Brincar de ser gente grande (POESIA DE TIAGO ORTAET)
Brincar de ser gente grande
O moleque que fui, hoje é o homem que flui.
Brota da terra, o cabo de guerra é força coletiva, mente
inquieta, obra nativa...
Pega-pega essa oportunidade: Piques pra refletir sobre ser
sociedade, depois a gente volta para corrida em busca da felicidade... (que pro
seu bem, não tem linha de chegada, mas a gente acha que tem)
Esconde-esconde de relação humana não se aceita, humanidade
é pra florir, sem bula e sem receita, sorrir a flor da pele, ouça, sinta, diga,
zele! No verbo imperativo como quem paquera por esse motivo a menina exibida, a
beleza dela só não é mais do que a nossa vida.
Acorda pra pular corda, plantar bananeira, olhar para a
borda, disfarçar a canseira, enquanto a gente engorda e pula fogueira...
Se perceba pra não virar insônia, não se leve tão a sério,
sem tanta cerimônia e sem mistério...
Você é um país-quintal, mas vale o chá-revelação de sua própria
classe social. Não sei se te avisaram, mas esse lugar não é mais um
país-colônia, ser urbano ou rural, ser soberano de seu próprio quintal.
Amarelinha, batata quente... De repente um lembrete: Comida
no prato e transbordar!
A sua ou a minha, presente é gente, ciranda-cirandinha, vamos
todos estudar!
Que de todo ódio a gente escape pra não virar o tio do zap...
Bolinha de gude, pião, passa anel, só não passe vergonha na
porta de um quartel...
Leiturinha pra oxigenar, só não vale ser escravo de jó, de
jovens, de jogos, de joias...
O artista que intui é o mesmo que conclui: ser alma de aluno,
não titubear nem por um segundo se a democracia te chamar, tem muito ódio pra
calar, muita paz pra fazer e muito amor pra celebrar.
Tiago Ortaet
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