02/06/2010
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ENTREVISTA DO MÊS - A FAMÍLIA É A BASE DE TODA APRENDIZAGEM
A entrevistada do mês em nosso portal cultural é a super aplicada e educada aluna da 7ªH, Fernanda Estramasso Rodrigues, que demonstrou, como já de costume, um desempenho acima da média com suas pesquisas e muita participação.
FICOU MUITO CLARO PARA NÓS, ATRAVÉS DO BATE-PAPO QUE TIVEMOS NA ENTREVISTA QUE O APOIO FAMILIAR E SUA VONTADE EM SONHAR ALTO SÃO CARACTERISTICAS QUE COLABORAM MUITO PARA SEU DESTAQUE NOS AFAZERES ESCOLARES.
Acompanhem abaixo o que nos disse a estudante:
BLOG CONTINENTAL CULTURAL: Qual a importância dos estudos na sua vida?
FERNANDA ESTRAMASSO RODRIGUES: Eu acho que os estudos para mim, é simplesmente, tudo na vida, é o que eu aprendo, é o que me faz refletir, e com certeza, é o que me faz ir a algum lugar na minha vida.
B.C.C.: Como você analisa a escola em que estuda?F.E.R.: Eu acho, a minha escola, uma das melhores, pelo menos das que eu conheço, e tenho certeza, de que todos os professores, também são muito bons (inclusive, o professor Tiago) Acho que eles me fazem aprender muito mais, do que eu aprenderia normalmente.
B.C.C.: Qual sua relação com as artes e o que elas acrescentam na sua cultura?
F.E.R.: Para mim, artes, não é só a matéria de artes, é também, um apoio, para todas as outras matérias, e para tudo na minha vida, tanto agora, como depois.
B.C.C.: Sua família é parceira nas suas tarefas escolares? Ela te incentiva e te apóia a estudar?
F.E.R.: Com certeza, toda minha vontade de aprender nasce do incentivo de meus pais, além das muitas dúvidas, tanto de assuntos escolares, quanto de assuntos da vida.
B.C.C.: O que você sugere como uma mudança que melhoraria o aprendizado dos estudantes?
F.E.R.: Eu acho que os alunos, também poderiam colaborar muito mais com as aulas, porém, as aulas, bem que poderiam ser um pouco mais lúdicas.
B.C.C.: Qual sua opinião sobre nosso Blog de arte e cultura?
F.E.R.: Eu acho o blog, um apoio, para tudo, tanto de artes, como nas outras disciplinas, além de que tudo que agente precisar, poderemos encontrar no blog.
B.C.C.: Como você se sente tendo sido considerada pelos professores no CONSELHO DE CLASSE como a aluna destaque – nota 10 desse bimestre?
F.E.R.: Eu me sinto vencedora, pois, eu batalho, estudo, pesquiso e procuro, para isso, ser a melhor aluna.
Parabéns a Fernanda e que sua dedicação seja exemplo aos mais de 2.600 estudantes da nossa escola.
2009
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AOS MEUS ALUNOS - JORNADA 2010 - A VIDA SE REFAZ A CADA NOVO GESTO
Queridos estudantes,
Esse ano passou rápido demais, tive a sensação de que cada bimestre corria com nossa ansiedade de realizar novos eventos, festas, exposições e aventuras de arte na escola.
A escola tem mesmo que cumprir esse papel de instigar os alunos a produzir e serem essa metamorfose ambulante, jovens que vão progredindo a cada novo dia.
Agradeço cada homenagem, cada sorriso que recebi e cada abraço afetuoso que ganhei de presente de cada um de vocês. Mesmo nos dias em que passei por dificuldades consegui me reerguer, minha arte é meu remédio que cura tudo! Meus alunos fazem parte dessa minha arte!
Vocês sabem muito bem, que para mim, lecionar, ministrar aulas é uma das coisas mais importantes da minha vida e o amor que eu tenho a essa missão de ensinar, fica revelado em meus projetos, meu jeito em receber vocês em sala de aula e cada euforia que extravaso nos nossos eventos.
Cada um de vocês é especial e me da forças para continuar nesse entusiasmo de um jeito diferente. Todos são muito importantes.
Para mim educar é estar junto, próximo, ter cuidado, zelo e afeto aos alunos. Procurar escutar, conversar, orientar e cultivar uma relação de amizade, pois isso será lembrança pra toda vida.
Respeito se conquista, se doa, se demonstra. Esse é o maior presente que recebi de vocês.
Tenho certeza que nunca nossa escola teve tantos eventos de arte e cultura como neste ano, fato que tem transformado a escola num pólo de arte. Tudo isso faz diferença na aprendizagem, faz diferença nas experiências adquiridas e nas relações que desaguarão num futuro profissional. Tenham certeza, as artes favorecem a criatividade, autonomia, liderança, trabalho em equipe, repertório cultural e conhecimento que farão de vocês destaques em suas carreiras, independentemente da área que escolham para trabalhar.
Tantas vezes me emocionei por perceber no olhar de vocês a satisfação de fazerem parte das aulas.
Desculpem pelas minhas falhas, revejo minha prática profissional constantemente e creio que ano que vem tudo possa ser melhor.
Desde já tenho me dedicado em planejar novos projetos, aulas dinâmicas, atividades e excursões culturais para o ano que vem, pois vocês não acham que eu deixaria vocês na 8ª série não é? Seguiremos juntos mais uma vez nesse trem ligeiro e maluco das aulas ortaéticas!
A adolescência é uma fase iluminada de nossas vidas, um período de descobertas e sentimentos a flor da pele; por isso, agradeço a Deus por eu poder fazer parte dessa etapa da vida de vocês e poder contribuir de alguma forma para seus aprendizados. Vocês fizeram minhas tardes de 2010 serem especiais.
Desejo que vocês vivenciem o Natal em família, com saúde plena e muita paz.
Que o espírito natalino envolvam seus dias para que se fortaleçam e sejam jovens repletos de humanidades, pois dessa vida o que vale a pena é humanizar as relações, estar perto de quem gostamos e fazer o bem, sempre.
E que em 2011 você continue sendo meu aluno-amigo!
Mesmo com tudo que fizemos nesse ano mágico, garanto: ANO QUE VEM SERÁ AINDA MAIOR E MAIS INTENSO, “por que a vida só é possível reinventada”.
Durante as férias acompanhem nosso blog-arte, pois nosso site nunca sai do ar, nunca entra de férias, lá terão dicas culturais, fotos da retrospectiva de 2010, notícias da escola, postagens especiais e surpresas.
Muito Obrigado!!!
Professor Tiago Ortaet
Guarulhos, 20 de Dezembro de 2010.
Esse ano passou rápido demais, tive a sensação de que cada bimestre corria com nossa ansiedade de realizar novos eventos, festas, exposições e aventuras de arte na escola.
A escola tem mesmo que cumprir esse papel de instigar os alunos a produzir e serem essa metamorfose ambulante, jovens que vão progredindo a cada novo dia.
Agradeço cada homenagem, cada sorriso que recebi e cada abraço afetuoso que ganhei de presente de cada um de vocês. Mesmo nos dias em que passei por dificuldades consegui me reerguer, minha arte é meu remédio que cura tudo! Meus alunos fazem parte dessa minha arte!
Vocês sabem muito bem, que para mim, lecionar, ministrar aulas é uma das coisas mais importantes da minha vida e o amor que eu tenho a essa missão de ensinar, fica revelado em meus projetos, meu jeito em receber vocês em sala de aula e cada euforia que extravaso nos nossos eventos.
Cada um de vocês é especial e me da forças para continuar nesse entusiasmo de um jeito diferente. Todos são muito importantes.
Para mim educar é estar junto, próximo, ter cuidado, zelo e afeto aos alunos. Procurar escutar, conversar, orientar e cultivar uma relação de amizade, pois isso será lembrança pra toda vida.
Respeito se conquista, se doa, se demonstra. Esse é o maior presente que recebi de vocês.
Tenho certeza que nunca nossa escola teve tantos eventos de arte e cultura como neste ano, fato que tem transformado a escola num pólo de arte. Tudo isso faz diferença na aprendizagem, faz diferença nas experiências adquiridas e nas relações que desaguarão num futuro profissional. Tenham certeza, as artes favorecem a criatividade, autonomia, liderança, trabalho em equipe, repertório cultural e conhecimento que farão de vocês destaques em suas carreiras, independentemente da área que escolham para trabalhar.
Tantas vezes me emocionei por perceber no olhar de vocês a satisfação de fazerem parte das aulas.
Desculpem pelas minhas falhas, revejo minha prática profissional constantemente e creio que ano que vem tudo possa ser melhor.
Desde já tenho me dedicado em planejar novos projetos, aulas dinâmicas, atividades e excursões culturais para o ano que vem, pois vocês não acham que eu deixaria vocês na 8ª série não é? Seguiremos juntos mais uma vez nesse trem ligeiro e maluco das aulas ortaéticas!
A adolescência é uma fase iluminada de nossas vidas, um período de descobertas e sentimentos a flor da pele; por isso, agradeço a Deus por eu poder fazer parte dessa etapa da vida de vocês e poder contribuir de alguma forma para seus aprendizados. Vocês fizeram minhas tardes de 2010 serem especiais.
Desejo que vocês vivenciem o Natal em família, com saúde plena e muita paz.
Que o espírito natalino envolvam seus dias para que se fortaleçam e sejam jovens repletos de humanidades, pois dessa vida o que vale a pena é humanizar as relações, estar perto de quem gostamos e fazer o bem, sempre.
E que em 2011 você continue sendo meu aluno-amigo!
Mesmo com tudo que fizemos nesse ano mágico, garanto: ANO QUE VEM SERÁ AINDA MAIOR E MAIS INTENSO, “por que a vida só é possível reinventada”.
Durante as férias acompanhem nosso blog-arte, pois nosso site nunca sai do ar, nunca entra de férias, lá terão dicas culturais, fotos da retrospectiva de 2010, notícias da escola, postagens especiais e surpresas.
Muito Obrigado!!!
Professor Tiago Ortaet
Guarulhos, 20 de Dezembro de 2010.
POESIA DO PROFESSOR Ortaet EM HOMENAGEM AOS ALUNOS DO GLEBA NOS 450 ANOS DA CIDADE
AOS MEUS HABITANTES-ESTUDANTES DESSA TERRA DE GIGANTES
Sob o céu dessa aula querida, mais mil vezes de luta e labor...
Cingem hoje vossos nomes em Guarulhos, mostrando a juventude em barulhos nossos. Olhares que tem sabor...
Aula aberta, portas abertas para o mundo.
Eu quero saborear junto com vocês a delícia que é viver. Nessa Gleba Guarulhense a degustação é fazer arte no entardecer...
Não precisa entender, basta suspirar.
Que se junte a mesa nossa cultura do diverso que meu verso não tem hora pra acabar, meu amor não se esgota ele se refaz a cada olhar...
Gosto de homenagear os meus alunos-amigos que encantam esse lugar.
Que se sente a nossa mesa farta toda coexistência, não importa se é pastor, zumbi dos palmares, gritos de Corinthians, vozes de Palmeiras, Amor São-Paulino ou travessura de menino, se é Flamengo, patos do lago ou turma do bosque pra caminhar, se é índio Peri, olhar Tupi, tantos Santos ou padroeira no altar.
Quando chegar todo mundo, avise ao mundo que ele todo cabe aqui!
As luzes daqui nunca se apagam, esse lugar tem brilho próprio, os próprios estudantes dessa cidade-escola iluminam as idéias e o renascer.
Pensamentos como dedos erguidos daquelas cenas em que apontamos para a educação como quem quer intimidar toda e qualquer ignorância. Aja pujança, aja esperança!
Nossa cultura e nossa arte são bandeiras desse lugar, elas também apontam caminhos a seguir.
AOS MEUS HABITANTES-ESTUDANTES DESSA TERRA DE GIGANTES
MEU RESPEITO SEGUE FIRME PELOS OLHARES AMBULANTES
O AMOR PASSEIA COMO CRIANÇA NESSA ARTE ITINERANTE
DESSA TERRA RELEVANTE QUERO O ANSEIO DE SEGUIR POETIZANDO EM TIRAGEM DE JORNAL, VERSANDO SOBRE AS HUMANIDADES DE UMA ESCOLA-NATAL
TODOS OS DIAS AQUI NASCEM UNS E RENASCEM OUTROS
Tuas raças são livros abertos da história, bendita seja a nossa memória
Meu agora será passado, mas nunca deixará de ser presente!
Consumido por um encantamento que essa missão me conduz; olho para os meus amigos mirins, aos meus jovens que me ensinam a cada dia a ser mais jovem que eles, olho aos meus mestres alunos com um afeto que eu mesmo não sei medir; para dizer dos meus amores, das minhas virtudes, dos meus ideais.
Sou daqui! Escolhi ser! Sou da arte no entardecer!
Não sei medir, por mais que eu tente. Não sei contar o infinito, isso eu ainda não aprendi.
Peço através desse olhar que cada um se reinvente, que façam o mesmo de um jeito diferente. Que o ontem valha como experiência posta em prática no jogo da vida, que o hoje seja saboreado e que o amanhã seja o elo de tudo isso. Assim caminhamos desbravando o conhecimento.
Sou daqui! Escolhi ser! Sou da arte no entardecer!
Na vida, estamos o tempo todo de passagem, mas rogo aos céus que essa passagem valha por toda uma vida, mais que isso, que esse encontro entre uns e outros, entre professor e aluno, entre o saber e o novo, valha por todas as vidas que se unem em torno disso.
Não há espaço dentro do meu coração que caiba a desilusão, nem a desesperança, essas são muletas dos fracos e aos que lutam como nós, servem os ideais, as conquistas e as humanidades a flor da pele.
Propondo desafios aos meus estudantes me resolvo, entusiasmando cada um deles me encontro e me potencializo enquanto ser humano.
Sou daqui! Escolhi ser! Sou da arte no entardecer!
O amor é o mais valioso de todos os gestos, vejo poesia nas relações humanas, vejo poesia na missão-professor. Amor rima com professor não por acaso, amor move, constrói e lança ao mundo sua força. Que continuemos bebendo dessas fontes para escrever outras histórias, a nossa história.
450 abraços afetuosos a cada um dos milhares de alunos... Os meus alunos-amigos que constroem novos alicerces e ainda muito construirão comigo essa cidade! Estejais valentes conosco!
Professor Tiago Ortaet
08 de Dezembro de 2010
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TEXTO DE HOMENAGEM AOS MEUS ALUNOS
ESSE FOI UM ANO ESPECIAL!!! 2009
Vocês nem imaginam como foi bom retornar pro gleba, afinal eu fiquei longe dessa escola que tanto gosto, durante todo o ano de 2008, mas como sabem, não foi por minha vontade, foi simplesmente por questão burocrática; mas assim que tive uma oportunidade de retornar, retornei.
Voltei por que quando eu digo que gosto da escola não é do prédio que eu to falando; é dos meus alunos, da comunidade que eu cresci, dos tantos que estimo, pelos meus estudantes por quem tenho tanto carinho.
Os conheço há bastante tempo e espero que continuemos juntos bolando idéias, compartilhando sonhos, risos, abraços, brincadeiras e estudos nessa fase tão importante de suas vidas.
Espero que eu tenha colaborado de alguma forma com a formação de vocês, não só na arte, mas na cidadania, na determinação, na vontade e na disposição; pois é assim que eu encaro minha profissão.
Sou respeitado por vocês, por que acima de tudo os respeito e os admiro muito.
Cada um dos meus alunos é importante para mim, é por cada um de vocês que me esforço para fazer o melhor, pra proporcionar coisas novas e aproximá-los da arte.
O tempo passa rápido demais, daqui alguns anos perceberão isso. Sei bem que esses meus estudantes de hoje serão grandes homens e grandes mulheres no futuro, profissionais ousados e seres humanos sensíveis.
Saibam aproveitar as oportunidades com muita honestidade e dedicação e espero que essas sementes que são plantadas hoje frutifiquem muito.
Nessa velocidade do tempo, um dia vocês lembrarão desses dias de escola com muita saudade e espero fazer parte dessas boas lembranças. Desejo um Feliz Natal e um novo ano cheio de fatos novos, sonhos novos e novas idéias para nossos próximos encontros artísticos em 2010.Grande Abraço!
Guarulhos, 28 de Novembro de 2009
Professor Tiago Ortaet
www.tiagoortaet.com.br
RELATÓRIO
PEDAGÓGICO/DISCIPLINAR
ATENDIMENTO DOS ADOLESCENTES DO GRUPO PURA ENERGIA, VINCULADO AO
“PROJETO EAP”
Diagnóstico
preliminar para futuras ações intervencionistas
O encontro iniciou-se propositadamente de maneira formal, a
fim de identificar algumas características dos estudantes, uma vez que nem
todos são meus alunos.
A primeira ação foi organizar o espaço da biblioteca de
maneira que favorecesse nosso bate-papo, nessa primeira atividade pude
identificar tamanha desorganização e resistência em colaborar com a idéia do
colega. Cada um dos estudantes tiveram uma idéia de arrumar a sala (mesas e
cadeiras) e foram irredutíveis, não se
permitindo elaborar a organização junto com os colegas, ou seja, cada um queria
fazer de um jeito diferente, não coexistindo com as propostas dos demais.
Dada a situação, mediei o que certamente se configuraria em
mais um conflito; enfim, organizamos o espaço.
Lancei uma questão onde de modo indireto enfatizava a
família. Perguntei:
- Como é seu dia a
dia? Desde o momento em que acorda até o momento que vai dormir.
Pedi que eles fizessem uma síntese dos acontecimentos e
dissessem apenas o que fosse mais relevante; todos que se propuseram a falar
foram capazes de fazer o que foi pedido.
Antes de cada um se expressar, fizemos um acordo de que não
interromperíamos o colega no momento em que o mesmo estivesse falando. O
contrato não foi cumprido pela grande maioria do grupo. Apenas os estudantes
Willian Celso e Ítalo cumpriram parcialmente o combinado.
Os demais participantes insistentemente interrompiam a fala
dos colegas com atitudes jocosas, ofensivas e debochadas. Chamou minha atenção
a postura desafiadora do aluno Gustavo Vinícius, com palavras de baixo calão aos
colegas e atitudes voltadas às questões sexuais.
Destaco algumas das falas do Grupo:
IMPORTANTE: OS NOMES SÃO FICTÍCIOS PARA PRESERVAR A IDENTIDADE
DOS PARTICIPANTES
PAULO: “Acordo 8:30 min., vou pra rua jogar bola,
volto pra casa 11:30min., mexo no computador, vou pra escola, volto, janto e
vou dormir”
DANILO:
“ Acordo às 5 da manhã, vejo filmes, faço lição, vou pra escola a tarde, volto
e assisto outros filmes”
SEBASTIÃO: “Acordo cedo, assisto televisão, vou pra
escola, bagunço bastante, volto pra casa, janto e vou dormir tarde”
GALDÊNCIO: “Acordo às 6 da manhã, vou jogar bola na
quadra na Transguarulhense, de lá venho pra escola, fico zuando muito, volto
pra casa, janto e vou dormir”
ARMÊNIO: “Acordo
às 8h, faço lição, arrumo a casa, almoço, tomo banho, vou pra escola, bagunço
um pouquinho, volto pra casa, janto, vejo TV e durmo”
HÉLIO: “Acordo às 5h, vou pra internet, acesso o site
do professor Tiago, 9h eu saio tomo café, jogo vídeo-game até dar a hora de ir
pra escola, vou pra escola, volto e fico em casa sozinho, por que minha mãe
estuda e meu pai trabalha. Fico até as 10 da noite só.”
ALAOR: “Acordo 9h, tomo café, tomo banho, vou pra
rua. Ah, de madrugada eu assisto filmes, como muito de madrugada, frito ovo,
como pão, acordo às 4 horas da madrugada pra vender CD nas ruas.”
WASHINGTON: “Acordo as 7:30min. Assisto bastante TV,
tomo banho, vou pra escola, volto janto e vejo TV denovo.”
Douglas, Marcio, Hélio, Everaldo e Romualdo, se recusaram
a falar.
FICOU MUITO LATENTE
PARA MINHA PERCEPÇÃO O FATO DE NENHUM (exceto o aluno Ítalo) DOS ESTUDANTES TEREM FEITO QUALQUER MENÇÃO SOBRE SUAS
FAMÍLIAS, NINGUÉM CITOU POR EXEMPLO UMA CONVERSA OU TELEFONEMA COM SEUS PAIS, UMA
BRINCADEIRA COM SEUS IRMÃOS, UM JANTAR EM FAMÍLIA, OU QUALQUER ASSUNTO QUE
LEMBRASSE A EDUCAÇÃO FAMILIAR.
Durante a fala dos
adolescentes recebemos o Arte/Educador Luiz Pereira de Souza, que teve uma
participação importante no sentido de mediar em parceria comigo as ações
propostas.
O professor Luiz propôs um exercício mobilizador.
Cada participante deveria tocar algum dos colegas, dizer seu
nome e duas qualidades que o colega tem. Sentiram dificuldade de identificar
qualidades nos participantes. O aluno Davi Augusto chegou a realizar o
exercício dizendo: “As qualidades dele é ser bagunceiro e bobo” nesse instante
explicamos que as características não eram qualidades, daí estando o aluno em
grande dificuldade de achar uma qualidade no colega, orientamos que poderia ser
alguma qualidade que cada um desejasse para o amigo.
Ficou explícita a falta de compromisso e notório que nesse
primeiro ciclo de encontros as ações verbais não surtirão efeito, é preciso
atividades concretas, manuais, simbólicas, etc.
Nesse instante os orientei em relação a um jogo teatral que
faríamos utilizando nossa concentração. Um jogo de arte onde trabalhamos a
partir de substituições de letras do alfabeto por gestos. O aluno Marcus Piter sugeriu
que o colega que errasse fosse eliminado do jogo, palavras que foram endossadas
pelo seu colega Pedro. Expliquei a eles que não se tratava de um jogo
competitivo, mas sim de um jogo colaborativo, onde todos formavam um time,
portanto não haveria necessidade de eliminar nenhum participante.
No momento da atividade teatral houve maior adesão, mas
ainda assim, boa parte dos adolescentes ficaram dispersos, provocando os
demais, chutando o outro por baixo da mesa, falando palavras obscenas para os
colegas e interrompendo o exercício.
Em seguida propus uma ultima indagação para continuarmos o
bate-papo.
Insisti na oratória, mesmo sabendo que aconteceriam as
mesmas atitudes desagradáveis da conversa anterior, de falta de respeito com o
colega; mas havia necessidade de ouvi-los em relação aos seus gostos e
identificar situações para planejar ações futuras.
Orientei uma atividade simples: -Cada um escreverá palavras
que tenham a ver com você. Palavras que te represente! As respostas foram as seguintes:
1: Futebol, Corinthiano, Escola, CXBOX 360,
Irmão
2: Video-Game, Desenho,
São Paulo, Pegador, Esperto
3: Pregador, Prego, Louco, Boné, Cueca
4: São Paulo, Professor, Piter, Futebol, * não foi possível identificar a 5ª palavra
5: Véio, Gostoso, Chato, * não foi possível identificar a 5ª palavra
6: Observador, Inteligente, Esperto, Criativo,
Blog do professor Tiago
7: Aluno, Corinthians, Bagunça, futebol, * Não
escreveu a ultima palavra solicitada
8: Aluno, São Paulo, Cabelo, Bola, Video-Game
9: Bom
ator, Legal, romântico, Honesto, Criativo
10: Futebol, São Paulo, Escola, Bonito, Irmão
legal
11: Computador, Bagunceiro, engraçado, PSP, Play
2
12: Futebol, Corinthians, PS2, Minha vida,
Pegador
Encerramos as atividades dizendo de nossa satisfação em
recebê-los e que se assumissem o compromisso conosco faríamos muitas coisas
interessantes.
CONSIDERAÇÕES E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO:
Ficou muito evidente o apego desses adolescentes com as
mídias e novas tecnologias, sejam quando falam do computador, do blog, da
televisão, ou até mesmo do vídeo-game . São recursos que podemos utilizar e
muito provavelmente dará resultados. Porém cabe nessas intervenções a
orientação a respeito da utilização saudável desses aparelhos, pois alguns
alunos relataram que passam até 5 horas em frente o computador. Importante
implicar os pais nessa responsabilidade.
Os jogos que muitos citaram são violentos, de guerra, de
assassinatos, de conflitos, essas foram as principais temáticas ditas. Podemos
propor um debate a respeito.
Outro fator relevante é que a maioria citou a TV como
divertimento, passatempo. Teve ainda o discurso do aluno X se referindo a
filmes que assiste diariamente. Que filmes são esses? De madrugada é hora de
assistir filmes?
Disponho-me a realizar uma visita domiciliar na residência
do ” Y” por entender que o comportamento dele é o mais preocupante, as suas
atitudes beiram o desequilíbrio, a perversidade e o descaso com qualquer regra
ou sentimento. Fato importante é que por diversas vezes ele disse “Professor, te amo” e respondia que
também o amava. Porém ao mesmo tempo o aluno desafiava as condições para a
conversa, agredia os colegas, não respeitava nenhum dos presentes, inclusive os
professores. O discurso que fazia repetidas vezes não condizia com suas
atitudes.
Eu e o professor Luiz planejaremos atividades que
privilegiem atitudes concretas como um café coletivo entre o grupo, confecção
de objetos que remetam a sua identidade, apropriação de fotografias deles e de
suas famílias, etc.
Aponto como necessário o atendimento INDIVIDUAL dos alunos
participantes, bem como farei atendimentos individuais com os pais deles.
À pedido da Psicopedagoga Mirian destaco os alunos que não tem vinculo com a violência perante
os colegas:
X, Y e Z.
Os demais todos exercitam de alguma maneira VIOLÊNCIA, seja por intolerância ou por
depreciação dos colegas.
À disposição para esclarecimentos oportunos.
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Professor Tiago Geraldo do Nascimento
(Pseudônimo Artístico: Tiago Ortaet)
Arte/Educador
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